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Arquivo : Dilma Rousseff

Saiba por que o Brasil não liberou visto para turistas chineses na Rio-2016
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Daniel Brito

MEI 52701459 Argentina v China Brasília International Tournament BRASILIA, BRAZIL - DECEMBER 14 Argentina v China at Mane Garrincha Stadium on December 14, 2014 in Brasilia, Brazil (Photo by Celso Junior/Getty Images)

Chineses em jogo de futebol no DF: fluxo migratório barrou liberação de visto (Celso Junior/Getty)

Correu, timidamente, na Câmara dos Deputados, um projeto de lei para incluir a China entre os países beneficiados pela liberação de visto de entrada para turistas no Brasil durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016. Apenas quatro países foram contemplados com a isenção de vistos: Japão, Canadá, Estados Unidos e Austrália.

A China conta com quase 110 milhões de cidadãos a viajar pelo mundo anualmente e são, estatisticamente comprovado, os mais perdulários. Em 2015, deixaram no exterior US$ 215 bilhões (R$ 715 bilhões). Mas ficaram de fora dos planos do governo federal de incrementar o faturamento com turismo dos chineses. Na contramão, inclusive, do movimento do governo em atrair chineses ao Brasil.

Basta lembrar que em fevereiro deste ano, a então presidente em exercício Dilma Rousseff abriu uma conta no Weibo, o Twitter da China, e gravou uma mensagem aos usuários desta plataforma convidando-os ao Brasil durante os Jogos do Rio-2016. Concluiu sua gravação de pouco mais de 30 segundos com um sorriso e uma saudação em mandarim: “Zai chen” (até logo).

Quatro critérios definiram os países beneficiados com a suspensão temporária do visto. Em três deles a China mostrava-se apta: gastos no exterior, tradição olímpica, fluxo de turistas no Brasil. Foi o quarto quesito que excluiu a China dessa lista: risco migratório.

Em 2014 e 2015, a China foi o país fora das Américas com maior quantidade de vistos de permanência ou de trabalho emitidos pela Polícia Federal, com quase 12 mil autorizações. Mais até que os Estados Unidos, empatado com a Argentina.

Não há, contudo, registros atualizados de imigrantes ilegais da China no Brasil.

O que o Brasil quer evitar não é o aumento do fluxo de imigrantes legais e qualificados profissionalmente, mas de ilegais, que entram em território nacional em grande parte pelo Paraguai, e se instalam nas grandes cidades, em condições precárias, tendo que levar a vida como vendedores ambulantes de mercadoria falsificada, em trabalho, muitas vezes, análogo à escravidão.

O blog tentou contato com a Embaixada da China no Brasil, mas não obteve resposta. Conversei com um jornalista chinês que trabalha como correspondente no Brasil e na América Latina há mais de uma década, e ele me deu um panorama diferente do risco migratório de seu país atualmente.

Ele me contou que grande parte deste tipo de imigrante vem da cidade de Cantão, terceira maior do país, também conhecida como Guangzhou. Segundo o jornalista, com a crescente atividade econômica e financeira de Cantão, caiu sensivelmente o deslocamento para o Brasil de cidadãos daquela região no sul da China. O lugar é chamado pejorativamente de “o paraíso da pirataria”, o que explica muito sobre a atividade na qual os imigrantes ilegais são obrigados a exercer quando estão por aqui.

O tal projeto de lei que pede a liberação de visto para os chineses na Câmara dos Deputados, em Brasília, não deve ser colocado em votação, porque não há tempo hábil para apreciação e votação em plenário. O autor da proposta é William Woo (PV-SP), suplente de deputado, que já nem está mais no cargo – devolveu-o para Roberto de Lucena (PV-SP), às vésperas da votação do impeachment, em abril.

Longe de Brasília, Woo vibra com o fato de o projeto não ter ido adiante. “Do jeito que esta Olimpíada está, tenho medo até que os chineses venham e aconteça alguma coisa de ruim com eles aqui”, disse, entre risadas.

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - JUNE 09: Tourists take photos of the view by the Christ Redeemer Statue on June 9, 2014 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by Julian Finney/Getty Images)

Rio de Janeiro durante a Copa-14: sem grandes incidentes envolvendo turistas (Julian Finney/Getty)


Assessores de Temer já participam de reuniões na Rio-16 e causam saia-justa
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Dilma-posse

Ante à possibilidade de ser o presidente da República em agosto, mês dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, Michel Temer já conta com assessores em reuniões estratégicas com Comitê Organizador, prefeitura e governo estadual. Aconteceu, por exemplo, no mês passado, durante encontro para discutir logística de transporte de Chefes de Estado.

A saia-justa se deu pelo fato de sentarem-se à mesma mesa assessores da presidente Dilma Rousseff e também do vice, Michel Temer. Ambos os grupos falando na condição de Chefe de Estado.

Acabou criando um clima estranho na sala de reunião, porque ninguém ali podia admitir em público a queda de um ou a ascensão de outro, embora seja notório o clima de tensão e instabilidade política que os cerca. Até então, apenas os auxiliares de Dilma participavam deste tipo de encontro na Rio-16, mas como ela está na iminência de ser suspensa do cargo por até 180 dias pelo Senado, Temer passou a enviar emissários ao Rio para dar as diretrizes de seu governo.

O mais curioso é que na cerimônia da chegada da chama olímpica ao Brasil, na terça-feira, 3, no Palácio do Planalto, em Brasília, nenhum assessor do vice-presidente estava presente e o nome de Michel Temer nem sequer foi citado pelos que foram ao púlpito.

A previsão é de que mais de 80 mandatários venham ao Rio de Janeiro em 5 de agosto, dia da cerimônia de abertura dos Jogos. Cogita-se a ideia de reunir a todos no Palácio das Laranjeiras, na zona sul do Rio, e dali partir em comboio até o Maracanã, palco da festa inaugural. A dúvida é saber quem será o Chefe do Estado brasileiro que receberá os estrangeiros.


Rede de TV CNN se pergunta: “Ainda haverá Olimpíada no Brasil?”
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2016-04-19 11.13.42A rede de TV norte-americana CNN publicou reportagem nesta terça-feira, 19, sobre a situação do Brasil para receber os Jogos Olímpicos do Rio-2016 e se fez uma pergunta: “Haverá Olimpíada no Brasil?”. Reportagem assinada por Shasta Darlington e Flora Charner lembra que o país enfrenta “desafios” sem precedentes.

“A três meses dos Jogos, Brasil está enfrentando o surto de zika vírus, que foi ligado a um problema congênito raro em crianças infantis [microcefalia]; uma recessão paralisante que deixou centenas de milhares de desempregados e alçou a inflação às alturas; e uma crise política que tem implicado alguns dos legisladores mais poderosos do país”.

A reportagem lembrou que, ao contrário da preparação para a Copa do Mundo Fifa-2014, as obras de construção dos locais de competição estão quase todas terminadas, mas a venda de ingressos ainda é considerada baixa – apenas 55% dos tíquetes já foram comercializados, segundo informou os organizadores à CNN.

As jornalistas Shasta Darlington e Flora Charner fizeram uma abordagem um pouco mais ampla sobre o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff por “esconder déficits orçamentários em 2014”. As repórteres lembraram no texto que caso o impedimento venha a se concretizar, quem assume é o vice, Michel Temer, cujo o partido está diretamente ligado a esquemas de corrupção.

“A principal missão do presidente da República nos Jogos Olímpicos seria presidir a cerimônia de abertura [em 5 de gosto]. Mas grande parte da organização local foi levado não por Dilma, mas pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes”, lembrou o artigo da CNN.

Por fim, a reportagem informa que a rede hoteleira do Rio está comemorando o alto número de reservas durante o período dos Jogos Olímpicos (5 a 21 de agosto). A secretaria de turismo do município do Rio de Janeiro aguarda mais de um milhão de turistas na cidade no período dos Jogos.

Em entrevista a correspondentes internacionais no Brasil nesta terça-feira, 19, Dilma respondeu ao questionamento sobre se Rio-2016 seria afetada pela crise política. “Todos os estádios e estruturas, seja no que se refere à segurança, ao Parque Aquático, canoagem slalom, ou na capacidade de vocês [jornalistas] se comunicarem com o mundo. Temos toda estrutura de energia montada. Acredito que os Jogos estão em situação adequada. Talvez tenhamos nos antecipado até mais do que esperavam que nos antecipássemos. O governo federal investiu muito. O investimento maior é privado, mas se você vir quem financiou o privado são bancos públicos federais. Tivemos todo  o cuidado com governo do Rio de Janeiro para haver legado, sob forma de escolas, estruturas esportivas, sob forma de política de esportes que proporcionou aos nosso atletas um suporte que nunca tiveram. Serão o os melhores jogos olímpicos deste país, e do mundo”.


Como votaram os deputados ligados ao futebol e a outros esportes
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Daniel Brito

A votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, encerrada nas primeiras horas desta segunda-feira, 18, contou com apoio dos parlamentares que tem ligações políticas com o esporte no país. Os
deputados federais que mantém ligações com a CBF se dividiram pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, como mostrou o meu companheiro de blog no UOL Esporte, Rodrigo Mattos. A confederação conta com nada menos que dois diretores e um vice-presidente na Câmara dos Deputados.

Outros parlamentares que compõem a “bancada do esporte” – que inclui não só o futebol, mas esportes olímpicos, paraolímpicos e até ex-ministros – optaram majoritariamente no “sim” ao impedimento da presidente.

Um dos líderes da bancada da bola e relator da abertura do processo de impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO), como era de se esperar, foi a favor do afastamento de Dilma. Seguiram o entendimento do goiano os deputados Goulart (PSD-SP), que tem o apoio da “Gaviões da Fiel’, Darcísio Perondi (PMDB-RS), que já recebeu doações de campanha da CBF e irmão de um ex-vice da confederação, Afonso Hamm (PP-RS) e Washington Reis (PMDB-RJ), membros da bancada da bola.

Também votaram “sim” o presidente da CPI da Máfia do Futebol, recém-instalada na Câmara, Laudívio Carvalho (SD-MG), Jaime Martins (PSD-MG), dirigente do Guarani de Divinópolis, Arnaldo Faria de Sá, ex-presidente da Portuguesa, Otávio Leite (PSDB-RJ), que, em 2015, relatou a MP do Futebol, Sílvio Torres (PSDB-SP), relator da CPI CBF/Nike, o ex-goleiro Danrlei (PSD-RS), Rogério Marinho (PSDB-RN), dirigente do ABC de Natal, Deley (PTB-RJ), o ex-armador do Fluminense, Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), ex-presidente do STJD da CBF, e Evandro Rogério Roman (PSD-PR), ex-árbitro de futebol.

Ex-ministros dizem “não”
Pela rejeição ao processo de impeachment manifestaram-se o presidente da Federação Amapaense de Futebol, Roberto Góes (PDT-AP), José Rocha (PR-BA), cartola do Vitória da Bahia e recebedor de doações declaradas de campanha eleitoral da CBF, e Andres Sanchez (PT-SP), partidário da presidente Dilma e ex-presidente do Corinthians.

Os ex-ministros do Esporte Orlando Silva (PCdoB-SP) e George Hilton (PROS-MG) votaram “não”. O ex-judoca João Derly (Rede-RS) votou “sim”, assim como Márcio Marinho (PRB-BA), presidente da Comissão de Esporte da Câmara. Manifestação idêntica à de Mara Gabrilli (PSDB-SP), que mantém projetos voltados para desporto paraolímpico.


O curioso caso de George Hilton, o ainda ministro do Esporte
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Daniel Brito

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George Hilton: um ministro cujo próprio partido desaprova o governo do qual faz parte (Folhapress)

George Hilton ainda é o ministro de um dos orçamentos mais volumosos da Esplanada dos Ministérios, mas seu partido, o PRB, já desembarcou da base de apoio da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional.

A queda de Hilton do cargo de ministro do Esporte até já foi noticiada na imprensa. Em uma nota coberta, o Jornal Nacional da TV Globo de quarta-feira, 16, anunciou que o PRB entregara todos os cargos na esfera federal de volta à presidente, inclusive o Ministério do Esporte. Jornais e sites também publicaram a informação.

Na manhã do dia seguinte, a quinta-feira, 17, na abertura da cerimônia de posse de Lula como Ministro Chefe da Casa Civil, no Palácio do Planalto, Dilma saudou publicamente a todos os ministros presentes, entre os quais Hilton. Ele fazia planos de encontrar-se com a presidente após a cerimônia. Faltou combinar com a Justiça Federal, cuja 4ª Vara (do Distrito Federal) expediu liminar suspendendo a posse de Lula.

Ficou impossível falar sobre o Ministério do Esporte com Dilma após este episódio na tarde de ontem.

Hilton, então, voltou para seu gabinete no Bloco A da Esplanada dos Ministério e deu expediente até as 19h. Havia a expectativa de encaixar um horário na agenda de Dilma ainda ontem. Ele quer continuar no cargo. Vislumbra voos mais altos na política, quem sabe uma candidatura ao Senado em 2018.

Mas o PRB defende o impeachment de Dilma Rousseff, conforme artigo na Folha de S.Paulo, da sexta-feira passada, 11, de autoria de Marcos Pereira, presidente da legenda. Hilton foi chamado a se explicar ao Planalto.

E em nota oficial à imprensa, defendeu o governo Dilma, elencou o que ele considerou ser conquistas desta gestão e encerrou dizendo: “O ministro George Hilton defende que na democracia temos o direito de divergir e não concordar com um modelo de gestão, mas temos o dever de reconhecer os avanços e contribuir com propostas que permitam a construção de soluções para o nosso país”.

E agora, uma pasta cujo orçamento anual bate na casa de R$ 1,3 bilhão, e tem a responsabilidade de financiar obras dos Jogos do Rio-2016, além da preparação dos atletas nacionais que competirão em agosto, está em uma encruzilhada política. Um ministro cujo próprio partido desaprova o governo do qual faz parte, e um governo em busca de apoio no Congresso Nacional para derrubar o processo de impeachment.

Se permanecer no cargo, Hilton terá a missão de trazer o PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, de volta à base governista, afinal são 21 deputados federais na legenda. Caso contrário, nã fará sentido ao governo mantê-lo como ministro.


Brasília está em chamas, mas Dilma ainda precisa tratar sobre doping*
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Laboratório preparada para os Jogos-16 pode ficar sem uso (divulgação)

*Atualizada às 12h30

É, no mínimo, curioso que uma operação chamada Lava Jato tenha incendiado Brasília nos últimos dias. E que, em meio às chamas da destruição, haja um decreto em cima da mesa da presidente Dilma Rousseff, à espera de assinatura, que pode livrar o Brasil de um vexame internacional na esfera esportiva.

Encerra-se amanhã, sexta-feira, 18, o prazo dado pela Wada (sigla em inglês para Agência Mundial Anti-doping) para que o país regularize sua legislação esportiva e canalize em um único tribunal todos os julgamentos de casos de doping no Brasil. Ou faz isso, ou é descredenciado pela Wada.

O Brasil sabe dessa condição desde novembro último. O melhor cenário seria apresentar uma proposta de emenda constitucional na Câmara dos Deputados, em Brasília, e fazê-la vencer todos os trâmites no legislativo. Mas o calendário pesou contra. Primeiro, porque o Congresso Nacional está em ebulição sob a gestão Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal). Depois, dezembro só houve expediente na primeira quinzena, e em ritmo lento, janeiro e início de fevereiro houve o recesso parlamentar. Da segunda quinzena de fevereiro até este dia 18 de março não haveria tempo hábil para debater e aprovar uma PEC na Câmara no cenário atual.

Entraram em cena Casa Civil e AGU (Advocacia Geral da União). Entendeu-se, portanto, que era melhor um decreto presidencial. No início de março foi divulgado que algum dia entre 15 e 18 de março a presidente Dilma assinaria o decreto.

Nele, os casos de doping que hoje são julgados nos tribunais de cada confederação esportiva iriam direto para uma espécie de STF do doping, com a diferença de ser a primeira e única instância nos julgamentos no país. Cairia de 60 para 21 dias o limite para julgamento de sanções disciplinares, em consonância com regulamentação da Wada de 2013.

Como se vê, Brasília está em chamas. A presidente envolta em crise que parece longe do fim. Nem mesmo o ministro do Esporte, George Hilton (PRB-MG), sabe até que dia (ou melhor, até que horas) vai ter o direito de ocupar a sala que utiliza no alto do Bloco A da Esplanada dos Ministérios. Na ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) há um otimismo insofismável quanto à assinatura, apesar da conjuntura. Até porque, é tudo o que o Brasil precisa para levar à Wada: a assinatura e não a instalação imediata do tal STF do doping.

Mas se o decreto não sair até sexta-feira, o Brasil perde o credenciamento da Wada no ano dos Jogos Olímpicos no país. Não que isto já não tenha ocorrido. Em 2014, a Copa do Mundo Fifa foi realizada sem o credenciamento do país para analisar exames antidopagem. A diferença é que agora, o Brasil tem um laboratório de controle de doping novinho, no qual foram empreendidos quase R$ 190 milhões pensando nos Jogos-2016. E sem o decreto presidencial, sem a assinatura em meio ao caos, este laboratório ficará sem uso durante a Rio-2016.

Amanhã é o último dia.

Atualização: Foi publicado na edição desta quinta-feira, 17, no Diário Oficial da União a portaria que cria o Código Brasileiro Antidopagem, em que estabelece normas e diretrizes para o controle de dopagem no país. O Tribunal Antidopagem é citado na portaria, mas sua criação ainda não foi oficializada, que é esperada para ainda esta quinta-feira, 17. “Hoje uma edição extra do Diário Oficial completa o conjunto de medidas que atendem todas as exigências da Wada-AMA. Portanto, o Brasil manterá a sua conformidade com o Código Mundial Antidopagem. Hoje foi dado um enorme passo na luta contra a dopagem no esporte no Brasil e fica assegurado o LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem) como o laboratório dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016”, afirmou o secretário nacional para a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Maurco Aurelio Klein.


Gripada, Dilma evita imprensa e atletas em homenagem no Palácio do Planalto
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Daniel Brito

Em meio ao noticiário da prisão do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, a presidente Dilma Rousseff mudou a programação para receber a seleção brasileira feminina de handebol, na manhã desta quarta-feira, 25.

O evento seria no Salão Nobre do Palácio do Planalto, espaço amplo em que costumeiramente promove homenagens a atletas, mas transferiu a solenidade para a sala de audiências do Palácio, muito menor, no terceiro andar. Assim, a imprensa não teve acesso ao encontro, nem os cinegrafistas puderam fazer imagens. Apenas os fotógrafos tiveram um momento para registrar a reunião. “Como era muita gente, fizemos em um sala menor, para dimensionar com a quantidade. Ela [presidente Dilma Rousseff] queria um momento mais próximo com as meninas”, justificou George Hilton

Segundo relato das jogadoras, a presidente parecia tranquila e descontraída. Três atletas contaram que Dilma Rousseff cumprimentou a todas com beijo no rosto mas, em seguida, desculpou-se e disse que se afastaria das atletas para não transmitir o vírus às atletas. Em dezembro, elas defendem o título mundial em campeonato na Dinamarca. Mas não teria dado a gripe como justificativa para encurtar o encontro, que durou menos de uma hora.

Mas, ainda segundo relatos, ela não aparentava abatimento ou nem mesmo uma simples corisa que poderia ser um indicativo de um resfriado.
A capitã da seleção, Dara, deu uma camisa da equipe autografada pelas jogadoras e agradeceu ao apoio do Banco do Brasil e Correios à modalidade.

O presidente da CBHand (Confederação Brasileira de Handebol), Manoel Luiz Oliveira, pediu em seu discurso para que o patrocínio da confederação com o Banco do Brasil fosse prorrogado por mais um ano. “E ela [Dilma] atendeu prontamente em sua fala, pedindo ao Banco para que fosse estendido o apoio ao handebol”, relatou o cartola.

A seleção feminina de handebol está em Brasilia para disputar um torneio amistoso preparatório para o Mundial da modalidade, de 5 a 20 de dezembro, na Dinamarca.


Forças Armadas renovam apoio a atletas olímpicos até Tóquio-2020
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Dilma homenageou os atletas militares no Palácio do Planalto (Crédito: Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma homenageou os atletas militares no Palácio do Planalto (Crédito: Roberto Stuckert Filho/PR)

O Brasil contará com atletas militares por pelo menos duas edições dos Jogos Olímpicos. Eles já estavam confirmados no Rio-2016, mas hoje, após evento com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, veio a confirmação de que as Forças Armadas manterão o investimento no esporte de alto rendimento até os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

A informação foi dada ao blog pelo brigadeiro Carlos Amaral, diretor do DDM (Departamento de Desporto Militar) do Ministério da Defesa. Ele é o responsável pelo departamento que seleciona os atletas que integrarão as Forças Armadas.

O programa, iniciado em 2008 para os Jogos Mundiais Militares, realizados no Rio, em 2011, se encerraria em 2016, após os Jogos do Rio. Mas, segundo o brigadeiro Amaral, devido ao desempenho exitoso nas principais competições internacionais, em breve será aberto edital para seleção de atletas com possibilidade de chegar a Tóquio-2020. Antes, porém, disputarão os Jogos Mundiais Militares-2019, em Wuhan (China).

Dilma cumprimenta atletas em encontro em Brasília (Crédito: Pedro Ladeira/Folhapress)

Dilma cumprimenta atletas, em Brasília (Crédito: Pedro Ladeira/Folhapress)

Como funciona
Duas pastas atuam conjuntamente na gestão do programa: Defesa e Esporte. O orçamento é compartilhado e bate na casa dos R$ 25 milhões anuais para o programa. Para ingressar nas Forças Armadas, o atleta deve atender aos requisitos de um edital público, ser aprovado em análise de seu currículo esportivo feita por Comitê Olímpico Brasileiro e Ministério do Esporte.

Se selecionado, ele é submetido ao curso de formação de oficial, cujo período é menor do que aquele para oficiais de carreira, e ganha o direito de receber salários mensais, cerca de R$ 3.5 mil, férias remuneradas, 13º salário, e todos os outros benefícios que os demais militares usufruem. Após os oito anos de serviço, o atleta é dispensado das Forças Armadas, mas não tem direito a se aposentar como militar.

As Forças Armadas contam com mais de 600 desportistas contemplados pelo programa de apoio a 25 modalidades, 20 das quais fazem parte do programa dos Jogos Olímpicos. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, foram 123 representantes da Marinha, Exército ou Aeronáutica entre os 590 que compuseram o time do COB (Comitê Olímpico Brasileiro).

Encontro em Brasília
A presidente Dilma Rousseff recebeu de 41 dos 280 atletas que representaram o Brasil nos Jogos Mundiais Militares, neste mês de outubro, na Coreia do Sul. O Brasil terminou na segunda colocação no quadro de medalhas, com 84 medalhas, sendo 34 de ouro.

“Ninguém ganha um segundo lugar sem muito esforço, muita abnegação, muita dedicação. Então, a ética do trabalho, a ética do esforço fica bastante clara nessa vitória. Em segundo lugar, porque também sem cooperação entre vocês… Para o sucesso é importante cooperar. Para todas as atividade da vida é importante cooperar. E, em terceiro lugar, porque vocês conquistaram de forma justa e reconhecendo os adversários, respeitando os adversários. Então, o proverbial fair play que o esporte desenvolve em cada um de nós”, discursou Dilma.

Ela recebeu de Júlio Almeida, do tiro esportivo, o uniforme de competição da delegação nos Jogos Mundiais Militares. Antes, porém, cumprimentou a todos os homenageados, que prestaram continência à presidente. “Os Jogos Mundiais Militares são muito importantes para todas as atividades esportivas, principalmente porque somos o país sede da Olimpíada e Paraolimpíada do ano que vem. Porque certamente veremos os atletas que estão aqui [no Palácio do Planalto], com a medalha no peito no ano que vem no Rio”, disse Dilma, em seu rápido discurso.


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