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CPI do Futebol aprova quebra de sigilo de ex-namorada de Del Nero
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Daniel Brito

A CPI do Futebol no Senado aprovou a quebra dos sigilos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático, incluído o Relatório de Informações Fiscais (RIF)  da apresentadora e modelo Carolina Galan, ex-namorada de Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF, desde 1 de janeiro de 2013 até hoje.

Mas a CPI retirou da pauta a quebra dos sigilos de Kleber Leite, da sua empresa, a Kefler, e do advogado  ngelo Frederico Gavotti Verospi, além de adiar o requerimento que pede a cópia dos os dois contratos envolvendo o jornalista Mário Rosa, apreendidos na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF),na cidade do Rio de Janeiro (RJ), como parte da Operação Acrônimo.

Desde novembro que o pedido para investigar as atividades telefônicas, fiscais e bancárias de Carol Galan estavam na pauta, mas foi constante adiado pelos senadores. As análises da equipe da CPI encontraram movimentações suspeitas nas contas da modelo. O requerimento só entrou em votação realizada nesta quarta-feira, 17, na primeira sessão do ano.

Carol manteve um relacionamento estável com Marco Polo por quase cinco anos até meados de 2014, enquanto Del Nero era o mandatário da FPF (Federação Paulista de Futebol). Durante este período, foi apresentadora de um programa infantil de auditório em espaço na grade de programação da Rede Vida comprado pela FPF.

Coronel Nunes convidado
A comissão também aprovou o convite ao presidente interino da CBF, Coronel Antônio Nunes, na primeira sessão deste ano, na tarde desta quarta-feira, 17. O cartola terá de explicar como foram gastos os recursos do governo do Estado do Pará para a Federação Paraense de Futebol, da qual Nunes foi presidente. Ele está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual por esse patrocínio.

Dos 13 requerimentos colocados em votação, todos foram aprovados sem ressalvas. Inclusive a quebra dos sigilos de Rogério Caboclo, homem de confiança de Marco Polo, diretor executivo de gestão da CBF, Ariberto Pereira dos Santos, tesoureiro da confederação durante a gestão Ricardo Teixeira (1989-2012), Júlio Cesar Avelleda, ex-secretário-geral da CBF, Antônio Osório Lopes Ribeiro da Costa, ex-diretor financeiro da confederação.

Já o empresário Wagner José Abrahão, envolvido em negociações de imóveis com Marco Polo, terá de abrir seu sigilo telefônico e telemático (mensagens escritas) quebrados desde maio de 2007 a maio de 2015. O sigilo fiscal e bancário do empresário já havia sido quebrado.

Também serão devassadas pela CPI com a abertura do sigilo telefonico e/ou fiscal e bancário Lilian Cristina Martins, Rita de Cássia Rodrigues Moreira, Fernando Jales Oliveira, além das empresas Atena Operadora Turística Ltda e Zayd Empreendimentos 2025 Ltda.

“Nenhum requerimento entrou na pauta porque o presidente desta comissão acha ou pensa alguma coisa de alguém. Tudo que é proposto aqui é baseado nas investigações da nossa equipe aqui do Senado, que encontrou irregularidades envolvendo algum desses. É tudo baseado em dados e análises feitas com as quebras de sigilos desta CPI”, explicou Romário (PSB-RJ), presidente da CPI do Futebol no Senado.


Deputado já não esperava abertura de CPI do Futebol na Câmara
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Daniel Brito

Autor do pedido de instalação da CPI do Futebol na Câmara dos Deputados, o deputado João Derly (Rede-RS), disse que já não esperava a criação da comissão da comissão. A confirmação veio na noite de quinta-feira, 28, por meio de uma notícia da Agência Câmara, na qual o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O requerimento de Derly é de junho, na esteira das prisões efetuadas pelo FBI em Zurique, na qual José Maria Marin foi detido quando estava hospedado no luxuoso hotel Bar au Lac, na cidade Suíça.

“Eu já não esperava mais pela CPI. Mas no final de novembro do ano passado perguntei ao presidente Eduardo Cunha se havia a possibilidade de ela ser aberta. Foi quando ele me avisou que em março a CPI do Futebol seria instalada na Câmara”, disse Derly ao blog.

As irregularidades envolvendo os negócios da CBF e da Fifa no Brasil devem começar a ser debatidas pelos deputados ainda em fevereiro, após o fim da CPI do BNDES, prevista para a semana seguinte à do Carnaval. A demora para instalação da CPI na Câmara é justificada por um item no regimento interno da Casa. Apenas cinco comissões de inquérito podem ser realizadas paralelamente, o que já estava em curso em junho, quando Derly entrou com o pedido. Assim ele entrou em uma longa fila, que agora chega ao fim, segundo o anúncio de Cunha.

Ela vai correr em paralelo com a do Senado, de autoria de Romário (PSB-RJ), que também a preside. Os senadores já trabalham nas investigações desde agosto e a previsão é de que dure até a metade deste ano.

‘O ideal seria uma CPMI [Comissão Parlamentar Mista de Inquérito], com a participação de senadores e deputados, mas não foi possível. Então, vamos estudar tudo o que foi feito no Senado, pegar alguns fatos que ocorreram lá para não errar na apuração na Câmara”, previu.

O deputado disse que não acredita que a abertura da CPI do Futebol tenha como propósito desviar os holofotes do processo de cassação de mandato de Cunha por envolvimento no escândalo da Lava Jato. “Isso só vou conseguir responder com certeza quanto estiver em Brasília”, avisou o deputado, que está em recesso até a próxima semana.


Jucá quer “convidar” Del Nero para CPI e entra em colisão com Romário
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Daniel Brito

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) ignorou as investigações do FBI e da Justiça dos Estados Unidos e apresentou requerimento para que Marco Polo Del Nero seja “convidado” a comparecer na CPI do Futebol do Senado brasileiro.

“Que seja convidado a comparecer a esta comissão parlamentar de inquérito (CPI), no dia 15 de dezembro de 2015, o Sr. Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para contribuir com informações e sugestões relativas ao aprimoramento do arcabouço normativo aplicável à prática do futebol no Brasil”, justificou Jucá em seu requerimento, publicado hoje na página da comissão na internet.

Este pedido coloca Jucá, que é relator da CPI, em confronto direto com Romário (PSB-RJ), presidente da comissão. Ainda em agosto, em uma das primeiras sessões, o ex-jogador apresentou requerimento para convocar Marco Polo a depor. Nenhum dos dois pedidos foi colocado em votação na CPI.

Marco Polo Del Nero já havia sido convidado e sua presença era aguardada para a sessão desta terça-feira. Mas foi adiada porque o presidente licenciado da CBF não respondeu aos chamados da equipe do Senado.

A diferença entre convocação e convite é que o convidado pode recusar-se a comparecer. Caso vá a uma sessão da CPI, pode deixar de assinar o termo de compromisso de falar apenas a verdade em seu depoimento. Foi o que fizeram os presidentes de federações em recente audiência pública desta mesma CPI. Os convocados são obrigados a marcar presença na sessão.

Del Nero tentou barrar sua ida ao Senado antes mesmo de o requerimento convocando-o fosse apreciado. Ele entrou com um habeas corpus preventivo no STF, em que pedia para não ser obrigado a comparecer e, se o fizesse, não precisasse assinar o termo para dizer a verdade em depoimento e nem tampouco pudesse ser preso por desacato ou por não responder. O ministro Gilmar Mendes negou o pedido do cartola.

A sessão da CPI em que os requerimentos de Jucá e Romário entrarão em pauta está agendada para esta quarta-feira, 9, às 14h30.


Del Nero entra com habeas corpus para não ser preso na CPI do Futebol
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Daniel Brito

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, entrou com um pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para que não seja preso durante depoimento da CPI do Futebol no Senado. A medida já está na mesa do ministro Gilmar Mendes e chegou à secretaria da comissão parlamentar de inquérito nesta quinta-feira, 12.

Del Nero quer a garantia de que não será preso ou ameaçado de prisão durante seu depoimento. Ele também pede o direito de permanecer calado e de estar acompanhado de seu advogado na sessão, com quem pretende ter o direito de se comunicar durante o depoimento. O cartola também requereu o direito de não assinar o termo de compromisso de só falar a verdade na CPI.

Detalhe, Del Nero nem sequer foi convocado ainda para depor na CPI. Há, apenas, um proposta de convocação, apresentada no plano de trabalho, de agosto, pelo relator Romero Jucá (PMDB-RR). O habeas corpus foi confeccionado pelo escritório José Batochio Advogados Associados, de São Paulo.

E ele vai na contramão do discurso de Marco Polo à imprensa. Uma das justificativas para não acompanhar a seleção nos jogos fora do Brasil é de que está ocupado com a CPI do Futebol. Quando há a perspectiva de que participe, pede para manter-se calado e não se compromissar em dizer a verdade.

O habeas corpus chega à CPI um dia depois de fracassar a sessão secreta em que 23 requerimentos seriam colocados em votação, mas não foi realizada por falta de quórum.

Testemunha x Investigado
A justificativa de Del Nero para que entrasse com o habeas corpus antes mesmo da convocação por considerar que a CPI o trata como investigado e não como mais uma testemunha do objeto de investigação da comissão.

“É fato inequívoco que o Paciente [Marco Polo Del Nero]  não é – e nem nunca foi testemunha dos fatos […]. Ele está claramente sendo chamado de suspeito, segundo massivamente publicado na mídia e proclamado por alguns parlamentares. Tanto assim que [Del Nero] viu aprovada a quebra do seu sigilo fiscal e bancário.”

Outro motivo para entrar com a medida no STF é a postura do senador Romário (PSB-RJ), presidente da CPI, nas entrevistas, em que afirma que um dos objetivos da comissão é prender o presidente da CBF.


Sessão secreta fracassa e senadores pedem prorrogação da CPI do Futebol
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Daniel Brito

Não houve quórum para a realização da sessão secreta da CPI do Futebol nesta quarta-feira, 11, no Senado. Apenas três senadores compareceram ao plenário que tinha como pauta 23 requerimentos para quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de diversas pessoas ligadas à CBF e Marco Polo Del Nero e José Maria Marin.

Segundo o presidente da CPI, Romário (PSB-RJ), não houve a quantidade mínima de parlamentares na reunião porque seis integrantes não tiveram acesso a toda a documentação que já está em poder da equipe que investiga as contas de Del Nero, Marin, Ricardo Teixeira e CBF.

Ficou acordado, então, que a sessão secreta para votação dos requerimentos será na próxima quarta-feira, 18. Será secreta porque 10 pedidos foram feitos principalmente por Romário e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) são originários dos documentos mantidos em sigilo na investigação da CPI.

Entre os que não acessaram as contas dos cartolas está o próprio relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), que nem sequer compareceu à sessão esta quarta-feira. João Alberto (PMDB-MA), David Alcolumbre (DEM-AP), Fernando Collor (PTB-AL) e Gladson Cameli (PP-AC) e Donizetti Nogueira (PT-TO) completam o grupo dos parlamentares que não viram os documentos da CPI até o momento.

“A impressão que tenho que com os documentos que já chegaram nós encontramos o fio da meada, do funcionamento do esquema criminoso que dirige o futebol brasileiro.”, apontou Rodrigues, um dos três senadores que compareceram à sessão.

“Posso garantir para vocês que o esquema é mais feio, mais pesado, ilegal e ilícito do que eu mesmo imaginava”, disse Romário aos repórteres, ao final da sessão.

É por este motivo que o ex-jogador e o senador pelo Amapá pedem a prorrogação por mais seis meses dos trabalhos da CPI. A comissão se expira em 22 de dezembro, mas Romário e Rodrigues já discursam pedindo mais 180 dias de trabalhos.  “Eu entendo e outros senadores também entendem que há a possibilidade de estender essa CPI por, no mínimo, seis meses. Será de grande importância e fundamental para que os trabalhos prossigam e para que a gente possa fazer os levantamentos que são objeto dessa CPI. “Quando se encontra o fio, tem que puxar o restante do novelo, para isso vamos precisar de mais prazo”, reforçou Randolfe Rodrigues.

Além Romário e Randolfe Rodrigues, Paulo Bauer (PSDB-SC) também marcou presença na reunião desta quarta-feira.


Romário pede quebra de sigilo bancário e telefônico da ex de Del Nero
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Daniel Brito

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Carol Galan e Marco Polo no carnaval: doações na mira da CPI

A modelo Carolina Galan, ex-namorada de Marco Polo Del Nero, pode ter os sigilos fiscais, bancários, telefônicos e telemáticos (e-mails) quebrados pela CPI do Futebol no Senado. Após 15 dias sem sessão, a CPI do Futebol retoma os trabalhos nesta quarta-feira com a votação do requerimento feito por Romário (PSB-RJ), presidente da comissão.

Ela manteve um relacionamento estável com o atual presidente da CBF por quase cinco anos até meados de 2014, enquanto Del Nero era o mandatário da FPF (Federação Paulista de Futebol). Durante este período, foi apresentadora de um programa infantil de auditório em espaço na grade de programação da Rede Vida comprado pela FPF.

O substituto de Del Nero na entidade de São Paulo, Reinaldo Carneiro Bastos, demitiu a moça tão logo sentou na cadeira da presidência. Coincidentemente, Marco Polo já não mantinha mais relações com Carolina.

Há uma semana, o Blog do Juca, no UOL Esporte, trouxe informações importantes acerca do relacionamento entre o cartola e a modelo. “A título de doação, Nero contribuiu com R$ 1.140.000,00 para sua ex-namorada Carolina Santos Galan no mesmo ano [2014], assim como doou à ex-esposa R$ 85 mil reais”.

Romário quer a quebra do sigilo da modelo desde 1º de janeiro de 2013, quando Del Nero já era vice-presidente da CBF, até hoje.

Lupa nas contas da Copa-2014
A pauta da sessão desta quarta-feira está cheia, com 23 requerimentos. Se aprovados, promete esquentar os trabalhos da CPI, que até agora segue em fogo brando.

Os membros da comissão decidirão se pedem a transferência dos sigilos bancários e fiscais além dos demonstrativos de resultados e lucros do Comitê Organizador da Copa do Mundo Fifa-2014, desde janeiro de 2008 a março de 2015.

Pela primeira vez, o ex-presidente do Flamengo, Kléber Leite entrou na pauta. Serão postos em votação a apresentação do contrato social e a transferência das informações bancárias, fiscais, da Klefer Produções e Promoções LTDA, bem como a transferência dos sigilos telefônico e telemático vinculados aos seus dirigentes, de janeiro de 2010 a 27 de maio de 2015. Os sigilos bancários, fiscais e telefônicos de Leite também foi requerido.

Todos foram feitos por Romário, com quem Kléber Leite trabalhou quando foi presidente do Flamengo nos anos 1990.

O sigilo bancário e fiscal de Ricardo Teixeira permanece na pauta, já que não foi votado na última sessão, há quase 15 dias.

Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu a quebra dos sigilos telefônicos e telemático de Marco Polo Del Nero,  José Maria Marin, Wagner Abrahão e outras duas pessoas.

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CPI do Futebol fala até sobre tênis de mesa mas esquece extradição de Marin
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Daniel Brito

A decisão da Justiça da Suíça de extraditar José Maria Marin para os Estados Unidos passou batida na 15ª reunião da CPI do Futebol no Senado, nesta quarta-feira, 28. Também foi retirada da pauta do dia o requerimento de transferência de informações bancárias e fiscais de Ricardo Teixeira, desde janeiro de 2007 até 12 de março de 2012, quando renunciou à presidência da CBF.

Não houve nem uma simples menção ou um aparte que fosse de um dos sete senadores que se fizeram presentes sobre a extradição de Marin.

Em vez disso, os senadores se dedicaram a ouvir os presidentes das federações estaduais de Alagoas, Piauí, Maranhão, Acre, Pará, Amazonas, Mato Grosso e Tocantins. Eles falaram por duas horas sobre a realidade do futebol nessas localidades.

Felipe de Omena Feijó, de apenas 24 anos, preside a federação de Alagoas desde maio, sucede ao pai Gustavo Feijó, um dos vice-presidentes da CBF, que permaneceu sete anos no cargo. Felipe falou por cerca de cinco minutos e não mais participou da sessão. Houve tempo até para que Dissica Tomaz, do Amazonas, contasse, mesmo sem que ninguém tivesse perguntado, que seu Estado é um dos quatro campeões brasileiro em tênis de mesa, modalidade, segundo ele, cuja federação estadual ajudara a fundar.

A CPI do Futebol foi criada em junho na esteira das prisões feitas pelo FBI em Zurique de sete dirigentes suspeitos de suborno e outros crimes. Marin é acusado de aceitar milhões de dólares em subornos pagos por empresas de marketing esportivo em conexão com a venda de direitos comerciais para a Copa América de 2015, 2016, 2019 e 2023, bem como para a Copa do Brasil (de clubes) no período de 2013 a 2022.

Já a transferência das informações bancárias e fiscais de Teixeira saiu da pauta porque, segundo Romário (PSB-RJ), autor deste requerimento, não havia quórum para por em votação. E nesta CPI, são necessários ao menos seis.

Compareceram à sessão desta quarta-feira, 28, o relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), Donizeti Nogueira (PT-TO), Ciro Nogueira (PP-PI), Welington Fagundes (PSB-MT), Zezé Perrela (PDT-MG), David Alcolumbre (DEM-AP), além de Romário.


Cinco frases polêmicas de Eurico Miranda na CPI do Futebol no Senado
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Daniel Brito

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Roberto, Romário e Eurico falaram em plenário vazio (crédito: Daniel Brito/UOL)

Está tudo lá nas notas taquigráficas do Senado Federal.

Eurico Miranda aproveitou a oportunidade de falar no microfone da Casa e deixou registradas algumas pérolas em seu discurso. Ele foi um dos convidados para depor na CPI do Futebol, na tarde desta quarta-feira, 14, mesmo sem, necessariamente, ter alguma ligação direta com a investigação sobre a CBF, tema central da comissão.

Chegou cerca de 10 minutos atrasados, e tomou conta da sessão. Levou alguns documentos, mas ficou impedido de exibi-los porque, durante um discusso inflamado contra a criação da Liga Sul-Minas-Rio, esbarrou no copo de água à sua frente e molhou a mesa. O outro convidado do dia, Roberto Andrade, presidente do Corinthians, apenas fez figuração. Alexandre Kalil, presidente da Liga Sul-Minas-Rio, deveria estar presente, mas recusou o convite. Evitou, assim, um embate público, porque Eurico não se furtou em atacar a aqueles que possuem opinião diferente, inclusive sobre a Liga.

Separei cinco frases marcantes do cartola vascaíno em Brasília nesta tarde.

“Passaram profissionais pelo meu clube que dinamitaram o Vasco”
Sobre a dívida que herdou ao assumir a presidência do clube.

“A CBF deveria matar [a Liga Sul-Minas-Rio] no nascedouro. Em 50 anos de gestão no futebol, nunca vi algo tão imoral e ilegal”
Sobre a criação da Liga, a qual, como se vê, é frontalmente contrário por dar “prejuízo aos clubes” que não participam.

“Com todo respeito, mas não compare Romário com Ronaldinho Gaúcho, por favor”
Interrompendo discurso do senador Hélio José (PSD-DF) sobre “os craques do futebol brasileiro”. Sobre esta afirmação do cartola, Romário, em entrevista após a sessão, disse: “Eurico disse algumas verdades aqui nesta CPI. Esta foi uma delas.”

“Se a CBF tentou me impedir de vir participar desta CPI? Não, mesmo que isso adiantasse alguma coisa para mim”.
Respondendo ao questionamento do deputado federal Andrés Sanchez (PT-SP), que participou da sessão, a respeito de uma possível pressão da CBF para não comparecer à CPI.

“Muito cuidado com esse negocio de modernização do futebol”
Sobre os novos métodos de gestão do futebol brasileiro.


Eurico Miranda e Alexandre Kalil são convidados a depor na CPI do Futebol
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Daniel Brito

Eurico Miranda e Alexandre Kalil são esperados na próxima sessão da CPI do Futebol no Senado. A audiência com os dois cartolas está agendada para a tarde da quarta-feira, 14. Sessões em semana com feriado, como esta que entra, costumam ser menos frequentadas, mas a contar pelas discussões quentes das duas últimas reuniões, esta pode ser uma das mais barulhentas.

Eurico incentivou o Baixinho a entrar na política. Embora se considerem amigos, os dois se encontram em lados diferentes.

O Vasco deve muito à CBF. Conforme mostrou meu colega Rodrigo Mattos em seu blog no UOL Esporte, o clube de São Januário é o maior devedor da confederação, com R$ 16 milhões a pagar. E a CBF foi generosa: “O dinheiro terá de ser pago a longo prazo pelo balanço vascaíno. Do total do débito do clube, só R$ 1,2 milhão terá de ser quitado em 2014, sendo o restante de R$ 14,8 milhões nos anos seguintes”, explicou Mattos em sua página.

Romário não se furta em atacar a CBF seja nos discursos em plenário, ou nas entrevistas. Já foi advertido por senadores sobre sua postura, mas ele mantém-se disparando contra a entidade, a qual deu um novo significado para a sigla CBF: “Casa Bandida do Futebol”.

Rivalidade mineira em Brasília
Já Kalil, ex-presidente do Atlético-MG, recém-eleito presidente da Liga Sul-Minas-Rio, reencontrará Zezé Perrella (PDT-MG), ex-presidente do Cruzeiro. Os dois tiveram diversos embates públicos quando davam as cartas em seus clubes em Minas Gerais. Ao saber que Kalil seria convidado para a CPI, Perrella interveio: “Convoca ele também, uai”, pediu na última quarta-feira, 7.

Porque a convocação não pode ser recusada, já o convite sim, e cartolas dos clubes da liga presidida por Kalil foram todos convidados a comparecer à última audiência pública da comissão, mas cada um alegou um motivo para não se fazer presente.

Perrella elogiou a iniciativa de levar o atleticano à CPI, mas não deixou de provocar: “A gente discutia muito, cada um defendendo, obviamente, o seu clube, mas eu o respeito como dirigente, foi um excelente dirigente. Quando eu estava lá, ele não ganhou nada. Até brinquei com ele dizendo que depois que eu saísse ele teria alguma chance. E acabou sendo campeão da Libertadores. Mas é um grande dirigente. E a contribuição dele aqui eu sei que vai ser importante para a gente.”


Lua de mel tira relator da CPI do Futebol de audiência nesta quarta
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Daniel Brito

“Vou passar a palavra para o senador Romero Jucá, que está prestes a se tornar um homem sério”, anunciou Romário (PSB-RJ), na última sessão da CPI do Futebol no Senado que contou com a presença do relator Jucá (PMDB-RR), há duas semanas. Entre risadas, o parlamentar de Roraima respondeu rapidamente: “Mas eu já sou, rapaz”, aumentando o clima de descontração de uma CPI que ainda não conseguiu engrenar.

Muito se deve à atuação do relator e suas constantes ausências. Na reunião desta quarta-feira, 7, Jucá também anunciou que não poderá comparecer porque estará em lua de mel.

Na noite do ultimo sábado, 3, o senador de 60 anos casou-se pela quarta vez, em Brasília. A esposa é Rosilene Brito, 43, ex-servidora do Senado. A cerimônia muito concorrida contou com a presença da Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Renan Calheiros (PMDB-AL), e os ex-presidentes José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Além de políticos da oposição, José Serra (PSDB-SP), Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Agripino Maia (DEM-RN). E empresários.

Parceiro de mesa diretora da CPI do Futebol, Romário foi convidado mas não pôde comparecer, porque já tinha compromissos no Rio.
Na mesma sessão em que Romário anunciou o casamento do relator, há duas semanas, Jucá indicou o amapaense David Alcolumbre (DEM) para substituí-lo na relatoria enquanto ele estivesse ausente. Alcolumbre é uma das figuras mais apagadas da CPI. Jamais apresentou um requerimento ou fez algum discurso digno de nota.

Nesta quarta-feira, ele será o relator durante a audiência com os presidentes do Santos e do São Paulo, uma vez que os clubes da liga Sul-Minas-Rio, os primeiros convidados para esta sessão, alegaram diversos compromissos para não comparecer à CPI.