Romário fez cirurgia controversa para não largar doces; médico nega riscos
Daniel Brito
* Colaborou Pedro Ivo Almeida
A versão 2017 de Romário, senador da República pelo PSB do Rio, causou espanto. Fotos do ex-jogador com fãs e até jogando futevôlei na Barra da Tijuca circularam na internet com a informação de que ele está com diabetes e recupera-se de uma cirurgia para amenizar os efeitos da doença.
A cirurgia foi realizada no início de dezembro com o médico goiano Áureo Ludovico de Paula e foi motivo de controvérsias. Afinal, é grave o estado de saúde de Romário? Desde quando ele apresenta os sintomas da diabetes? Nunca mais poderá jogar seu futevôlei nas folgas no Rio?
“Absolutamente. Doze dias após o procedimento cirúrgico, Romário já estava jogando. Considero que o senador sente-se bem com o peso atual. Nas palavras dele: ‘Não me sinto assim há 15 anos’”, informou Ludovico.
O médico afirma que não há sequelas para a técnica, que Romário está fazendo reposição de mineirais e vitaminas e que, boa notícia para o senador, pode comer doces normalmente, tipo de alimento em que é fissurado. “As recomendações são as mesmas da organização mundial da saúde para vida saudável, acrescidas de necessidade de 5 refeições ao dia. Ele já está consumindo doces”, explicou o Ludovico.
Romário apresentou os primeiros quadros pré-diabetes há cerca de quatro anos. A situação se agravou com o passar dos anos até chegar aos níveis apresentados em exames feitos pela equipe de Ludovico em 2016.
“Quando nos procurou o IMC [índice de massa corporal] do Sr. Romário Faria era 31 kg/m2 [peso em quilogramas pelo quadrado da altura em metros] e estava apto para o procedimento após minuciosa e detalhada avaliação geral de pré-operatório”, disse o médico.
A diabetes 2 surge quando o organismo não consegue usar a insulina que produz de forma adequada, ou produz insulina insuficiente para controlar a glicemia. A doença se manifesta na idade adulta por uma junção de predisposição genética, sedentarismo, obesidade e má alimentação.
Se assemelha a uma cirurgia bariátrica convencional, a diferença da técnica a qual Romário foi submetido está na recolocação do íleo (fim do intestino delgado) entre o duodeno e o jejuno, o que aumenta a produção de hormônios da saciedade e melhoram o diabetes.
Como resultado pelo procedimento cirúrgico, Romário perdeu peso. Caiu dos 80 quilos, que exibia no Senado até dezembro para abaixo dos 70 quilos. “A perda de peso é temporária. O seu peso ideal será entre 65 e 70 kg”, explicou Ludovico.
A técnica é controversa e motivo de críticas por especialistas, conforme o UOL mostrou há duas semanas. “Não é uma técnica experimental por força de uma decisão de juízo federal, em vigência, válida para todas as pessoas no Brasil e alcança retroativamente a todos, desde o início. Esse juízo federal determinou ainda a regulamentação do procedimento pelo Conselho Federal de Medicina”, defende Ludovico.