Blog do Daniel Brito

Medalhista paraolímpica cega agora se dedica ao pole dance
Comentários 3

Daniel Brito

 

A mineira Ádria Santos escolheu a dança como atividade para substituir o atletismo, esporte do qual se despediu em 2013 com o status de maior medalhista do país em Jogos Paraolímpicos, com 13 pódios em seis participações. Ainda carrega na lembrança a festança que seus avós fizeram no povoado de Lagoa do Bengo, no norte de Minas, para celebrar os 50 anos de casado, e ela ainda era criança.

Hoje, toma aulas semanais de bolero, samba de gafieira, forró, valsa, tango e, desde o começo deste ano, de pole dance. Já tinha ouvido falar, mas não conhecia o pole dance. “Uma amiga me levou e logo no primeiro dia, a professor ficou de cabeça para baixo, achei incrível e quis tentar”, relatou a paratleta.

Caçula de uma família de nove irmãos, Ádria teve astigmatismo, retinose pigmentar, ceratocone e cataratas. Nunca teve mais que 10% da visão, até deixar de enxergar aos 18 anos. Para aprender a técnica do atletismo, utilizou-se do tato apurado. Fosse no contato com o corpo do professor em movimento, ou com a execução assistida pelas mãos do orientador.

E esse processo ela repete agora no pole dance.

“Já fiz todo o curso básico, devo começar em breve no intermediário”, orgulha-se. “A professora é muito boa, sabe como ensinar corretamente. Sabe mexer nos meus braços ou nas minhas pernas para ensinar como devo fazer. Subo sozinha no pole dance, uso aqueles tecidos de circo, mas ainda não aprendi a descer girando no pole. Isso é mais difícil, quem sabe nas próximas aulas?”, pergunta, em tom de desafio.

Fora do Rio-2016
Ádria Rocha Santos, 41, fazia planos de disputar sua sétima edição de Jogos Paraolímpicos no Rio, em 2016. Mas o tempo, que ela já venceu tantas e repetidas vezes no passado, desta vez foi mais forte.

“Fiquei muito triste porque não consegui ir para Londres-2012 devido a uma lesão. E ainda surgiram meninas boas na minha classe e na minha prova, acabei ficando de fora”, explica Ádria.

Ela tentou participar de provas de meio fundo, como os 800m classe T11 (cego total), sem sucesso. Foi quando tomou a decisão de abandonar o atletismo.

Em casa, em Joinville, Santa Catarina, guarda 13 medalhas paraolímpicas, desde Seul-1988 até Pequim-2008. Entre as quais, quatro ouros: nos 100m em Barcelona-1992, Sydney-2000 e Atenas-2004, além dos 200m em Sydney-2000.

Está montando um lugarzinho todo especial para acomodar tanto ouro.

Esporte imita a dança
Ádria largou as competições paraolímpicas em 2013, mas não deixou de experimentar a sensação de ser o centro das atenções, o alvo de todas as lentes. Aconteceu recentemente, durante um festival em que apresentou-se dançando valsa e tango.

“A concentração antes da dança acho que lembra bastante a do esporte, aquela antes do tiro de largada. Mas logo após é uma sensação diferente, um outro tipo de satisfação”, comparou.

Ela entrou em um intensivo de samba e bolero, quer apresentar-se de novo, quem sabe no famoso festival de dança de Joinville.

Mas nesta semana, Ádria teve que perder algumas aulas, por um bom motivo. Ela foi a Natal, promover as Paraolimpíadas Escolares, que estão sendo realizadas na capital do Rio Grande do Norte, com mais de 700 atletas de 24 Estados, do DF e até do Reino Unido.

Ádria também participou de um curso do IPC (Comitê Paraolímpico Internacional) para embaixador do movimento paraolímpico para  ex-atletas.

Desse modo, poderá manter contato com sua primeira paixão, o esporte paraolímpico, e sua mais nova diversão, a dança.


Gripada, Dilma evita imprensa e atletas em homenagem no Palácio do Planalto
Comentários 1

Daniel Brito

Em meio ao noticiário da prisão do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, a presidente Dilma Rousseff mudou a programação para receber a seleção brasileira feminina de handebol, na manhã desta quarta-feira, 25.

O evento seria no Salão Nobre do Palácio do Planalto, espaço amplo em que costumeiramente promove homenagens a atletas, mas transferiu a solenidade para a sala de audiências do Palácio, muito menor, no terceiro andar. Assim, a imprensa não teve acesso ao encontro, nem os cinegrafistas puderam fazer imagens. Apenas os fotógrafos tiveram um momento para registrar a reunião. ''Como era muita gente, fizemos em um sala menor, para dimensionar com a quantidade. Ela [presidente Dilma Rousseff] queria um momento mais próximo com as meninas'', justificou George Hilton

Segundo relato das jogadoras, a presidente parecia tranquila e descontraída. Três atletas contaram que Dilma Rousseff cumprimentou a todas com beijo no rosto mas, em seguida, desculpou-se e disse que se afastaria das atletas para não transmitir o vírus às atletas. Em dezembro, elas defendem o título mundial em campeonato na Dinamarca. Mas não teria dado a gripe como justificativa para encurtar o encontro, que durou menos de uma hora.

Mas, ainda segundo relatos, ela não aparentava abatimento ou nem mesmo uma simples corisa que poderia ser um indicativo de um resfriado.
A capitã da seleção, Dara, deu uma camisa da equipe autografada pelas jogadoras e agradeceu ao apoio do Banco do Brasil e Correios à modalidade.

O presidente da CBHand (Confederação Brasileira de Handebol), Manoel Luiz Oliveira, pediu em seu discurso para que o patrocínio da confederação com o Banco do Brasil fosse prorrogado por mais um ano. ''E ela [Dilma] atendeu prontamente em sua fala, pedindo ao Banco para que fosse estendido o apoio ao handebol'', relatou o cartola.

A seleção feminina de handebol está em Brasilia para disputar um torneio amistoso preparatório para o Mundial da modalidade, de 5 a 20 de dezembro, na Dinamarca.


Em severa crise, Brasília pede até ambulâncias da Rio-2016
Comentários Comente

Daniel Brito

O GDF (Governo do Distrito Federal) terá de recorrer ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 para que possa haver ambulância para o público que vai participar do evento em Brasília. Foi um pedido da administração local ao comitê ante a crise que assola a capital federal. E que foi bem recebido no Rio-2016, segundo informou a secretária adjunta de Esporte do DF, a ex-jogadora Leila Barros.

“Avisamos ao Comitê Organizador dos Jogos-2016 que alguns itens da Matriz de Responsabilidade nós não temos condições de resolver, e não vamos resolver. Eles [Rio-2016] entenderam, porque houve um estudo em todos os aspectos da Matriz . Por exemplo, ambulância. São pedidas ambulâncias nos Centros de Treinamento, nos hotéis das delegações, nos locais de competição. Mas a gente não tem condições de fornecer isso. Temos dificuldades até para atender…então, eles entenderam e vão fornecer as ambulâncias”, explicou Leila ao blog durante evento do revezamento da Tocha Olímpica, com o ministro do Esporte e representantes da Coca-Cola, na terça-feira, 24.

O documento engloba os compromissos assumidos governo para organização dos Jogos do Rio-2016. A Matriz relaciona projetos e responsabilidades pela execução e aporte de recursos. Brasília ainda não fechou a sua, e não há uma data definida para divulgação.

Mas o GDF se comprometeu em reserva espaço nos hospitais da cidade para os Jogos. “Nós vamos oferecer a logística da capital: bombeiros, polícia militar, saúde, hospital, espaço nos hospitais para atendimento, e a operacionalização do estádio, que é de responsabilidade do GDF”, disse Leila.

Itens básicos em falta
O Distrito Federal atravessa uma severa crise na saúde. Por exemplo, dos 16 tomógrafos nos hospitais públicos, quatro estão quebrados. Restam 12 para atender mais de oito mil pacientes que estão na fila de espera. Faltam itens de primeira necessidades nas farmácias populares, o estoque de insulina é mínimo. No Hospital de Base, o principal da capital, cerca de 20 exames de diagnóstico não podem ser feitos por falta de reagentes.

Em setembro, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou um déficit superior a R$ 5 bilhões no orçamento, provocado por dívidas e compromissos firmados pelo governo anterior, de Agnelo Queiróz (PT).

Sem festa nas ruas
Por este motivo, o GDF também anunciou ao Comitê Organizador do Rio-2016 que não organizará festa ou espaços chamados no período da Copa do Mundo Fifa de “Fan Fest”. “Não é do interesse do Distrito Federal fazer festas, porque não temos dinheiro para isso, é mais interessante para eles, os patrocinadores dos Jogos, e vamos contar com a participação dos grandes patrocinadores dos Jogos para organizar esses espaços [fan fest]”, avisou a ex-jogadora, que disputou três edições dos Jogos Olímpicos pela seleção de vôlei.

O GDF estipulou que os Jogos custarão no máximo R$ 25 milhões à administração local. A Fifa anunciou há uma semana que o Mané Garrincha receberá os dois primeiros jogos da seleção brasileira masculina na primeira fase, em 4 de agosto, um dia antes da cerimônia de abertura, e o segundo em 7 de agosto.

O DF receberá dez jogos, sendo três do feminino.


A história do refugiado dado como morto que virou porta-bandeira olímpico
Comentários 4

Daniel Brito

103610881

Lopez Lomong, 30, é sudanês de nascimento mas cidadão dos Estados Unidos

Sob a mira de um Ak-47, Lopez Lomong foi arrancado dos braços da mãe, ainda aos seis anos de idade.

Ante os olhares de mais de um bilhão de pessoas, ele entrou no Estádio Ninho do Pássaro, em Pequim, como porta bandeira da delegação dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de 2008.

Entre esses dois episódios marcantes, Lopez Lomong acumulou experiência capaz de render um livro para cada dia vivido. Desde que foi sequestrado em Kimotong, hoje no Sudão do Sul, durante a guerra civil que partiu a nação africana em duas, até o momento atual, como atleta que tenta fazer dos Jogos do Rio-2016 sua terceira participação olímpica.

“Eu me tornei adulto aos seis anos de idade”, relembrou, em entrevista à rede de TV americana CNN. Foi com esta idade que milícias da segunda guerra civil sudanesa, no início dos anos 1990, interromperam a missa na igreja católica frequentada pela família dele e o levaram para a prisão juntamente com dezenas de outras crianças. “Aos seis anos, eu via crianças morrendo todos os dias na minha frente”, relata.

Na prisão, conheceu três adolescentes que estavam sendo treinados à força para servirem ao exército que raptou Lomong da família. Por sorte, eles conheciam um dos irmãos de Lomong e incluíram o garotinho no plano de fuga da prisão no Sudão – sim, ele ainda tinha seis anos de idade. Rastejou por buracos, correu por savanas e descampados, chegou ao Quênia após três dias e três noites de escapada.

A família o deu como morto, já que não havia mais notícias dele. Foi feito um velório e um enterro simbólico de Lopez Lomong em seu vilarejo.

Três dias e três noites rumo ao Quênia
Ajudado pelos adolescentes, Lomong chegou a Kakuma, campo de refugiados próximo a Nairobi, capital do Quênia. Foi de lá que viu pela TV o americano Michael Johnson ganhar o ouro olímpico pela quarta vez nos 400m, em Sydney-2000. “Na África, não existe o hábito de mostrar emoção chorando, mas Michael Johnson estava chorando no pódio com aquela medalha de ouro. Aquilo me impressionou”, contou ao jornal australiano Messenger, da cidade de Adelaide.

Um ano mais tarde, Lopez Lomong foi uma das 3.500 crianças do campo de Kakuma escolhidos para começar uma nova vida nos Estados Unidos, em um programa da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) com o governo dos Estados Unidos, chamado “Lost Boys of Sudan” (Garotos Perdidos do Sudão).

É que assim como Lopez Lomong e os três adolescentes treinados para servir às milícias, milhares de outras crianças tentaram fugir do Sudão, a maioria não teve a mesma sorte de Lomong e morreu pelo caminho, fosse de fome, de sede, de exaustão, até mesmo pneumonia e malária.

Chegada aos Estados Unidos

120806115406-lopez-lomong-parade-new-horizontal-large-gallery

''Podiam ter escolhido Phelps ou LeBron'', sobre ser o porta-bandeira em Pequim-2008

Nos Estados Unidos, Lomong foi para o Estado de Nova York, em Syracuse. Optou trocar o nome de batismo, escolhido pelos pais no Sudão, Lopepe Lomong, pelo apelido pelo qual tornou-se conhecido em Kakuma: Lopez Lomong. Mudou, também, a data de aniversário.

Foi adotado por uma família, juntamente com outros cinco africanos. Dedicou-se ao atletismo, além dos estudos. O corpo naturalmente esguio, a grande resistência muscular, caixa toráxica avantajada e pernas longas, destacou-se, ate conseguir se classificar para os 1.500m nos Jogos de Pequim-2008.

Como prêmio pela longa jornada desde o trauma até os seis anos de idade, foi eleito o porta bandeira da delegação na cerimônia. A eliminação na semifinal dos 1.500m não diminui em nada o brilho da sua história e o tamanho de sua bravura.

Classificou-se para Londres-2012, terminou em 10º nos 5.000m. Mesma prova que espera obter índice para competir no Rio-2016.

Ressurreição e desabafo
Em sua aldeia de origem, no Sudão do Sul, Lopez Lomong teve de passar pelo inusitado ritual de ressurreição. Sim, porque ele já havia sido dado como morto e sepultado. Apareceu na casa dos pais quando já era um atleta de alto rendimento dos Estados Unidos. Atualmente, os pais moram no Quênia, e os irmãos mais jovens ele pretende levar para morar com eles nos EUA.

No Sudão, desenvolve trabalho social para oferecer educação básica e, principalmente, água potável às vítimas da guerra civil.

Diante dos últimos acontecimentos em Paris, a hipótese levantada pela imprensa segundo a qual refugiados estariam envolvidos nos ataques terroristas de 13 de novembro, e o ranço que isso está causando nas camadas mais conservadores da sociedade dos Estados Unidos, Lomong utilizou-se de sua página no Facebook para pregar a paz.

“Quero agradecer ao povo dos Estados Unidos por abrir os braços para um refugiado. Por isso somos [Estados Unidos] um grande país, uma nação de todas as pessoas”.

Mumin+Gala+Olympics+Day+15+Athletics+GORkVSZg44_l

Em Londres-2012, Lomong rivalizou com o também refugiado Farah, hoje britânico


O que o skeleton da Rússia tem a ver com canoagem slalom do Brasil?
Comentários Comente

Daniel Brito

f_232053

O russo Tretiakov foi ouro com sobras no skeleton em Sochi-14

A seleção brasileira de canoagem slalom vai se mudar para o Rio de Janeiro para ter o privilégio de treinar diariamente nas corredeiras que receberão os Jogos Olímpicos-2016. A CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem) vai alugar casas em um condomínio em Dedoro, próximo ao rio artificial construído especialmente para a Olimpíada-16, e manter os principais brasileiros em treinamento intensivo até abril do próximo ano.

“Vai ser um intensivão mesmo, treinamentos de segunda a sexta-feira de manhã e de tarde, de acordo com as necessidades dos treinadores. No sábado e no domingo não haverá treinamentos, porque o canal estará aberto para a população”, explicou João Tomasini, que há 27 anos responde como presidente da CBCa.

“Conhecer a corredeira é fundamental na canoagem slalom e queremos usar do fator casa para chegarmos no Rio-2016 com chance de colocarmos um atleta nosso no pódio nesta modalidade”, acrescentou o cartola.

A tática da CBCa faz lembrar o que o time de skeleton da Rússia fez na preparação para disputar os Jogos Olímpicos de Inverno, em 2014, na cidade de Sochi. Os russos praticamente se internaram no Cáucaso e treinaram exaustivamente na pista de gelo erguida para aquela olimpíada. Deixaram até de participar do Mundial da modalidade para conhecer melhor o percurso.

O skeleton é uma modalidade em que o atleta desce deitado em um trenó por um trajeto de gelo e cada segundo é importante. De tal maneira que o conhecimento prévio da pista é fundamental, tal qual a canoagem slalom. Mas sobre a Rússia recaiu a suspeita de colocar seus desportistas para treinar no local de competição de forma secreta, para ter mais facilidade na hora da disputa por medalha.

Suspeita que nunca se confirmou, mas o fato é que a Rússia faturou duas medalhas em Sochi nesta prova, ouro no masculino e bronze no feminino, além de ter chegado à final com três competidores entre os seis mais rápidos em ambos os gêneros.

Mesmo que queira, e isso não está nos planos até onde se sabe, a seleção brasileiro de canoagem slalom não conseguirá fazer treinos secretos em Deodoro. Em abril, a venue (nome em inglês para local de competição), será lacrada e nenhuma atleta poderá usá-la até que se iniciem os Jogos Olímpicos.

Nesta semana, a corredeira de canoagem slalom será avaliada em uma competição pela primeira vez, no “Aquece Rio”, evento teste para 2016. O grande nome da modalidade no país é Ana Sátila, que disputou Londres-2012, com apenas 16 anos e terminou em 16º. Em 2015, ganhou ouro no C1 e prata no K1 nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Já na primeira etapa da Copa do Mundo em Praga na República Tcheca outro feito inédito, um bronze pelo C1.

A equipe nacional terá o reforço do espanhol Jordi Domenjó Cadefau, que comporá a comissão técnica brasileira a partir do evento teste em Deodoro.

Satila_ME

Ana Sátila foi ouro e prata no Pan-15 na canoagem slalom


Ciclista militar é flagrada no doping. É o terceiro caso na mesma família
Comentários 16

Daniel Brito

medalha

Clemilda e Uênia (as duas ao centro) têm histórico de doping na carreira (Divulgação)

 

A ciclista matogrossense Uênia Fernandes, 31, testou positivo para EPO (eritropoietina) em exame antidoping surpresa realizado antes dos Jogos Mundiais Militares deste ano, na Coreia do Sul. A CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo) divulgou nota suspendendo provisoriamente a atleta por 30 dias, até que seja apresentada a defesa.

Uênia é 3º sargento da Força Áerea Brasileira e é beneficiária do programa de alto rendimento das Forças Armadas nacional. Representou o país na prova de estrada nos Jogos Militares, na cidade sul-coreana de Mungyeong, e conquistou o ouro por equipes na prova de estrada, ao lado das primas Clemilda e Janildes.  Flávia Paparella também compôs o time, mas sobre esta não recai nenhuma suspeita de doping. No inidividual, Uênia terminou em nono, Clemilda foi prata e Janildes, bronze.

Curiosamente, a família Fernandes tem uma história maculada pelo doping no ciclismo. Além de Clemilda, e Uênia, há registro de utilização de substância proibida por parte de Márcia, irmã de Clemilda e Janildes. Mais curioso ainda, todas foram flagradas utilizando-se da mesma substância: EPO.

O caso mais grave foi o de Clemilda. Em 2011 ela foi flagrada em teste realizado em 2009, durante o Giro d'Italia. Foi suspensa por dois anos, mas  a CBC ainda a avalizou para receber a bolsa atleta do Ministério do Esporte. Foi denunciada pelo jornal O Estado de S.Paulo em 2011 e teve de devolver mais de R$ 70 mil aos cofres públicos. Após o fim da sanção, voltou a competir e a representar o Brasil em competições internacionais.

O episódio mais recente é de Márcia Fernandes, 24, cuja suspensão está em curso. Em outubro do ano passado, a goiana, então campeã brasileira de ciclismo de estrada na prova de resistência,  foi suspensa por dois anos, por ter sido flagrada com EPO após a conquista do título brasileiro em São Carlos (SP). Notificada pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), ela abriu mão da contraprova e acabou automaticamente punida. Além da suspensão, ela teve todos seus resultados anulados pela entidade, inclusive o título nacional.

Janildes, por sua vez, nunca foi flagrada. Mas falhou em realizar um teste em 2004, também em competição na Itália. Ela não foi encontrada pela a equipe de controle de dopagem para fazer a coleta da urina, o que representa uma infração grave. Esteve ameaçada de ser excluída da delegação brasileira que disputou os Jogos Olímpicos de Atenas-2004, mas apresentou a defesa e foi inocentada.

Reincidente
No mesmo dia em que foi realizado o exame surpresa com Uênia, antes dos Jogos Mundiais Militares, outro sargento da Força Aérea Brasileira, Alex Arseno, também testou positivo para EPO. Seu caso tem um agravante. Ele é reincidente. Em 2009, foi punido por dois anos após ser flagrado pela primeira vez fazendo o uso de EPO. A legislação prega que em caso de reincidência, o atleta deve ser banido do esporte. Em seu Facebook, Arseno desculpou-se pelo ocorrido e anunciou aposentadoria.


Ingrid, depois do Pan, tem um desafio: o salto mais difícil da carreira
Comentários 27

Daniel Brito

Ingrid Oliveira, 19, parecia meio chateada no dia que recebeu este blogueiro para conversar. “Um pouco de dor de cabeça”, disse, desculpando-se, após uma dúzia de respostas monossilábicas. O laconismo e a dor de cabeça podem ser explicados por alguns fatores.

Era hora do almoço e ela terminara mais uma puxada sessão de treinamentos no Centro de Excelência de saltos ornamentais, na UnB (Universidade de Brasília), em um sábado de outubro. Outro motivo: ela já demonstra um certo enfado em falar sobre o Pan e toda aquela história de exposição pelas redes sociais. Quer olhar para frente e falar da carreira.

E aí entra a terceira e principal justificativa para dor de cabeça. A saltadora, prata no sincronizado da plataforma no Pan de Toronto, está em um momento decisivo na carreira. Prepara-se para dar o salto que ninguém da equipe feminina do Brasil executa atualmente: triplo mortal e meio de costas. “Todas as meninas contra quem eu compito fazem, quero fazer também”, explicou.

Trata-se de um movimento ainda mais complicado do que aquele que ela tentou e falhou durante a competição individual no Pan de Toronto. No Canadá ela tentou o duplo mortal e meio de costas, mas caiu de costas na água. Abriu mão de repeti-lo tanto no evento continental quanto no Mundial, em Kazan, em agosto, em que terminou na 27ª posição entre 35.

A comissão técnica da seleção brasileira de saltos demonstra muita confiança em Ingrid e seu novo salto, a partir do que vem apresentando nos treinamentos. “Ela é uma atleta muito forte e tem totais condições de executar este triplo e meio de costas”, afirmou Ricardo Moreira, coordenador dos saltos na CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).

“Meu objetivo é que esteja pronto até fevereiro do ano que vem, em tempo de me garantir minha vaga nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Ele já está 70% pronto”, estimou.

A primeira tentativa de apresentar o novo movimento em competição será na Taça Brasil, em dezembro, também em Brasília. Em seguida, ela partirá para a Copa do Mundo da modalidade,no Rio, que servirá como evento teste, no Maria Lenk. Com este salto, Ingrid acredita que possa ficar entre as 12 melhores e assegurar participação no Rio-2016.

E ela já prometeu que se atingir o objetivo olímpico, fará uma tatuagem dos aros olímpicos. E certamente a publicará nas suas redes sociais.


Abin avalia riscos de atentado contra estrelas olímpicas durante a Rio-2016
Comentários 29

Daniel Brito

A ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) está fazendo uma análise completa das delegações e dos atletas que disputarão os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016 para evitar que sejam alvos de atentados terroristas enquanto estiverem no Brasil no próximo ano.

O órgão, que integra o SISBIN (Sistema Brasileiro de Inteligência). possui um departamento de contra-terrorismo, que já atuou com êxito durante a Copa do Mundo Fifa-2014. E no Rio-2016 contará com o apoio do Centro de Inteligência Anti-Terrorismo, criado para os Jogos Olímpicos, da Secretaria Extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça.

“Levamos em conta questões geopolíticas, ou seja, como cada país está inserido no contexto político internacional, questões de fronteira e também se algum integrante daquela delegação suscita atenção seja pelo desempenho esportivo, ou por ser destaque internacional de alguma maneira, ou até mesmo por ter algum tipo de posicionamento político público. E para não ferir a suscetibilidade diplomática, não podemos informar qual delegação requer maior atenção”, informou  Saulo Moura da Cunha, diretor do Departamento de Integração da ABIN.

“A partir de nossas avaliações e junto às dos órgãos policiais, o esquema de segurança das delegações que se encaixam nesse perfil é diferenciado. E o nosso departamento de contra-terrorismo na ABIN atua em parceria com alguns os serviços estrangeiros de inteligência. Quando a gente fala de terrorismo no sistema de inteligência, a colaboração é fundamental para minimizar o risco do terrorismo”, afirmou durante sessão da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados, em Brasília.

O plano de segurança montado pelo Ministério da Justiça para os Jogos Olímpicos de 2016 será apresentado nesta semana ao governo dos Estados Unidos, durante evento anual da secretaria de estado americano em Washington (EUA). E o planejamento que vem sendo elaborado desde a escolha do Rio como sede olímpica em 2009 não sofrerá alterações devido aos ataques terroristas da última sexta-feira, em Paris. O responsável pela apresentação será Andrei Rodrigues, secretário Extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça.


Rio-2016 e DF assinam acordo para o futebol olímpico. Falta só o valor
Comentários Comente

Daniel Brito

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB) assinou na tarde desta segunda-feira, 16, o termo de compromisso que oficializa Brasília como uma das sedes dos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Mas não houve a confirmação de quanto o evento vai custar à capital.

O GDF (Governo do Distrito Federal) ainda não definiu a matriz de responsabilidade e não cravou uma data para que o documento seja apresentado. O documento engloba os compromissos assumidos governo para organização dos Jogos do Rio-2016. A Matriz relaciona projetos e responsabilidades pela execução e aporte de recursos.

“Nós já temos parte do recuso destinado no Orçamento do ano que vem, temos o compromisso do Ministério do Esporte de continuar nos ajudando e nós queremos também fazer parcerias com a iniciativa privada, já que as Olimpíadas não são um evento apenas do GD, mas de toda a cidade”, afirmou Rollemberg, em entrevista após a assinatura.

“Acreditem, é uma Olimpíada barata. Nós temos o mínimo possível de estrutura temporária, temos toda a intenção de usar o que já é usado, de deixar muito legado, proporcionar a cidade, quando sairmos daqui, melhores campos e melhores estrutura para formação de atletas no futuro”, afirmou, em discurso, o general Marco Aurélio Vieira, diretor executivo de operações do Rio-2016.

Ele representou o Comitê Organizador-2016 no evento desta segunda-feira, no Palácio do Buriti, sede do GDF.

Há uma semana, a secretária adjunta Leila Barros estimou em R$ 25 milhões para que os Jogos fossem disputados na capital. Nesta segunda-feira, ela explicou que neste valor está incluído o revezamento da Tocha Olímpica. O percurso será iniciado em Brasília, em maio. Este valor, contudo, não é o oficial.

Se confirmado, representará quase o dobro do que São Paulo estima gastar para sediar as partidas de futebol da Rio-2016. Há sete meses, a prefeitura informou que seriam necessários R$ 13 milhões.

Estreia brasileira
A Fifa anunciou há uma semana que o Mané Garrincha receberá os dois primeiros jogos da seleção brasileira masculina na primeira fase, em 4 de agosto, um dia antes da cerimônia de abertura, e o segundo em 7 de agosto.

O DF receberá dez jogos, sendo três do feminino.

Crise fincaneira
O GDF atravessa um momento de muita dificuldade financeira. Uma semana atrás, a capital da República atravessou greve dos professores, médicos, agentes do Detran, e funcionários do metrô.

O governo Rollemberg informou que não conseguiria cumprir os compromissos salariais firmados durante a gestão de Agnelo Queiroz (PT) no GDF, encerrado no último 31 de dezembro. Após quase um mês inteiro de greve, o governador conseguiu negociar o fim das paralisações com novos prazos para pagamento de reajustes e retroativos.


EBC compra direitos do Rio-2016 para rádio por R$ 678 mil da Globo
Comentários 1

Daniel Brito

A EBC (Empresa Brasil de Comunicação) comprou das Organizações Globo o direito de transmitir de rádio os Jogos Olímpicos do Rio-2016. A empresa pública pagará R$ 678 mil sem a necessidade de licitação para incluir em sua grade de programação as cerimônias e as competições, ao vivo ou gravado, sem exclusividade, somente em português e no território brasileiro.

A informação foi publicada no DOU (Diário Oficial da União). De acordo com a publicação, não está incluído no valor a transmissão dos Jogos Paraolímpicos.

As Organizações Globo são mais do que detentoras dos direitos de transmissão dos Jogos. São patrocinadora do evento, assim como é o Bradesco, a Claro, a Nissan, entre outras grandes empresas.

Já para televisão, Band e Record devem exibir a competição juntamente com a Globo , entre as TVs abertas.