Blog do Daniel Brito

Sem ônibus, arena da Copa tem ingresso a R$ 5 para tentar atrair torcedores
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Daniel Brito

Promoção nesta sexta-feira em Cuiabá. Para assistir a dois jogos da abertura do returno da primeira fase do Campeonato Mato-grossense, os ingressos custam módicos R$ 10. Mas quem tem meia-entrada para R$ 5. É a oportunidade que a Federação Mato-Grossense encontrou de levar torcedor para a Arena Pantanal, erguido ao valor de R$ 700 milhões para receber quatro jogos na Copa do Mundo Fifa, em 2014.

E nesta sexta-feira. o Operário várzea-grandense recebe o Cacerense. Em seguida, Dom Bosco e Araguaia fecham a jornada do dia na Arena Pantanal.

Além da falta de apelo, os dois jogos terão de superar a crônica falta de transporte público que possa levar o torcedor ao estádio. Daí o motivo da promoção dos ingressos. “É a alternativa que encontramos para ver se o torcedor vai a Arena Pantanal”, disse o novo presidente da Federação Mato-grossense de Futebol, João Carlos de Oliveira Santos, ao jornal Diário de Cuiabá.

As notícias relativas à arena cuiabana são pouco agradáveis. Basta lembrar que a CBF classificou a praça esportiva como a pior entre as que foram construídas para o Mundial da Fifa no Brasil. E listou 17 problemas que tornam o local inapto a receber público maior do que 10 mil pessoas.

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Coronel Nunes usa convocação da seleção para recusar convite da CPI
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Daniel Brito

O presidente interino da CBF, Coronel Antônio Nunes, recusou o convite de comparecer à CPI do Futebol no Senado e deu como justificativa os jogos da seleção brasileira pelas Eliminatórias da Copa-2018 contra Uruguai e Paraguai. Acontece, que a comissão o convidou para depor no dia 2 ou 3 de março, e os duelos contra as seleções vizinhas só serão em 25 e 29 de março, respectivamente.

Em ofício enviado à secretaria da CPI, Coronel Nunes afirmou: “Informo minha impossibilidade de comparecer [à CPI no Senado] devido a compromissos inadiáveis, marcados anteriormente, que me impedem de ausentar-se da CBF nos dias 2 e 3 de março, dentre os quais a convocação da seleção brasileira para os jogos contra o Uruguai e Paraguai”.

A CBF publicou ontem que a convocação da seleção será às 11h da quinta-feira, 3 de março. Geralmente, as sessões da CPI ocorrem no início da tarde da quarta-feira, daí a proposta de comparecer em Brasília no dia 2. Mas o cartola declinou do convite.

Ele ainda informa que não poderá comparecer nos dias 7, 8, 9 e 10 de março e elencou os motivos: “Assembleia Geral Ordinária da CBF em 7 de março; reunião do Conselho Técnico da Série C do Campeonato Brasileiro, dia 8; Conselho Técnico da Série B do Campeonato Brasileiro, dia 9; Conselho Técnico da Série A do Campeonato Brasileiro, dia 10”.

Assim, o presidente interino da CBF tenta esfriar a CPI, uma vez que os senadores aliados à confederação e nem a assessoria parlamentar da entidade não conseguiram impedir em plenário a quebra de sigilos bancários e fiscais de diretores e ex-diretores da CBF.

Uma alternativa para a CPI será utilizar a intimação que foi feita no final do ano passado para que todos os presidentes de federações estaduais comparecessem ao Senado. Nunes é presidente licenciado da Federação Paraense de Futebol e, por isso, deve ser intimado a depor, apesar de tantos compromissos para o mês de março.


Levantadora da seleção está grávida e se “banha” de repelente contra zika
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Daniel Brito

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Fabíola com a filha Andressa, de 10 anos (crédito: arquivo pessoal)

A levantadora Fabíola, 33, se viu obrigada a acrescentar a prevenção contra o mosquito aedes aegypti à sua rotina de gestante. Ela entrou há pouco no sexto mês de gravidez da segunda filha. E ainda acalenta a esperança de disputar em agosto, os Jogos Olímpicos do Rio-2016 pela seleção de José Roberto Guimarães.

Fabíola parece levar tudo com tranquilidade e paciência. Até porque duas dessas três experiências ela já viveu: foi mãe pela primeira vez há 10 anos, e experimentou a ansiedade pré-Jogos Olímpicos no ciclo para Londres-2012, quando amargou um corte da seleção um mês antes do embarque.

20160223143118O que a assusta neste momento é o zika vírus e a microcefalia, que pode acometer bebês ainda na barriga da mãe. Por isso, cobre-se de repelente desde o minuto em que acorda de manhã até a hora de dormir. “Passo muito repelente pelo corpo o dia inteiro. Só ando de calça e uso roupas de manga longa”, explicou Fabíola, após mais uma tarde de treino no Brasília Vôlei, de Taguatinga, Distrito Federal, que disputa a Superliga feminina.

“O noticiário sobre zika vírus é assustador. Todo dia a gente recebe uma enxurrada de informação difícil de processar. Outro dia eu vi uma mãe que perdeu bebê aos seis meses de gestação por causa do vírus. Não tem como ficar tranquila com isso. Mas estou tomando todos os cuidados possíveis”, explicou.

Fabíola é de Ceilândia a maior cidade do Distrito Federal e chegou há cerca de três meses da Suíça, onde jogava, exatamente quando a epidemia ganhou força e o número de casos de microcefalia aumentou no país inteiro. Até agora, ela diz não ter tido contato com ninguém com dengue, zika ou chikungunya, mas assustou-se com uma virose que seus pais trouxeram após uma viagem à Paraíba. “Eles voltaram mal, com febre, diarreia, mas esses não são os sintomas da dengue, fiquei mais tranquila”, contou.

Ela sabe o mal que o aedes aegypti causa ao organismo. Até hoje se recorda com calafrios dos dias que sofreu, há quatro anos, quando contraiu dengue em Osasco, São Paulo. “Nossa, passei dias terríveis, perdi quatro quilos, você acredita? Quatro quilos. Porque não dá vontade de fazer nada, febre alta o tempo inteiro é horrível. Agora você imagina esses sintomas estando grávida?”, se questiona a levantadora.

Ela tem uma visita agendada ao médico para realizar nova bateria de exames pré-natal. Enquanto isso, mantém uma rotina de treinamentos diários com bola, junto com a comissão técnica do Brasília Vôlei, e pilates. Fabíola conta que os exercícios servem para manter-se em atividade e, principalmente, para tentar atender ao chamado de José Roberto Guimarães.

Em janeiro, ele ligou para a levantadora e disse que gostaria de contar com ela para os Jogos do Rio-2016. Como Ana, a segunda filha de Fabíola, nasce em maio, seriam três meses até a estreia olímpica no Maracanãzinho. “Olha, quando nasceu a Andressa [primeira filha], há dez anos, eu já estava em quadra menos de um mês após o parto. Não tenho mais 23 anos, mas naquela época também não conhecia pilates. Então, vamos ver, pode ser que dê certo”, projeta a brasiliense de Ceilândia, cujo último time foi o Volero, da Suíça.

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Grávida de seis meses, Fabíola treina, com o corpo coberto, com a comissão técnica do Brasília Vôlei (Divulgação)


Fechamento do Mané Garrincha para Rio-2016 interrompe corte de gastos no DF
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Daniel Brito

A realização de 10 partidas de futebol dos Jogos Olímpicos-2016 no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, em agosto fará o GDF (Governo do Distrito Federal) voltar a gastar com aluguel de salas. De acordo com o DODF (Diário Oficial do Distrito Federal) da quinta-feira, 18, o GDF deve liberar as dependências do estádio até março.

As secretarias de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo (SEDST) e a de Educação, Esporte e Lazer utilizam as salas que estavam desocupadas desde o fim da Copa do Mundo Fifa, em julho de 2014. A SEDST criou um grupo para cuidar da “mudança e ocupação” do novo imóvel alugado. Embora o DODF seja claro na informação de que as salas devem ser desocupadas “até março de 2016, em decorrência das Olimpíadas-2016”, a assessoria de imprensa da pasta garante que o prazo para saída dos servidores é 10 de junho.

Crise financeira
Por contenção de despesas, servidores dessas duas grandes secretarias de Estado trabalham nas dependências da arena desde maio do ano passado.

A medida fora adotada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para economizar, segundo cálculos do GDF, cerca de R$ 15 milhões em aluguéis somente em 2015 para alojar os servidores das duas pastas.

Cessão de quase dois meses
A secretaria informou também que o estádio será de exclusividade dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 de 3 de julho, um mês e um dia antes da estreia da seleção de Dunga no Mané Garrincha, até 20 de agosto. Serão quase dois meses de dedicação à Olimpíada.

No entanto, não foi publicada previsão de retorno da SEDST ao estádio após o término da ocupação olímpica.

Uma alternativa que poderia onerar menos o caixa do DF seria ocupar um imóvel do próprio GDF, mas muitos deles foram colocados a leilão ou não reúnem condições para sediar uma secretaria tão importante.

Ruim para o Flamengo
O fechamento do Mané Garrincha para o Rio-2016 é uma notícia que pode desagradar ao Flamengo. O clube que venceu o Fla-Flu do domingo, 22, por 2 a 1 diante de mais de 30 mil pagantes na arena do Distrito Federal, busca uma alternativa ao Maracanã, cujos portões serão lacrados para os Jogos-2016 já em março.

O técnico Muricy Ramalho cogitou, em entrevista coletiva após o triunfo, adotar Brasília como “casa” na ausência do Maracanã. “Campeonato brasileiro não dá para ficar pulando de casa em casa”, justificou Muricy.

No clássico do final de semana, o Flamengo embolsou cerca de R$ 1 milhão da renda, de acordo com o borderô publicado ontem pela FERJ  (Federação de Futebol do Estado do Rio). Portanto, uma mudança para Brasília faria o clube faturar alto a cada apresentação só com a bilheteria – desde que, claro, o time esteja em boa fase.

Só o Candangão confirmado
Daqui até os Jogos Olímpicos, em agosto, já há 15 eventos agendados para a área do Mané Garrincha, segundo a assessoria da SEDST. Apenas três são partidas de futebol, todos do Candangão, o campeonato de futebol profissional do Distrito Federal.

O último evento confirmado antes de a bola rolar pela Olimpíada no Mané será um festival de música sertaneja no estacionamento, em 7 de maio. Só voltará a ter eventos regulares no final de agosto, após o término do Rio-2016. “Os eventos são previsões, baseadas em pedidos recebidos. Ainda não há processo confeccionado e pagamento para a confirmação”, explicou em nota a assessoria da SEDST.

A Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, ,outta ocupante da arena, não divulgou planos de mudança.

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“Um pouco de diarreia vale uma medalha olímpica”, diz atleta dos EUA*
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Daniel Brito

(Divulgação)

(Divulgação)

A ex-nadadora Rebeca Gusmão, hoje modelo fotográfica, gosta de repetir uma história que ouviu quando treinava natação nos Estados Unidos, lá pelos idos de 2006-2007. Segundo ela, às vésperas de Sydney-2000, foi feita uma pesquisa com os atletas na Vila Olímpica com a seguinte pergunta. “Se você pudesse tomar uma substância que o fizesse ganhar a medalha de ouro olímpica mas no dia seguinte você morresse sem ser flagrado no antidoping, ainda assim consumiria este produto?”. Segundo Rebeca, “mais de 80% dos atletas disseram que sim, que tomariam esse produto”.

Buscando na internet, nunca encontrei referências a respeito desta pesquisa, nem a origem, o embasamento científico, a metodologia, etc…
Mas, neste final de semana, após ler o que disse o nadador de maratona aquática dos Estados Unidos, Chip Peterson, sobre as águas de Do Rio de Janeiro, lembrei da tal pesquisa que Rebeca sempre cita em suas entrevistas.

Questionado sobre a preocupação dos atletas em competir em uma água que pudesse ocasionar doenças, em reportagem especial feita pela ESPN dos Estados Unidos, Peterson foi a mais sincera que já li e ouvi neste caminho até os Jogos do Rio-2016. Senão, vejamos:

“Eu acho que o consenso entre os atletas é que mesmo que eles contraiam alguma doença, provavelmente não será algo para mudar sua vida ou que lhe porá em risco de perder a vida. Um pouco de diarreia vale a medalha de ouro olímpica. É o que eu ouço dos atletas por aí”, afirmou Peterson em entrevista ao jornalista Tom Farrey.

Está bem claro que Peterson não é tão fatalista como a “pesquisa” lembrada por Rebeca Gusmão, que não parece que alguém queira morrer por uma medalha. Mas que o esforço e a coragem de encarar o mar do Rio e tudo o que há nele talvez sejam recompensados com o pódio olímpico.

Ele próprio, Chip Peterson, já sofreu com a poluição das águas cariocas. Após o Pan-2007, voltou para casa com a medalha de prata no peito na maratona de 10km, e uma colite ulcerosa, que provoca episódios intermitentes de dor abdominal, diarreia, febre e hemorragia. Recuperou-se após algumas semanas. ''Não dá para saber se foi contraída em outro lugar, mas acredito que o raio não cairá duas vezes no mesmo lugar'', disse à ESPN.

Mas sua companheira de delegação dos EUA naquele Pan, Kalyn Keller não teve a mesma sorte. Ela terminou na quarta posição na prova de 10 km e depois, segundo Bob Bowman, técnico dela à época, foi diagnosticada com a doença de Crohn, um problema inflamatório intestinal, o que precipitou o fim da carreira de Keller, no ano seguinte ao Pan do Rio.

Peterson já voltou ao Rio e a Copacabana após 2007. No final de 2015, por exemplo, ganhou a prova de dupla do “Rei e Rainha do Mar”. Neste mesmo ano, sagrou-se campeão do Pan de Toronto.

* Atualização: Como bem observou o Coach Alex Pussieldi no comentário, abaixo, Chip Peterson não tem vaga para disputar a maratona aquática no Rio-2016. Obrigado pela leitura e participação no blog, Coach.


Doping em família: mãe e filho são flagrados com EPO em provas de rua
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Daniel Brito

O comunicado oficial da CBAT (Confederação Brasileira de Atletismo) publicado há uma semana era frio, como devem ser as notas oficiais de doping. Anunciava suspensão preventiva de três atletas flagrados com substâncias proibidas em importantes competições. O primeiro nome da lista era de Sueli Pereira Silva. No pé da nota, estava Ronald Moraes da Silva.

Ambos testaram positivo para EPO (eritropoetina) na Corrida de Reis, em Cuiabá, na primeira quinzena de janeiro. Sueli também foi flagrada com a mesma substância na São Silvestre, em 31 de dezembro, em caso divulgado em primeira mão pelo meu colega de UOL Esporte e parceiro de cobertura olímpica, Eduardo Ohata.

Com a nota oficial, de 12 de fevereiro, Sueli e Ronald entraram para a história do esporte brasileiro como primeiro caso de mãe e filho flagrados no doping.

Nunca antes na história deste país…
O esporte brasileiro já viu, recentemente, outros episódios de dopagem em família. Basta lembrar do capítulo que a família Fernandes já escreveu no ciclismo nacional. Três desportistas da mesma linhagem já tiveram a carreira maculada por resultados positivos em testes de doping e punições rigorosas. Hoje elas são militares e representam as Forças Armadas do país em competições internacionais.

Mas mãe e filho flagrados é, de fato, caso raro. Até em escala internacional.

EPO dentro de casa?
Sueli e Ronald são (ou eram) treinados pelo mesmo técnico, Ronaldo de Moraes, popularmente chamado de Trovão, casado com Sueli e pai de Ronald. Embora haja suspeita, jamais comprovada, de que o EPO pode ter vindo de dentro da casa da família, Trovão não foi punido e nem sequer está sob investigação. “Estamos confiantes no julgamento”, disse o treinador ao repórter Rafael Xavier, do jornal O Popular, de Goiânia, Goiás.

Veredictos severos
Os dois atletas estão temporariamente suspensos pela CBAT até que haja o julgamento no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) da modalidade. Mas os veredictos para atletas apanhados com EPO na urina costumam ser rígidos, podendo chegar até a quatro anos de gancho. Para Sueli, por exemplo, seria o fim da carreira no alto rendimento, já que está com 37 anos, e perdeu a oportunidade de representar o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio-2016.

Ela já foi cortada da equipe do Cruzeiro, de Belo Horizonte, Minas Gerais, por causa do doping. Ronald, que também integrava o time, fora dispensado antes mesmo da São Silvestre, motivo pelo qual não correra a tradicional prova de rua do dia 31 de dezembro em São Paulo.

Os testes que comprometeram esta família de corredores foram feitos pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem), um órgão do Ministério do Esporte, no LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), o antigo Ladetec, na UFRJ.

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Ditador da Coreia do Norte também quer conquistar o mundo do esporte
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Daniel Brito

23nov2013---nesta-foto-de-18-de-novembro-o-ditador-norte-coreano-kim-jong-un-a-frente-inspeciona-a-construcao-do-complexo-de-natacao-de-munsu-1385251246620_956x500Entre todas as excentricidades do ditador Kim Jong-un, da Coreia do Norte, a paixão fervorosa por esporte tem uma atenção especial. Desde sua amizade, um tanto quanto improvável, com Denis Rodman, até o desejo de transformar o país em uma potência esportiva. Em seu desejo megalomaníaco, o país deve ser referência na maior quantidade de modalidades possível, começando pelas que expressam virilidade.

É o caso, por exemplo, do levantamento de peso. No último Mundial, realizado em Houston, Estados Unidos, em novembro de 2015, a nação do ditador foi o terceiro maior medalhista, atrás apenas das potências China e Rússia. A estratégia era impressionar os Estados Unidos mostrando em solo americano a força de seus esportistas, muito embora os americanos pouco se dediquem à esta modalidade.

Mas o fato é que no pouco que se sabe do planejamento de Kim Jong-un há um capítulo sobre reforçar as características mais marcantes. E aí entra o levantamento de peso como marco zero da jornada. Braços e pernas curtos e tronco alongado em relação aos membros dão aos norte-coreanos a medida exata para serem os melhores lançadores de barras com anilhas. Chineses e sul-coreanos também tem este biotipo, caso Kim Jong-un não saiba.

O ditador criou, assim que assumiu a cadeira de “presidente” da Coreia do Norte, um órgão que pode ser chamado de Comissão de Orientação Estatal de Cultura Física e Esportes. É lá que Kim Jong-un aloja e treina os atletas do levantamento. Ninguém sabe ao certo o que se passa nas instalações  e nem os métodos de treinamento.

Há quase um ano, durante encontro anual de esportistas em um estádio de futebol na capital Pyongyang, ele ordenou que fosse lida no sistema de som uma carta na qual dizia que o esporte “aumenta o poder da pátria, exalta a dignidade e a honra da nação, despertando o orgulho nacional e a auto-estima da população, fazendo o espírito revolucionário prevalecer em toda a sociedade”, segundo reportou a KCNA (sigla em inglês para Agência Central de Notícias da Coreia do Norte).

Kim Jong-un quer receber grandes eventos internacionais. Já esboçou candidatura para Copa do Mundo Fifa e pediu para ser uma das sedes dos Jogos Olímpicos de inverno de 2018, que será na cidade sul-coreana de Pyeongchang. Localidade que, por sinal, tem sofrido certo preconceito com a semelhança no nome com a capital norte-coreana. A ideia do ditador nunca foi adiante. A imprensa internacional noticiou a possibilidade de uma competição de judô ser realizada no país no próximo ano. Em 2014, recebeu 12 países para uma copa asiática  interclubes de levantamento de peso. Entre os visitantes estavam atletas da Coreia do Sul, que pela primeira vez foram ao vizinho do norte competir desde o fim da guerra entre as duas Coreia, em 1953.

Para os Jogos do Rio-2016, Kim Jong-un garantiu a presença de, pelo menos, 26 atletas. Em Londres-2012, foram 51 atletas, que fizeram a Coreia do Norte voltar para casa com quatro ouros olímpicos, um a mais que o Brasil.

Resta saber e o país está pronto para encher de orgulho o ditador viciado em esporte e superar a marca de quatro anos atrás nas arenas cariocas.


Ex-governador do DF é condenado por improbidade por contrato para F-Indy
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Daniel Brito

Cancelamento da Indy deixou Autódromo do DF com obras paradas

Cancelamento da Indy deixou Autódromo do DF destruído, com as obras paradas

O ex-governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, foi condenado pela 2ª Vara da Fazenda Pública por improbidade administrativa pela da contratação de empresa para transmissão de etapas da Fómula Indy, no Autódromo Internacional de Brasília. Os eventos, que aconteceriam a partir do ano de 2015, nunca se realizaram.

A Rádio e TV Bandeirantes, de São Paulo, firmaram contrato com a Terracap, empresa do GDF (Governo do Distrito Federal), para a transmissão da Fórmula Indy no Distrito Federal em março de 2015. O TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) informou que a condenação prevê suspensão dos direitos políticos por cinco anos e multa correspondente a duas vezes o valor do dano.

O governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), que sucedeu a Agnelo, cancelou a etapa da Indy porque descobriu uma brecha no acordo para sediar o evento, segundo a qual a administração da capital não tinha a obrigação contratual de arcar com a multa pela quebra do acordo com a promotora da corrida, o Grupo Bandeirantes.

''Antes, pensava-se que o governo teria de arcar, por quebra de contrato, com multa no valor de R$ 70 milhões, mas o montante só vale em caso de rompimento entre a Fórmula Indy e a emissora de televisão'', informou a assessoria do Palácio do Buriti, sede do governo local, ao UOL Esporte à época.

O GDF segue uma recomendação do próprio MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios), que expediu uma recomendação para que o presidente da Terracap para não ''licitar, realizar, autorizar, empenhar, liquidar, reconhecer ou pagar quaisquer despesas'' relacionadas com a reforma do autódromo.

Em fevereiro do ano passado, já sido havia determinado o bloqueio dos bens do ex-governador na ação cautelar para garantir a efetividade de uma possível condenação por improbidade administrativa.

Da sentença de 1ª Instância desta quarta-feira, 17, ainda cabe recurso.


CPI do Futebol aprova quebra de sigilo de ex-namorada de Del Nero
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Daniel Brito

A CPI do Futebol no Senado aprovou a quebra dos sigilos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático, incluído o Relatório de Informações Fiscais (RIF)  da apresentadora e modelo Carolina Galan, ex-namorada de Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF, desde 1 de janeiro de 2013 até hoje.

Mas a CPI retirou da pauta a quebra dos sigilos de Kleber Leite, da sua empresa, a Kefler, e do advogado  ngelo Frederico Gavotti Verospi, além de adiar o requerimento que pede a cópia dos os dois contratos envolvendo o jornalista Mário Rosa, apreendidos na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF),na cidade do Rio de Janeiro (RJ), como parte da Operação Acrônimo.

Desde novembro que o pedido para investigar as atividades telefônicas, fiscais e bancárias de Carol Galan estavam na pauta, mas foi constante adiado pelos senadores. As análises da equipe da CPI encontraram movimentações suspeitas nas contas da modelo. O requerimento só entrou em votação realizada nesta quarta-feira, 17, na primeira sessão do ano.

Carol manteve um relacionamento estável com Marco Polo por quase cinco anos até meados de 2014, enquanto Del Nero era o mandatário da FPF (Federação Paulista de Futebol). Durante este período, foi apresentadora de um programa infantil de auditório em espaço na grade de programação da Rede Vida comprado pela FPF.

Coronel Nunes convidado
A comissão também aprovou o convite ao presidente interino da CBF, Coronel Antônio Nunes, na primeira sessão deste ano, na tarde desta quarta-feira, 17. O cartola terá de explicar como foram gastos os recursos do governo do Estado do Pará para a Federação Paraense de Futebol, da qual Nunes foi presidente. Ele está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual por esse patrocínio.

Dos 13 requerimentos colocados em votação, todos foram aprovados sem ressalvas. Inclusive a quebra dos sigilos de Rogério Caboclo, homem de confiança de Marco Polo, diretor executivo de gestão da CBF, Ariberto Pereira dos Santos, tesoureiro da confederação durante a gestão Ricardo Teixeira (1989-2012), Júlio Cesar Avelleda, ex-secretário-geral da CBF, Antônio Osório Lopes Ribeiro da Costa, ex-diretor financeiro da confederação.

Já o empresário Wagner José Abrahão, envolvido em negociações de imóveis com Marco Polo, terá de abrir seu sigilo telefônico e telemático (mensagens escritas) quebrados desde maio de 2007 a maio de 2015. O sigilo fiscal e bancário do empresário já havia sido quebrado.

Também serão devassadas pela CPI com a abertura do sigilo telefonico e/ou fiscal e bancário Lilian Cristina Martins, Rita de Cássia Rodrigues Moreira, Fernando Jales Oliveira, além das empresas Atena Operadora Turística Ltda e Zayd Empreendimentos 2025 Ltda.

“Nenhum requerimento entrou na pauta porque o presidente desta comissão acha ou pensa alguma coisa de alguém. Tudo que é proposto aqui é baseado nas investigações da nossa equipe aqui do Senado, que encontrou irregularidades envolvendo algum desses. É tudo baseado em dados e análises feitas com as quebras de sigilos desta CPI”, explicou Romário (PSB-RJ), presidente da CPI do Futebol no Senado.


Deputada de Goiás quer bolsa atleta para crianças de 8 anos de idade
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Daniel Brito

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Crédito: Divulgação/Câmara

No apagar das luzes de 2015, a deputada Flávia Morais (PDT-GO) conseguiu aprovar na Comissão de Esporte na Câmara dos Deputados seu projeto de reduzir para 8 anos a idade mínima para que um atleta possa receber a bolsa atleta do Ministério do Esporte.

O projeto original, de autoria do deputado Laércio Oliveira (SD-SE), fixava em 14 anos para se tornar apto a receber o benefício Mas a parlamentar de Goiás reduziu para uma faixa etária que as crianças mal decidiram qual esporte querem praticar e que dificilmente se encontra campeonatos até mesmo em nível estadual no país. “Ao diminuir a idade, o objetivo é aprimorar a formação dos futuros atletas, notadamente os de idade escolar. Porque quanto antes for iniciada a pratica desportiva, mais eficiente será o treinamento e maior oportunidade de obtenção de títulos no futuro”, justificou Flávia Morais, durante sessão da Comissão de Esporte da Câmara, em 16 de dezembro, na última audiência do ano.

As crianças a partir dos 8 anos contempladas passariam, portanto, a receber mensalmente R$ 300 da União para manter-se praticando esportes. “Como se trata de uma bolsa para incentivar a prática esportiva, não há impedimento legal, pois não está vinculado a contra-prestação”, argumentou a parlamentar.

O bolsa atleta do Ministério do Esporte completou uma década de existência no ano passado e beneficiou mais de 6 mil atletas em 2015, desde o nível escolar (a partir dos 14 anos), com R$ 300 mensais, até o nível  olímpico/paraolímpico, com R$ 3.1 mil por mês. O programa investiu cerca de R$ 160 milhões apenas em 2015.

O projeto de Flávia já venceu a primeira etapa sem objeção, que foi a aprovação  na Comissão de Esporte. Tramitará agora nas comissões de Finanças e Tributações, Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara.