Blog do Daniel Brito

Arquivo : Blog do Rodrigo Mattos

Imagine o que Dunga pode fazer com a seleção que tentará o ouro na Rio-16
Comentários Comente

Daniel Brito

Se a direção da CBF não tomar uma providência, Dunga assumirá um time pronto e ajustado que tentará a inédita medalha de ouro olímpica para o Brasil, na Rio-2016. Ele vai tomar o posto de Rogério Micale, técnico que acompanha o time sub-23 do Brasil desde o ano passado. Esta é a equipe que disputará os Jogos Olímpicos-16.

Micale é o técnico da equipe olímpica desde fevereiro do ano passado, quando Gallo foi demitido da função por Gilmar Rinaldi, e já foi orientado a entregar o cargo a Dunga às vésperas da Rio-16. Diferentemente de Dunga, o treinador da sub-23 tem humildade no discurso e reconhece os problemas do futebol brasileiro.

Durante o Pan do ano passado, em que o Brasil terminou com o bronze após levar uma virada relâmpago do Uruguai na semifinal, Rodrigo Mattos, blogueiro do UOL Esporte, ouviu impressões interessantes de Micale. “Não estamos tentando aprender com o nosso passado. Estamos fincados no passado porque ganhamos no passado. E não olhamos para frente. É como um carro. Se olhar para o retrovisor o tempo inteiro vai bater o carro. E já estamos com o carro todo batido”, analisou em uma metáfora.

Sob seu comando, o Brasil foi vice-campeão mundial sub-20, em junho de 2015, na Nova Zelândia. Teve menos de 20 dias para treinar a equipe e, ao final da competição, e admitiu: “O máximo que eu fiz aqui foi apresentar um conceito de jogo. Os jogadores compraram a ideia, entenderam o que estava sendo proposto e o resultado é o que se viu em campo”.

É importante dizer que Micale herdou o bom trabalho de Gallo na seleção. Foi Gallo quem garimpou talentos brasileiros nas equipes de base da Europa e os maturou para compor a seleção que irá ao Rio-16.

A maior participação de Dunga nesse processo olímpico foi ter traçado com Micale o planejamento do trabalho do ano passado até agora. Em campo, tanto no Pan quanto no Mundial sub-20 e até nos amistosos, o time pouco tinha a ver com as ideias que Dunga não conseguiu nem sequer passar à seleção principal.

Se Dunga não conseguiu ter sucesso comandando um time à beira do campo, como vimos nesta Copa América do Centenário, imagine o estrago que ele pode fazer a uma equipe de jovens a quem nunca passou instruções?

No próximo dia 29 sai a convocação da seleção olímpica.

A estreia será em 4 de agosto, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. Cabeça de chave do Grupo A, a seleção enfrentará ainda o Iraque, também na capital federal, em 7 de agosto. Na última rodada da fase classificatória, a equipe pega a Dinamarca, às 22h de 10 de agosto, em Salvador.

Quem estará no banco da seleção brasileira?

622_2ad4cbdf-bf7a-322d-a46b-286a43d59c6f

Micale (à esq.), Dunga e Cebola: conceitos distintos para a seleção olímpica (reprodução/CBFTV)


Como votaram os deputados ligados ao futebol e a outros esportes
Comentários Comente

Daniel Brito

A votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, encerrada nas primeiras horas desta segunda-feira, 18, contou com apoio dos parlamentares que tem ligações políticas com o esporte no país. Os
deputados federais que mantém ligações com a CBF se dividiram pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, como mostrou o meu companheiro de blog no UOL Esporte, Rodrigo Mattos. A confederação conta com nada menos que dois diretores e um vice-presidente na Câmara dos Deputados.

Outros parlamentares que compõem a “bancada do esporte” – que inclui não só o futebol, mas esportes olímpicos, paraolímpicos e até ex-ministros – optaram majoritariamente no “sim” ao impedimento da presidente.

Um dos líderes da bancada da bola e relator da abertura do processo de impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO), como era de se esperar, foi a favor do afastamento de Dilma. Seguiram o entendimento do goiano os deputados Goulart (PSD-SP), que tem o apoio da “Gaviões da Fiel’, Darcísio Perondi (PMDB-RS), que já recebeu doações de campanha da CBF e irmão de um ex-vice da confederação, Afonso Hamm (PP-RS) e Washington Reis (PMDB-RJ), membros da bancada da bola.

Também votaram “sim” o presidente da CPI da Máfia do Futebol, recém-instalada na Câmara, Laudívio Carvalho (SD-MG), Jaime Martins (PSD-MG), dirigente do Guarani de Divinópolis, Arnaldo Faria de Sá, ex-presidente da Portuguesa, Otávio Leite (PSDB-RJ), que, em 2015, relatou a MP do Futebol, Sílvio Torres (PSDB-SP), relator da CPI CBF/Nike, o ex-goleiro Danrlei (PSD-RS), Rogério Marinho (PSDB-RN), dirigente do ABC de Natal, Deley (PTB-RJ), o ex-armador do Fluminense, Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), ex-presidente do STJD da CBF, e Evandro Rogério Roman (PSD-PR), ex-árbitro de futebol.

Ex-ministros dizem “não”
Pela rejeição ao processo de impeachment manifestaram-se o presidente da Federação Amapaense de Futebol, Roberto Góes (PDT-AP), José Rocha (PR-BA), cartola do Vitória da Bahia e recebedor de doações declaradas de campanha eleitoral da CBF, e Andres Sanchez (PT-SP), partidário da presidente Dilma e ex-presidente do Corinthians.

Os ex-ministros do Esporte Orlando Silva (PCdoB-SP) e George Hilton (PROS-MG) votaram “não”. O ex-judoca João Derly (Rede-RS) votou “sim”, assim como Márcio Marinho (PRB-BA), presidente da Comissão de Esporte da Câmara. Manifestação idêntica à de Mara Gabrilli (PSDB-SP), que mantém projetos voltados para desporto paraolímpico.


CPI descobre advogado que emprestou R$ 1,5 milhão a Del Nero e Teixeira
Comentários Comente

Daniel Brito

Enquanto a CBF tenta esvaziar as sessões da CPI do Futebol no Senado, as investigações revelam dados importantes sobre como Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero faziam movimentações financeiras com seus parceiros. Um deles é o advogado especialista em direito desportivo Angelo Frederico Gavotti Verospi.

Há um requerimento para ser votado na CPI pedindo a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Verospi, mas que foi barrado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) minutos antes da votação.

O advogado emprestou R$ 1,5 milhão a Teixeira e Del Nero de 2007 a 2012. Teixeira foi agraciado com R$ 800 mil em 2007, segundo descobriu a equipe de investigadores da CPI no Senado. A este montante, somam-se outros R$ 700 mil de Verospi a Del Nero já em 2012, segundo revelou em dezembro o companheiro Rodrigo Mattos, em seu blog no UOL Esporte.

No dia em que compareceu à CPI, Marco Polo Del Nero deu sua versão. “Está no meu imposto de renda. É um mútuo que eu fiz com Verospi. Eu precisei de um dinheiro emprestado, R$ 600 mil ou R$700 mil, não me lembro exatamente quanto e eu o paguei. Paguei com dinheiro saindo da minha conta-corrente”, afirmou Del Nero em dezembro em depoimento à CPI.

Há uma ligação de Verospi com os negócios de compra e venda de imóveis de Marco Polo com o empresário Wagner Abrahão, que também está sendo investigada pela equipe da CPI.

Conexão Amazonas
Para entender o motivo dessas transações, o senador Romário (PSB-RJ) pediu, ainda em novembro de 2015, a quebra dos sigilos bancário e fiscal do advogado. O requerimento foi empurrado com a barriga pela ala pró-CBF na CPI até a primeira sessão de 2016, em fevereiro.

Foi quando Omar Aziz manifestou-se publicamente pela retirada deste requerimento da pauta com o seguinte argumento. “Eu queria que fosse retirado da pauta para a gente analisar direito. Eu já tinha até discutido isso com vossas excelências, mas não é nada que não possamos votar na próxima reunião, mas eu queria só que fosse retirado isso, por favor”.

Coincidência ou não, Verospi e Aziz ocuparam cargos públicos no Amazonas. Aziz foi vice-governador do Estado de 2003 a 2010, e governador de 2010 a 2014, além de vice-prefeito de Manaus. Verospi, por sua vez, é ex-superintendente da Secretaria Municipal de Assuntos Federativos de Manaus. Tambem é vice presidenta da liga universitária brasileira de futebol e ex-conselheiro do Palmeiras.

A quebra dos sigilos de Verospi está na pauta da próxima reunião, na quarta-feira, 9.


Eurico Miranda e Alexandre Kalil são convidados a depor na CPI do Futebol
Comentários Comente

Daniel Brito

Eurico Miranda e Alexandre Kalil são esperados na próxima sessão da CPI do Futebol no Senado. A audiência com os dois cartolas está agendada para a tarde da quarta-feira, 14. Sessões em semana com feriado, como esta que entra, costumam ser menos frequentadas, mas a contar pelas discussões quentes das duas últimas reuniões, esta pode ser uma das mais barulhentas.

Eurico incentivou o Baixinho a entrar na política. Embora se considerem amigos, os dois se encontram em lados diferentes.

O Vasco deve muito à CBF. Conforme mostrou meu colega Rodrigo Mattos em seu blog no UOL Esporte, o clube de São Januário é o maior devedor da confederação, com R$ 16 milhões a pagar. E a CBF foi generosa: “O dinheiro terá de ser pago a longo prazo pelo balanço vascaíno. Do total do débito do clube, só R$ 1,2 milhão terá de ser quitado em 2014, sendo o restante de R$ 14,8 milhões nos anos seguintes”, explicou Mattos em sua página.

Romário não se furta em atacar a CBF seja nos discursos em plenário, ou nas entrevistas. Já foi advertido por senadores sobre sua postura, mas ele mantém-se disparando contra a entidade, a qual deu um novo significado para a sigla CBF: “Casa Bandida do Futebol”.

Rivalidade mineira em Brasília
Já Kalil, ex-presidente do Atlético-MG, recém-eleito presidente da Liga Sul-Minas-Rio, reencontrará Zezé Perrella (PDT-MG), ex-presidente do Cruzeiro. Os dois tiveram diversos embates públicos quando davam as cartas em seus clubes em Minas Gerais. Ao saber que Kalil seria convidado para a CPI, Perrella interveio: “Convoca ele também, uai”, pediu na última quarta-feira, 7.

Porque a convocação não pode ser recusada, já o convite sim, e cartolas dos clubes da liga presidida por Kalil foram todos convidados a comparecer à última audiência pública da comissão, mas cada um alegou um motivo para não se fazer presente.

Perrella elogiou a iniciativa de levar o atleticano à CPI, mas não deixou de provocar: “A gente discutia muito, cada um defendendo, obviamente, o seu clube, mas eu o respeito como dirigente, foi um excelente dirigente. Quando eu estava lá, ele não ganhou nada. Até brinquei com ele dizendo que depois que eu saísse ele teria alguma chance. E acabou sendo campeão da Libertadores. Mas é um grande dirigente. E a contribuição dele aqui eu sei que vai ser importante para a gente.”


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>