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Espanhol técnico de Isaquías Queiroz perde autorização de trabalho no país
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Daniel Brito

O espanhol Jesús Morlán, técnico responsável pela equipe brasileira de canoagem de velocidade, está sem autorização para trabalhar no Brasil. A concessão, que é solicitada anualmente,  lhe foi negada pela coordenadoria geral de imigração do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília.

O MTE não informou o motivo pelo qual a autorização foi indeferida, podendo ter ocorrido por falta de algum documento ou até problemas no visto. A autorização para trabalhar é diferente do visto de residência no país, o que segundo o COB,  Morlan tem,  portanto não está ilegal no Brasil.

Morlan foi o treinador responsável pelo maior número de medalhas conquistadas pelos atletas nacionais nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Seu pupilo, Isaquias Queiróz, faturou duas pratas e um bronze na Lagoa Rodrigo de Freitas em agosto último. Ninguém levou a bandeira brasileira ao pódio tantas vezes na última edição dos Jogos.

O espanhol é tido como um dos mais talentosos treinadores estrangeiros importados pelo Brasil para preparar a equipe olímpica para a Rio-2016.

Trabalho de Morlan no Brasil rendeu três pódios ao país na Rio-16 (Zanone fraissat/Folhapress)

Recentemente, Morlan foi submetido a uma cirurgia no cérebro, após ter sido diagnosticado com um tumor na região. Recupera-se gradativamente, e mantinha-se acompanhando os canoístas brasileiros nos treinamentos em Lagoa Santa, Minas Gerais, com auxílio de treinadores nacionais.

Ele renovou, logo após a Rio-16, seu vínculo com a canoagem brasileira até Tóquio-2020, com recursos do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), da lei Piva, mas o valor não foi revelado pelo comitê.

“O COB já recorreu da decisão [do Ministério]. Enquanto pendente a análise do recurso, o estrangeiro não está irregular no Brasil. O COB e a Confederação Brasileira de Canoagem cumprirão todas as obrigações legais para contar com o treinador Jesus Morlán em seu quadro de colaboradores. Jesus Morlan vem desempenhando sua função com extrema qualidade há mais de quatro anos no Brasil e vem prestando um serviço inestimável para o desenvolvimento do esporte brasileiro”,  informou o COB, por meio de sua assessoria de imprensa.


COB põe teto em salário de dirigentes, mas paga mais a seus executivos
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Daniel Brito

O Comitê Olímpico Brasileiro estabeleceu um teto salarial para os presidentes das confederações filiadas. Nenhum diretor estatutário (eleito em assembleia) pode ter vencimento mensal superior a R$ 22 mil. O corpo diretivo do comitê, entretanto, não se enquadra nesta regra e a remuneração de um executivo pode superar os R$ 40 mil.

Ambas as informações estão no site do COB, na seção “gestão financeira”.

A regulamentação do salário dos “diretores estatutários” das confederações foi oficializada em portaria publicada na página do comitê no final de novembro último passado. Duas semanas mais tarde, o TCU (Tribunal de Contas da União) pôs em pauta no plenário um relatório sobre os salários dos dirigentes, entre outras coisas.

A tabela de cargos e salários de todos os funcionários do COB, publicada após exigência do TCU  por utilizar dinheiro público, aponta: diretor-executivo e secretário-geral ambos embolsam rendimentos superiores a R$ 40 mil. O UOL Esporte revelou a queda do sigilo dos salários do COB em março de 2015, quase dois anos atrás.

(O presidedente do COB, Carlos Arthur Nuzman, na cadeira desde 1995, portanto, 22 anos, não recebe salário,  como você já leu no link do parágrafo acima)

Os salários dos demais cartolas do COB, de acordo com o próprio comitê, seguem parâmetros estabelecidos em pesquisa de mercado, levando-se em conta a capacidade e experiência de cada funcionário. Já a cartolagem das filiadas (confederações) mantidas, majoritariamente, à base de verba da Lei Piva (arrecadação das loterias – recurso público), precisa obedecer lei federal que regula limite salarial do funcionalismo público.

Ao blog, o COB explicou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, a disparidade nos salários entre seus executivos e os presidentes de confederações. “O limite da remuneração dos servidores públicos federais equivale ao subsídio de Ministro do STF, cujo valor é R$33.763,00. Portanto, para fins de cálculo da remuneração dos dirigentes estatutários (presidentes eleitos em suas Confederações são dirigentes estatutários) calculou-se 70% desse teto, que daria R$23.634,10, segundo o TCU  e se padronizou que, com recursos da Lei Agnelo Piva o valor seria R$22.000,00”.

Os técnicos do TCU que elaboraram o relatório posto em pauta em dezembro-16 pelo ministro Vital do Rêgo Filho, conhecido na Paraíba, seu Estado de origem, como Vitalzinho (citado repetidas vezes em delações na Operação Lava Jato), entendem que o COB paga “salário superior, em seu valor bruto, a 70% do limite estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo Federal”.  O relatório aponta que o comitê pode até ultrpassar o limite do funcionalismo federal, desde que o faça com recursos da iniciativa privada e não da Lei Piva.

Ao blog, o COB deu seu justificativa: “Caso o COB decida remunerar seus dirigentes com recursos públicos, pois hoje não o faz, certamente observará o mesmo teto:70% (setenta por cento) do limite estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo federal”.

 


COB gastou mais de R$ 300 mil em hospedagem a cartolas no Canadá
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Daniel Brito

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Sheraton Centre de Toronto é 4 estrelas e localização privilegiada (Divulgação)

O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) gastou mais de R$ 300 mil em hospedagens para presidentes das confederações esportivas ligadas à entidade e diretores do próprio comitê durante os Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015, no Canadá. Esse dinheiro é de origem pública, provém de um percentual arrecadado na premiação das loterias federais, chamada de Lei Piva.

No total, o COB gastou US$ 142 mil. Dos quais, US$ 102 mil foram para 409 diárias no hotel Sheraton Centre Toronto Hotel, classificado como 4.1 estrelas, no centro da cidade que sediou o Pan, com vista para a famosa CN Tower e para a Nathan Philip Square, praça principal de Toronto. Outros US$ 25 mil foram gastos apenas para pagar o café da manhã dos cartolas e mais US$ 15 mil para pagar por uma sala de trabalho.

As informações constam do relatório produzido pela equipe técnica do TCU (Tribunal de Contas da União), levado a plenário na semana passada, pelo relator do processo, ministro Vital do Rêgo.

O valor total em reais à época chegou a R$ 318 mil contratado de forma direta, sem licitação.

“A prestação de serviços de hospedagem pelo Hotel Sheraton Centre Toronto foi atestada pela Gerente de Relações Internacionais do COB sem que constassem do processo os dados que permitiriam liquidar a despesa. Não foram anexadas lista de hóspedes, indicação do período, recibo ou nota fiscal”, informa o Relatório de Fiscalização do TCU,

Ao Tribunal de Contas da União, o COB expressou que o hotel foi escolhido por ser o local oficial de hospedagem do Comitê Olímpico Internacional. Além disso, os dirigentes participaram de atividades que ajudam a fomentar as modalidades olímpicas no Brasil.

“O fomento de uma atividade esportiva perpassa pelas atividades desenvolvidas pelo dirigente da entidade esportiva, no estrito cumprimento da sua função de representante daquela modalidade, e que a participação dos dirigentes das entidades em eventos esportivos internacionais, tais como o Pan Americano de Toronto, é atividade de fundamental importância para o fomento da modalidade. No caso concreto, as atividades executadas com recursos da Lei são estritamente institucionais”, justificou o Comitê Olímpico Brasileiro.

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Foram 409 diárias em 2015 no Sheraton Centre de Toronto (Divulgação)

E prosseguiu: “Não é possível concluir pela ilegalidade na aplicação dos recursos oriundos da Lei Agnelo/Piva por dois motivos sintetizados: (i) não há proibição legal; (ii) as atividades são inerentes ao fomento da atividade desportiva”.

A equipe técnica do TCU, no entanto, tem outro posicionamento. Consta do relatório que recursos da lei não devem ser empregados para a contratação de serviços de hospedagem e de alimentação a dirigentes e a pessoal de apoio do COB, “salvo quando demonstrado de forma inequívoca a importância da presença dos mesmos para a participação dos atletas na competição, inclusive, com justificativas específicas para pagamentos das retrocitadas despesas em dias que antecedem e/ou sucedem à competição”.

Já o ministro relator, o paraibano Vital do Rêgo, conhecido em seu Estado de origem como Vitalzinho, posicionou-se de forma contrária aos técnicos no seu voto: “Não percebi, entre os critérios avaliados e as evidências trazidas pela equipe de fiscalização, confronto legal a ponto de culminar em uma irregularidade. (…) No caso concreto, porquanto os indícios da auditoria não demonstraram que a participação dos dirigentes nos eventos tenha sido desvinculada do propósito estabelecido na lei e no decreto em questão”.

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Vitalzinho relatou a matéria no TCU foi senador e está citadao na Lava Jato


COB escala ex-diretor da Rio-16 como “bombeiro” nas confederações em crise
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Daniel Brito

O novo diretor executivo de esportes do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Agberto Guimarães 59, tem como uma de suas missões atuar como “bombeiro” nas confederações que estejam em crise. Atualmente, pelo menos três entidades filiadas ao comitê atravessam momento de grave turbulência: taekwondo (CBTKD), basquete (CBB) e desportos aquáticos (CBDA).

“Neste meu retorno ao COB, uma das missões que me foi dada pelo presidente Nuzman diz respeito a trabalhar mais junto às confederações para incrementar ou ajudar a melhorar a governança, gestão, prestação de contas, todo esse tipo de coisa. Todo problema de gestão atrapalha e interfere no objetivo fim, que é trabalhar com os atletas no alto rendimento”, disse Guimarães.

Ele está no cargo desde outubro deste ano, após o fim dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016. Até então, trabalhara como diretor de esportes da Rio-16. Também estivera envolvido no comitê de candidatura-2016, e no Pan do Rio-07. Antes disso, atuara no COB na área de solidariedade olímpica. Nos anos 1980, foi um dos grandes meio-fundistas do país, com três participações olímpicas: Moscou-80, Los Angeles-84 e Seul-88.

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Agberto Guimarães disputou três Olimpíadas como corredor (reprodução/TV Câmara)

Em seu discurso, durante sessão na comissão de esporte da Câmara dos Deputados, na semana passada, em Brasília, Guimarães deixou claro que o COB vai participar muito mais da gestão das confederações, muitas delas mantidas quase que 100% com recurso da Lei Piva, gerido pelo comitê.

“Nessa reestruturação que foi feita agora com nossa equipe de esportes, dividimos as tarefa. Vamos ter uma área que vai cuidar especificamente do relacionamento com as confederações e também oferecendo um apoio às confederações para melhorar o processo de gestão e administração de cada uma delas. Área será lidera pela Adriana Behar e sua equipe”, explicou, citando a vice-campeã olímpica no vôlei de praia, atualmente gerente de planejamento e relacionamento com as confederações do COB.

“O objetivo é oferecer ferramentas para que o processo de gestão melhore. As confederações que hoje têm problemas, precisam resolvê-los. O COB vai, sempre que for necessário, apoiá-las porque são problemas que também nos afetam, se não forem resolvidos”, explicou Guimarães.

Atualmente, a entidade está envolvida na crise pela qual atravessa o basquete brasileiro. A FIBA (Federação Internacional de Basquete) nomeou um interventor para administrar a entidade. O COB, embora não use a palavra “intervenção” e sim apenas “suspensão”, diz estar em contato com a federação internacional e com o “interventor” para tentar encontrar uma solução até o final de janeiro de 2017.


Deputados ignoram visita do COB, mas viajam à Oceania para conhecer comitês
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Daniel Brito

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Olimpicamente ignorados:: Bichara (à dir.) fala para plenário vazio na comissão de esporte (Daniel Brito/UOL)

Dois diretores do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) foram convidados para participar de uma audiência pública na comissão de esporte da Câmara dos Deputados, em Brasília, na quarta-feira, 7. Agberto Guimarães, novo diretor-executivo do COB, e Jorge Bichara, gerente-geral de alto rendimento da entidade, compareceram ao local no dia e horário combinados.

O tema da audiência pública era a participação da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Falaram por quase duas horas. Porém, para um plenário vazio, durante a maior parte do tempo se um único deputado, nem sequer na mesa para mediar o debate.

Para não dizer que os dirigentes do COB foram ignorados por todos os 42 parlamentares que compõem a comissão do esporte, somente Arnaldo Jordy (PPS-PA) e João Derly (Rede-RS) participaram da sessão. Muito embora, o quórum oficial tenha sido de 20 parlamentares, que marcaram presença mas não sentaram-se para ouvir o que diziam Guimarães e Bichara.

Jordy e Derly participaram porque foram os autores do requerimento para convocar os dirigentes do COB à Câmara. Jordy comandou a mesa durante quase todo o tempo, mas ausentou-se por cerca de 15 minutos, e Agberto e Bichara se viram numa situação constrangedora e fora de todos os protocolos: havia zero deputado na plateia. A dupla falava apenas para um punhado de assessores e que ocupava as cadeiras do fundo, desinteressados.

Eu era o único representante da imprensa na sala. E até eu tive a oportunidade de fazer perguntas, para que a viagem de Agberto e Bichara a Brasília não fosse perdida, na ausência de quem mais pudesse participar e incentivar o debate. Derly chegou com 1h30 de atraso e justificou a ausência com compromissos em outras comissões e fora da Câmara.

Embora os deputados tenham feito pouco caso para a presença de representantes do COB na Câmara, alguns deles mostraram bastante disposição para atravessar o mundo há um mês e ir à Austrália e Nova Zelândia para conhecer os respectivos comitês olímpicos. Roberto Alves (PRB-SP), José Rocha (PRB-BA), Flávia Morais (PDT-GO), Arnaldo Jordy (PPS-PA), Evandro Roman (PSD-PR),César Halum (PRB-TO), Roberto Góes (PDT-AP).

Foram 11 dias na Oceania, claro, tudo pago pela Câmara.

“A experiência in loco ajuda a conseguir formar uma visão sobre como deve ser construído esse sistema no Brasil”, disse Evandro Roman, ex-árbitro de futebol, após a viagem, ao site da Câmara. Ele foi um dos que marcou presença mas passou longe da comissão enquanto Agberto Guimarães e Jorge Bichara falavam da realidade brasileira do esporte olímpico.

E, agora, com a experiência “adquirida” na Austrália e Nova Zelândia, mas sem ouvir o que o COB tem a dizer, os deputados planejam um projeto de lei para mudar os critérios de distribuição da verba proveniente da Lei Piva, que separa 1.7% do prêmio das loterias federais ao comitê. O que deve ficar para o próximo ano.


Ministro do TCU que julgará contas do COB é um dos alvos da Lava Jato
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Daniel Brito

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Vitalzinho analisará processos sobre o COB e nove confederações (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O paraibano Vital do Rêgo é o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) que está encarregado de analisar as contas públicas do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e de nove confederações de esportes olímpicos.

O ministro Vital do Rêgo está citado nominalmente, mais de uma vez, nas delações premiadas da Operação Lava Jato. Frequentemente envolvido em acusações de ter recebido propina. Na semana em curso, Vitalzinho, como é chamado na Paraíba, foi alvo de mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal, na operação batizada de Deflexão. As  buscas ocorreram em endereços pessoais, funcionais e empresariais do ministro do TCU.

A investigação foi aberta em maio com base na delação do senador cassado Delcídio do Amaral. Posteriormente, ele voltou a ser citado no depoimento de Léo Pinheiro, da empreiteira OAS. O conteúdo de ambas as denúncias dão conta que Vitalzinho teria recebido propina para para beneficiar empreiteiros e não convocá-los para depoimentos na CPI da Petrobras, no Congresso Nacional, em 2014. O paraibano era presidente da comissão e senador pelo PMDB-PB.

Pinheiro apontou o pagamento de R$ 3,8 milhões pelo “pedágio”. Já Delcídio afirmou ter sido pago R$ 5 milhões a Vitalzinho e outros parlamentares durante a CPI.

Ele chegou à condição de ministro do TCU ao final de 2014, após o fim da comissão, indicado pelo Palácio do Planalto, à época ocupado por Dilma Rousseff.

Pelo cargo no tribunal de contas, tem imunidade e foro privilegiado.

E agora, dedica-se também a analisar as contas públicas das confederações esportivas do Brasil. Os processos ainda correm em sigilo até que sejam analisados em plenário. Eles estavam na pauta da semana passada do TCU, mas Vitalzinho decidiu retirá-los. O motivo? O acidente envolvendo a equipe de futebol da Chapecoense. Dizia a nota do ministro na sessão plenária da última quarta-feira, 30:

Havíamos incluído, na pauta da sessão plenária de hoje, dez processos afetos ao tema esporte, sendo oito fiscalizações e o respectivo consolidado da FOC nas entidades do Sistema Nacional do Desporto, além do FiscEsporte.

Contudo, em razão do lastimável e trágico acidente aéreo ocorrido na madrugada desta terça-feira (29), que interrompeu a vida de 71 pessoas, entre elas, a delegação do time da Chapecoense, decidi retirar da pauta os aludidos processos.

Nesse momento de luto para o esporte e para todo o País, expresso minha solidariedade com as dezenas de famílias das vítimas sobre as quais se abateu essa tragédia.

Submeterei os processos para apreciação na sessão da próxima semana.

Detalhe é que nenhum dos processos dizia respeito ao clube de futebol catarinense. E este, por sua vez, não mantém grandes relações com o esporte olímpico de alto rendimento.

Mas, agora, eles estão de volta à pauta. A expectativa é de que nesta quarta-feira sejam analisados.

Abaixo, a relação de entidades desportivas cujas contas públicas estão sob o escrutínio de Vitalzinho:

Comitê Olímpico Brasileiro;

Comitê Paraolímpico Brasileiro;

Ministério do Esporte

Confederação Brasileira de Ginástica

Confederação Brasileira de Ciclismo

Confederação Brasileira de Judô

Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos;

Confederação Brasileira de Atletismo;

Confederação Brasileira de Clubes;

Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais;

Confederação Brasileira de Hipismo;

Confederação Brasileira de Judô;

Confederação Brasileira de Rúgbi;

Confederação Brasileira de Voleibol;


Lei Piva vai mal e COB deve ter arrecadação abaixo do esperado
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Daniel Brito

Nos nove primeiros meses de 2016, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) arrecadou R$ 147,7 milhões da Lei Piva. A informação é da Caixa, o banco estatal que administra e promove as loterias federais, fonte desse recurso. Na média, o comitê está arrecadando R$ 16,4 milhões por mês.

Se mantiver este ritmo nos três últimos meses de 2016, a entidade pode ver seu faturamento perder mais de R$ 40 milhões ao final de 2016. É que em 2015, o COB foi contemplado com R$ 242 milhões das loterias. Assim, o comitê pode entrar em 2017 com R$ 196 milhões da lei. Seria o menor valor desde 2013, quando amealhou R$ 186 milhões.

Será também o caso raro de erro de previsão do COB para mais. Todos os anos, o comitê divulga uma estimativa de ganhos com a lei, que frequentemente é feita de forma conservadora. No final do ano, o COB acaba recebendo até 20% além do que previra no exercício anterior. Tem sido assim desde 2012. A meta agora em 2016 era de R$220 milhões

“Não há na lei nenhuma garantia de que o volume de apostas em um determinado ano será igual ou maior no ano seguinte. Para garantir a execução do planejamento de 29 confederações e o planejamento do próprio COB precisamos partir de premissas conservadoras”, justificou o comitê, em reportagem de 2014.

Mas em 2016 o cenário está diferente.

Para chegar aos R$ 240 milhões de 2015, o COB teria que estar recebendo, em média, R$ 20 milhões mensais. Em geral, o período de final de ano costuma registrar um aumento nas apostas, o que pode trazer um pouco de alívio nas contas. Mas atingir esta média de 2015 parece fora da realidade, num cenário de crise.

Basta lembrar que em 2015, em que pese tenha sido agraciada com montante recorde das loterias federais, o comitê gastou R$ 21 milhões além do que arrecadou.

A Caixa informa que o ritmo das apostas não diminuiu. “O desempenho dos produtos lotéricos sofre influência direta de diversos fatores, como a ocorrência de feriado prolongado, sequência de concursos acumulados e realinhamento de preços das apostas, dentre outros”, explico o banco, via assessoria de imprensa.

Desde 2001, 2% do prêmio das loterias federais é destinado ao Comitê Olímpico (1,7%) e  Comitê Paraolímpico Brasileiro (0,3%). A partir de 2016, os paraolímpicos passaram a receber 1%, enquanto o COB manteve seu percentual.

 


Filho de novo vice-presidente do COB é nomeado no Ministério do Esporte
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Daniel Brito

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Influência no controle de dopagem? Nzuman (E) cumprimenta Paulo Wanderley, seu novo vice no COB (Heitor Vilela/COB)

Recém-empossado vice-presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Paulo Wanderley tem na ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) uma pessoa da sua confiança. Trata-se de Sandro Teixeira, seu filho, e ex-gestor administrativo da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), da qual Wanderley é presidente desde 2001.

Sandro foi nomeado em 18 de agosto, ainda durante as Olimpíadas do Rio-2016, porém, seis dias após o fim das disputas de judô. Ele trabalhou no Comitê Organizador na Arena Carioca 2, onde foram realizadas as lutas da modalidade durante os Jogos-16. O cargo no governo federal é de “Assessor da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem“, segundo informou o Diário Oficial da União de 18 de agosto passado. Seu salário vai girar na casa dos R$ 9 mil mensais neste ano.

COB e ABCD entraram em rota de colisão na reta final da preparação dos atletas olímpicos para a Rio-2016. O comitê reclamou do então gestor da Autoridade pelo número excessivo de testes a que os membros do “Time Brasil” estavam sendo submetidos sob a vigilância da ABCD. Com isso, cresce o temor de que com esta proximidade entre o vice do COB e um assessor da Autoridade possam interferir nos trabalhos de controle de dopagem no país.

Há uma semana, o blog mostrou que o COB também quer emplacar seu ex-diretor-executivo de esportes, Marcus Vinícius Freire, no Tribunal Único Antidopagem, que está em fase de instalação.

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Sandro Teixeira foi gestor na CBJ e vai ganhar salário de R$ 9 mil na ABCD (reprodução da internet)

Rogério Sampaio, campeão olímpico de judô em Barcelona-92,  e chefe da ABCD desde os primeiros dias de julho do corrente ano, recebeu-me em sua sala, no final da tarde de quarta-feira, 26, no Ministério do Esporte, em Brasília, para explicar a nomeação de Sandro. Ele lembrou que o técnico que o acompanhou na sua vitoriosa campanha para o ouro em Barcelona-92 era exatamente Paulo Wanderley, nove anos antes de assumir a presidência da CBJ. E que Sandro é um amigo de longa data. “Ele deve ser dois anos mais jovem que eu, foi estudar nos Estados Unidos e diversas vezes eu fui para lá dar aulas e fazer treinos com ele”, contou Sampaio.

O gestor da ABCD disse que não houve interferência do COB para escolha do nome e que a presença de Sandro não influenciará no andamento dos trabalhos. “Eu tive um cuidado de trazer para trabalhar comigo pessoas de minha confiança e dentro da área de atuação. Sandro cuidou do planejamento do controle antidopagem na CBJ, que fui uma das primeiras confederações a apresentar plano de trabalho para ABCD. Portanto, há um histórico na escolha dele”, justificou Sampaio.


Nuzman diz que não fará mais eventos esportivos: “Cheguei ao meu limite”
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Daniel Brito

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Nuzman fez palestra aos servidores do Senado, em Brasília (Jefferson Rudy/Agência Senado)

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, 74, disse que não irá organizar mais eventos esportivos. A afirmação ocorreu na tarde de terça-feira, 25, no Senado, em palestra voltada apenas para servidores da casa. Em pouco mais de uma hora, Nuzman falou sobre os resultados dos Jogos Olímpicos e comentou sobre seus próximos passos.

“É muito importante vivermos de desafios. Eu adoro. Saindo aí de 15 anos organizando grandes eventos: Jogos Sul-Americanos-2002, Pan-Americanos-2007, Jogos Olímpicos-2016, é natural que eu tenha me questionado sobre os próximos desafios. Bom, em breve eles virão, mas eu não vou organizar mais eventos. Chega. Cheguei ao meu limite ao terminar os Jogos Olímpicos”.

Como já é sabido, Nuzman conquistou o direito de passar mais quatro anos à frente do Comitê Olímpico Brasileiro. Se este for seu último mandato, como se crê, deixará a entidade em 2020, após os Jogos de Tóquio, com 25 anos de presidência. Cogitou-se a possibilidade de ele candidatar-se à presidência da ODEPA (Organização Desportiva Pan-Americana), responsável pela organização do Pan e dos Jogos Sul-Americanos.

Após o fim da palestra, questionei Nuzman sobre esta afirmação. O diálogo transcorreu da seguinte forma.

– Blog do Brito: Em sua apresentação, você disse que não fará mais eventos esportivos, porque chegou ao seu limite. Quais são seus próximos planos?
Carlos Arthur Nuzman: Por enquanto não tem nada. Quando houver, anunciarei.
– Mas a Odepa é um horizonte?
Não tenho nenhuma decisão a respeito. 
– Vitor de Moraes (repórter do Correio Braziliense): Existe a possibilidade de você se afastar do COB para concorrer à presidência da Odepa?
Eu me afastar? Primeiro, não precisaria. Segundo, eu não decidi sobre isso.

Também perguntei sobre sua sucessão no COB e o novo vice-presidente da entidade, Paulo Wanderley, advindo da Confederação Brasileira de Judô. “O André Richer [vice de Nuzman no COB até então] foi durante muito tempo meu vice, mas ele já não queria mais continuar. Então escolhi o Paulo Wanderley, pelo excepcional trabalho que faz no judô. Agora, sobre sucessão, quem trata são as confederações, não sou eu”.

Antes de Tóquio-2020, bem antes, Nuzman afirma querer lançar dois livros e um filme sobre os Jogos Olímpicos do Rio-2016, do qual era presidente do Comitê Organizador. Os livros serão sobre a candidatura do Rio para receber a Olimpíada e outro sobre os Jogos em si. Já o filme, será como um documentário do evento. “Até o final do ano fica pronto, Aí a gente traz aqui [no Senado] e convida os senadores. Vamos dar essa colher de chá para eles”.


COB indica ex-diretor para Tribunal Único Antidopagem
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Daniel Brito

O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) indicou um ex-diretor-executivo, Marcus Vinicius Freire, para o Tribunal Único Antidopagem, que está em fase inicial de instalação. Ele trabalhou durante 18 anos no COB, sendo os últimos oito em função executiva. A sugestão foi dada ao Ministério do Esporte na última reunião do Conselho Nacional de Esporte (CNE), há uma semana.

O Tribunal representa um dos mais importantes pontos na nova estrutura de controle e combate ao doping no esporte no Brasil, exigida pela Wada (Agência Mundial Antidoping). Ele será mantido pelo Ministério do Esporte, mas deve prioritariamente conservar uma autonomia das entidades esportivas, sejam confederações, agremiações ou comitê olímpico e paraolímpico.

Com a sua criação, ficam extintos os julgamentos de casos de doping nas federações e confederações. Todos os episódios serão julgados no Tribunal Único Antidopagem, daí a origem do nome. Nele, haverá duplo grau de jurisdição: uma turma revisará o julgamento de outra. O trabalho será feito de acordo com a demanda de exames produzidas pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem).

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Marcus Vinicius Freire foi diretor do COB nos últimos oito anos

Críticas ao controle de dopagem
Marcus Vinícius Freire deixou o cargo no COB em setembro, anunciando que seguiria “novos rumos”. Foi o chefe da missão brasileira, auto-intitulada de Time Brasil pelo comitê, no Rio-2016. Na reta final da preparação para os Jogos Olímpicos, Marcus Vinícius criticou o excesso de exames antidoping ao qual os atletas brasileira vinham sendo submetidos pela ABCD, grande parceria do Tribunal. “Minha maior preocupação são as faltas. É a ABCD ir fazer o teste e não encontrar nosso atleta. Se ele leva três punições por falta, é considerado positivo. É matemático. Quanto mais testes você faz, mais faltas acontecem”, analisou, em março deste ano Freire.

O discurso para a imprensa casou com sua atuação nos bastidores. Foi o que acusou o médico português Luís Horta, ex-integrante da ABCD, em reportagem do diário Lance!, nos primeiros dias de agosto.

“A ABCD sempre desejou ter como objetivo primordial que as medalhas fossem muitas, mas limpas. Este objetivo, viemos a descobrir, não era partilhado por todos os interlocutores, pois alguns desejam apenas que fossem muitas medalhas, independentemente de serem limpas ou não. Tudo ficou muito claro quando o COB, através do seu diretor executivo [Marcus Vinicius Freire], começou a pressionar a ABCD, expressando a sua insatisfação relativa à quantidade excessiva de controles de dopagem fora de competição realizados pela ABCD nos brasileiros e à forma rigorosa como a ABCD estava a realizar a gestão das falhas relativas ao sistema de localização”.

Freire rebateu: “Trabalhei por seis anos em órgãos que combatem o doping. Nunca reclamamos por ter que realizar exames, mas sim pela quantidade exagerada a que os principais atletas eram submetidos pela agência durante a preparação. Em menos de um mês tiveram que fazer 10 testes, isso atrapalhava a preparação“.

Critérios para escolha
O prazo para instalação do Tribunal Único Antidopagem é fevereiro de 2017. O órgão será composto por membros indicados por representantes de entidades de administração do desporto, da Comissão Nacional de Atletas e do Ministério do Esporte. Os nomes serão apresentados na próxima reunião do Conselho Nacional do Esporte (CNE), marcada para o fim de novembro, e a escolha será realizada pelo próprio CNE, ao qual caberá a análise dos perfis técnicos dos indicados.