Blog do Daniel Brito

Crise? Chineses esperam faturar R$ 100 mi com pelúcias e pins olímpicos
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Daniel Brito

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Mascote Vinícius pode custar de R$ 99 a R$ 149

A venda de artigos com motivos olímpicos, conhecido como memorabília olímpica, deve render cerca de R$ 100 milhões só no Brasil aos chineses. A Honav é gigante da indústria da China responsável pela confecção e distribuição de itens oficialmente licenciados com o tema dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016, como pelúcias, pins, bonecos e réplicas de artigos.

“Seja qual for a situação do país durante o período até os Jogos Olímpicos, o fato é que haverá 206 delegações com atletas na cidade do Rio de Janeiro no ano que vem, e, junto com elas, famílias, torcedores, equipes de televisão, patrocinadores e todo o movimento olímpico. Só estes aí movimentarão bilhões no Rio”, disse ao blog Bruno Correa, gerente dos projetos de varejo da Honav.

Os mascotes são a grande fonte de renda da fabricante chinesa no Brasil. As primeiras cinco mil unidades de pelúcia dos mascotes Tom e Vinícius, lançados oficialmente em novembro último, foram vendidas rapidamente. Logo, foram comercializados outras 250 mil unidades, que estão à venda pela internet, nos pontos de venda oficial dos Jogos-2016 e em alguns aeroportos nacionais.

“A estimativa da Honav é de serem comercializados pelo menos 1 milhão de unidades de pins, divididos entre os seus 650 modelos diferentes. Quanto aos mascotes, a Honav possui uma estimativa inicial também de 1 milhão de unidades com capacidade de crescimento até 2,5 milhões até o fim dos Jogos”, explicou Correa, por email.

Os produtos são todos “Made in China” (fabricados na China), e só em mascotes serão mais de 10 modelos e outros 50 produtos relacionados aos personagens.

A Honav é tradicional na fabricação da memorabilia olímpica. Está há mais de 20 anos neste nicho e ergueu seu império no ciclo olímpico dos Jogos de Pequim-2008, dentro da casa deles. Os produtos do Rio-2016 já estão à venda no mercado chinês.


Aidar se diz frustrado com Osório e que técnico teve prejuízo no São Paulo
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Daniel Brito

Na antessala da CPI do Futebol no Senado, Carlos Miguel Aidar chegou sozinho para participar da audiência pública desta quarta-feira, 7. O presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, também participa da sessão.

Aidar conversou com este blogueiro com tranquilidade e frequentemente recusando chamadas no celular. “Meu telefone não para”. Ele veio a Brasília em um momento em que o São Paulo Futebol Clube ferve em fogo alto – Doriva foi anunciado como novo técnico do clube após saída de Juan Carlos Osorio.

Por 15 minutos, lamentou a saída do treinador colombiano, com quem ele se disse “frustrado”, e comentou sobre o entrevero com seu diretor Ataíde Gil Guerreiro. “Não houve agressão. Se houvesse, teria prestado queixa contra ele”, afirmou.

Por fim, listou os técnicos que podem assumir o São Paulo e revelou que Osório perdeu dinheiro no clube, por não ter feito um contrato em dólar.

O Sr. vem a Brasília em um momento difícil para o São Paulo Futebol Clube. A CPI está atrapalhando suas atribuições no Morumbi?
Foi um dia ruim, eu não quis ligar para desmarcar, porque é um dia inadequado, mas eu acho que o compromisso com a comissão e com o país é tão importante quanto o dia a dia do São Paulo lá. O telefone aqui não para, me afastei de São Paulo há algumas horas, jornalista eu não estou atendendo.

Não dava para ter segurado o Osório?
Bom, Osório…(suspiro). Por um lado foi uma importante conquista para o São Paulo, para o futebol brasileiro porque ele mostrou que existem outras práticas de treinamento, que eu pelo menos não conhecia. Por outro lado é frustrante, porque quando ele veio para o Brasil eu não sabia que o sonho da vida dele era treinar uma seleção que não fosse uma seleção do país dele. Para mim, estava claro que ele deixaria o São Paulo para treinar a Colômbia ou, eventualmente, a seleção brasileira. Ele vinha com essa determinação: treinar um grande clube brasileiro, reconhecidamente importante no futebol. Confesso que a saida dele me entristeceu. Fiquei realmente frustrado em saber que não era a seleção do país dele. Agora, treinar o México, na qual ele entra numa eliminatória com quatro seleções, classificam-se dois que vão para um hexagonal, que avançam dois….Enfim, confesso que fiquei frustrado com a saída. De qualquer maneira, é um direito dele, a cláusula que permitia rescisão unilateral quando assinamos o contrato sem aviso prévio valia para os dois lados. Ele exerceu aquilo que estava escrito.

E o que o São Paulo tem no seu horizonte próximo?
A gente tem que estabilizar emocionalmente a diretoria, pedi aos diretores para colocarem os cargos à disposição para me dar liberdade. E foi interessante porque todos, sem exceção, me deixaram à vontade. isso vai me permitir fazer uma reformulação na diretoria, inclusive política, e acho que consigo com isso fazer uma pacificação bastante boa lá.

O que, de fato, houve entre o senhor e o Ataíde?
O que houve foi uma discussão bem acalorada, que foge dos padrões de dois diretores, uma discussão conceitual, sobre gestão do futebol, e ele se excedeu. Ele despediu-se dos jogadores e disse que havia perdido o ambiente em função de um excesso que havia cometido. Não houve agressão física, como está sendo dito.

Não houve agressão?
Não, se houvesse, teria prestado queixa, logicamente. Não chegamos a isso. Houve uma discussão muito forte, aos berros, quem conhece o Ataíde sabe que ele é bastante impositivo na forma de argumentar, entre aspas. De repente a gente começou a conversar, de repente ele ficou de pé, e de repente se excedeu. Eu disse: “Ataíde, não tem como mais você estar na diretoria. Você está exonerado”. E com ele saiu a equipe dele. E agora vou reformular.

O sr. já tem o nome do técnico que vai dirigir o São Paulo Futebol Clube?
Estão falando aí no Aguirre, no Peseiro. (neste momento, Modesto Roma Junior se aproxima de Aidar no plenário do Senado). Estou pensando no técnico do Santos…(risos)

O técnico do Santos é brasileiro, não recebe em dólar, mais barato…
É, mas eu não pagava em dólar para o Osório. Aliás, ele teve um grande prejuízo, porque quando fechamos com ele, transformamos toda a remuneração dele em real e estava em R$ 3,50…Não! Era em R$3,12 na época o dólar. E fechamos nesse valor aí até o final. E você viu, o dólar bateu em R$ 4 e tanto e ele saiu perdendo.


Lua de mel tira relator da CPI do Futebol de audiência nesta quarta
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Daniel Brito

“Vou passar a palavra para o senador Romero Jucá, que está prestes a se tornar um homem sério”, anunciou Romário (PSB-RJ), na última sessão da CPI do Futebol no Senado que contou com a presença do relator Jucá (PMDB-RR), há duas semanas. Entre risadas, o parlamentar de Roraima respondeu rapidamente: “Mas eu já sou, rapaz”, aumentando o clima de descontração de uma CPI que ainda não conseguiu engrenar.

Muito se deve à atuação do relator e suas constantes ausências. Na reunião desta quarta-feira, 7, Jucá também anunciou que não poderá comparecer porque estará em lua de mel.

Na noite do ultimo sábado, 3, o senador de 60 anos casou-se pela quarta vez, em Brasília. A esposa é Rosilene Brito, 43, ex-servidora do Senado. A cerimônia muito concorrida contou com a presença da Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Renan Calheiros (PMDB-AL), e os ex-presidentes José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Além de políticos da oposição, José Serra (PSDB-SP), Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Agripino Maia (DEM-RN). E empresários.

Parceiro de mesa diretora da CPI do Futebol, Romário foi convidado mas não pôde comparecer, porque já tinha compromissos no Rio.
Na mesma sessão em que Romário anunciou o casamento do relator, há duas semanas, Jucá indicou o amapaense David Alcolumbre (DEM) para substituí-lo na relatoria enquanto ele estivesse ausente. Alcolumbre é uma das figuras mais apagadas da CPI. Jamais apresentou um requerimento ou fez algum discurso digno de nota.

Nesta quarta-feira, ele será o relator durante a audiência com os presidentes do Santos e do São Paulo, uma vez que os clubes da liga Sul-Minas-Rio, os primeiros convidados para esta sessão, alegaram diversos compromissos para não comparecer à CPI.


FIESP escala medalhistas olímpicos para criticar ajuste fiscal do governo
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Reprodução do vídeo em que Murilo e Jaqueline criticam o governo

A FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) escalou dois atletas olímpicos para atacar o ajuste fiscal anunciado pelo governo em setembro. O casal Murilo Endres e Jaqueline Carvalho gravaram um vídeo em que criticam a proposta de “aumento dos impostos” para cobrir o déficit previsto para o orçamento da União de 2016.

“Se a gente não protestar, o governo vai aumentar os impostos ainda mais”, começa dizendo Murilo na gravação. Eles pedem o engajamento do público para assinar um manifesto que a FIESP pretende entregar no Congresso Nacional com 1 milhão de assinaturas.

Murilo e Jaqueline são atletas do Sesi, equipe de vôlei mantida pela FIESP. Ele talvez seja o mais combativo e politizado desportista da modalidade no país. Quando a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) se viu envolta em uma grave crise por causa de mal feitos atribuídos – e comprovados pela CGU – durante a gestão de Ary Graça, Murilo foi o primeiro atleta a se levantar e protestar contra o dirigente. E contou com o apoio de toda a classe.

E agora, a instituição que representa pode ser diretamente afetada pelas medidas do pacote do governo. A União apresentou proposta para reter 30% do que é arrecadado pelo Sistema S (Sesc, Senai, Sebrae e Senac) para cobrir o rombo no orçamento. Este percentual corresponde a aproximadamente R$ 6 bilhões a menos para o Sistema S no próximo ano. O que afetaria diretamente, entre outras coisas, as atividades esportivas do Sesi, pelos quais jogam Murilo e Jaqueline.

O Sesi investe em alto rendimento na equipe de polo aquático, e em atletas da maratona aquática, atletismo paraolímpico e luta olímpica. Não há nada definido ainda sobre cortes no apoio ao esporte.

O departamento de comunicação da FIESP informou que os atletas não foram obrigados a participar da campanha, apenas convidados. Por enquanto, só atletas do vôlei se engajaram publicamente.


Governo do DF recomenda férias escolares durante Jogos Olímpicos-2016
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Mané Garrincha, que terá 10 jogos em 2016, segue servindo de terminal (Crédito: Daniel Brito/UOL)

O GDF (Governo do Distrito Federal) pede às instituições de ensino da capital federal que “considere a possibilidade” de dar férias aos alunos durante a realização dos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Brasília foi contemplada com 10 partidas de futebol nos Jogos-2016 em um período de oito dias, de 4 a 12 de agosto.

É justamente neste período que o GDF sugere as férias aos colégios da rede privada. “No caso de suspensão das atividades escolares, a instituição deverá lançar no calendário escolar os respectivos dias como recesso escolar, ressaltando-se a necessidade de cumprir os dias letivos e a carga horária total previstos na legislação em vigor”, ressalvou o governo local em resolução publicada no DODF (Diário Oficial do Distrito Federal) de 29 de setembro. O ano letivo deve contar com 200 dias e carga horária mínima de 800 horas.

A ideia é replicar o modelo que deu certo durante a Copa do Mundo do ano passado, em que houve férias de um mês entre o primeiro e o segundo semestre na rede pública. O calendário letivo de 2016 das escolas do governo ainda não foi divulgado oficialmente.

A recomendação de folga durante a realização de grandes eventos na cidade se dá para que não haja problemas com trânsito para turistas e delegações estrangeiras. No Mundial da Fifa funcionou.

Mas o curioso é que o estádio Mané Garrincha, reerguido, inicialmente, com o propósito de ser uma das sedes da Copa do Mundo, terá quase 50% a mais de jogos nas Olimpíadas do que no evento da Fifa, em 2014. O Mundial levou ao Distrito Federal sete partidas em um período de 24 dias.

Para 2016, o prazo mínimo de 72 horas respeitado pela Fifa entre duas partidas só será respeitado uma vez. Até porque os Jogos-2016 têm 16 dias de duração, contra 30 do Mundial. Nas olimpíadas, haverá rodadas duplas em Brasília nos dias 7, 9 e 10 de agosto.


Ex-diretora do COB integra comitê de educação da Agência Mundial Antidoping
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A hoje ex-diretora do COB, Christiane Paquelet, representa o Brasil na Comissão de Educação da Wada (sigla em inglês para Agência Mundial Antidopagem). É um grupo de 17 pessoas de diferentes países chefiados pela lenda do atletismo olímpico Edwin Moses, americano ´dono de dois ouros olímpicos nos 400m com barreiras, em Montreal-1976 e Los Angeles-1984.

A Comissão de Educação é responsável por fornecer recomendações e orientações para Wada sobre a estratégias de abordagens para políticas educativas dos programas de combate ao doping da agência.

Christiane é uma das três observadores do grupo. Uma de suas atribuições como diretora Cultural e de Educação do COB era estabelecer uma política educacional de combate ao doping para os atletas olímpicos brasileiros. Por diversas vezes, representou o comitê em reuniões com autoridades federais deste tema no Rio. Mas o controle de dopagem não era de sua responsabilidade, e sim do médico Eduardo de Rose.

Conforme nota divulgada pelo COB no início da noite de quinta-feira, 1º de outubro, Christiane Paquelet não possui mais vínculos com o comitê. Para o cargo da Wada, ela está mantida.

Entenda o caso
No início desta semana, este blog publicou a história de uma atleta que mentiu para figurar no livro  ''Atletas Olímpicos Brasileiros'', escrito pela pesquisadora Katia Rubio, talvez o mais importante trabalho da literatura olímpica do país. Em seu blog, a autora relatou o caso de Christiane Paquelet, mas sem revelar o nome da atleta.

“Em seu depoimento, gravado em vídeo, ela conta detalhes do embarque para os Jogos Olímpicos, do uniforme que era feio, do treinamento no qual se lesionou e do retorno ao Brasil. Para mim, teria sido mais um dos casos pitorescos que exprime o desejo de ser olímpico, facilmente explicável pelas teorias psicológicas, não fosse a indignação das colegas de modalidade que no mesmo dia do lançamento do livro me alertaram sobre o erro.”

No dia seguinte ao post, que veio a ser terça-feira, 30, Juca Kfouri revelou o nome da atleta em seu blog no UOL Esporte:

“O nome de quem falsificou a história é Cristiane Paquelet (foto), uma ex-nadadora do Fluminense que depôs como se tivesse participado da Olimpíada de Munique, em 1972, para indignação das nadadoras que, de fato, foram aos Jogos na Alemanha e tiveram suas histórias, de certa forma, furtadas pela farsa.

Seria apenas um caso para os consultórios de psicologia não fosse o fato de a museóloga  Paquelet ser simplesmente Diretora Cultural do Comitê Olímpico do Brasil, em tese uma guardiã de nossa memória olímpica, com sala ao lado de Carlos Nuzman, o cartola que preside o COB e o Rio-16.”

Paquelet desculpou-se para Kátia Rubio, desligou-se do comitê na quinta-feira. Mas seu nome continua lá na primeira edição da obra prima de Kátia como uma atleta olímpica. Somente na versão virtual e na segunda edição impressa do livro que ela terá seu verbete riscado dos registros.

Ela e Zequinha Santos, outro nadador que mentiu e também disse ter participado dos Jogos de Moscou-1980, sem nunca, jamais, ter estado em uma edição dos Jogos,.


Time de polo aquático dos EUA dividirá CT com atletas olímpicos brasileiros
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Daniel Brito

Atual sede da Escola Naval já foi palco de batalha com franceses em 1560 (Crédito:Divulgação)

Atual sede da Escola Naval já foi palco de batalha com franceses em 1560
(Crédito:Divulgação)

Os atuais campeões Pan-Americanos de pólo aquático poderão compartilhar do mesmo espaço de treinamento de alguns dos atletas olímpicos brasileiros antes e até mesmo durante os Jogos do Rio-2016. O USOC (sigla em inglês para Comitê Olímpico dos Estados Unidos) firmou parceria com a Escola Naval e as duas equipes de pólo, masculina e feminina, estão autorizadas a utilizar as instalações esportivas e não-esportivas do local.

O acordo passou a valer em 14 de setembro e vai até o final de outubro do próximo ano. A Escola Naval está situada na Ilha de Villegagnon, estrategicamente posicionada dentro da Baía de Guanabara.

Ali será também a casa de atletas e treinadores brasileiros antes e durante os Jogos-2016. A parceria do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) com a Escola Naval foi firmada no segundo semestre do ano passado. A Ilha de Villegagnon deve servir de base na preparação para as equipes de tiro esportivo, polo aquático e vela. Cerca de 130 pessoas, entre atletas e comissões técnicas das três modalidades, utilizarão o local. Eles ficarão alojados na ilha nas duas semanas que antecederem à entrada dos competidores na Vila Olímpica, na Barra da Tijuca.

Além da Escola Naval, os atletas brasileiros das demais modalidades também utilizarão outro ponto histórico no Rio. A Fortaleza de São João, na Urca, de propriedade do Exército, poderá abrigar até 260 atletas em período de treinamento para os Jogos-2016.

Já os Estados Unidos possuem um acordo com o Flamengo, no qual utilizarão as instalações do clube como base de treinamento da maior parte de seus atletas.

Haverá, portanto, um reencontro entre os brasileiros e seus algozes na última edição dos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015. Tanto a seleção masculina quanto a feminina do país caíram diante dos americanos no Canadá, em julho. As mulheres foram derrotadas na semifinal, por 16 a 3, mas terminaram com o bronze. Os homens perderam o ouro para os Estados Unidos por 11 a 9, em uma partida recheada de rivalidade.

Local histórico

A Ilha de Villegagnon guarda um pedaço quase esquecido da história do Brasil Colônia. Alguns de seus primeiros registros datam do ano de 1555, quando os portugueses eram os donos do litoral brasileiro e os índios canibais ocupavam a região. Mas foram os franceses que trataram de ocupar o arquipélago. Com três navios, o cavalheiro francês Nicolas de Villegagnon aporta na ilha e onde ergue uma fortaleza.

Mas após conflitos religiosos entre os próprios franceses e uma investida portuguesa em 1560, Villegagnon e seus asseclas foram expulsos do local. Mas seu nome permanece até hoje. A Escola Naval se alojou na década de 1930 na área e é um importante centro esportivo da cidade do Rio de Janeiro.


Policiais estrangeiros circularão entre os torcedores no Parque Olímpico
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Daniel Brito

A segurança dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016 contará com o reforço de agentes policiais de outros países transitando entre os locais de competição e de grande concentração de público.

Eles se juntarão aos mais de 47 mil agentes de segurança pública do Brasil que serão responsáveis pelo bom andamento das competições. Grande parte deles ficará na região da Barra da Tijuca, que concentra 57% dos eventos dos Jogos-2016.

Os policiais que circularão entre o público não estarão armados e devem trajar a farda da corporação que representa, mesmo estando em atividade no Rio. Por exemplo, o policial argentino ou russo, poderá ser reconhecido por ostentar o uniforme que utiliza em operações no país de origem. E estarão sempre acompanhado de um policial federal brasileiro. A PF chama este agente de “spotter”, que em tradução livre do inglês significa “detetive”.

“Os spotters trazem um efeito positivo porque o estrangeiro vê aquela figura e pensa: “Opa, aqui tem policial do meu país”. Traz aquela certeza do apoio e até um efeito de constrangimento de ação, já que o policial está ali para evitar qualquer ação. E tem também a questão do idioma. Quando falamos aqui de argentinos, ingleses, espanhóis, é fácil dialogar com eles, mas há países com idiomas que os policiais brasileiros não dominam, com idiomas raros, e esses policiais vêm para auxiliar”, explicou Andrei Augusto Passos Rodrigues, Secretário Extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça.

Ele está à frente da pasta criada para coordenar, avaliar e definir os atos da segurança pública dos Jogos. E tem a obrigação de promover a integração de todos os niveis de governo, inclusive com as polícias estrangeiras. A informação sobre a atuação dos spotters foi dada durante audiência pública na Câmara dos Deputados na Comissão de Esporte.


Senador da CPI do Futebol prega a extinção das federações estaduais*
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Daniel Brito

Zezé Perrela fez discursos contra as federações (crédito: Folhapress)

Em discurso, Perrela disse que federações estaduais são ''apenas cartórios'' (crédito: Folhapress)

O senador Zezé Perrella (PDT-MG) terá a oportunidade de repetir aos presidentes das federações estaduais do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, nesta terça-feira, 29, o que sempre bradou nas tribunas do Senado: o fim das federações estaduais de futebol.

A 11ª sessão da CPI do Futebol nesta terça terá a presença do Rubens Lopes, mandatário da entidade que comanda a modalidade no Estado do Rio, e Castellar Modesto Guimarães Neto, gestor em Mnas Gerais. Perrela é um dos membros da comissão.

Desde os acalorados debates para a MP 671 (a Medida Provisória do Futebol, o Profut) ainda no primeiro semestre, Perrella apregoa a extinção dessas federações. Logo nas primeiras reuniões da CPI no Senado, ele voltou à carga.

“Na verdade, as Federações Estaduais são cartórios apenas para registrar os jogadores. Esse modelo é atrasado. É o único país do mundo que tem federações estaduais ou regionais”, criticou Perrela, ainda na 3ª sessão da CPI, no início de agosto. “O Brasil é o único país do mundo que tem campeonatos estaduais. As federações, para mim, não têm necessidade de existir, todas elas. E os campeonatos estaduais só existem porque se os campeonatos estaduais acabarem as federações acabam junto”, completou.

Para atacar as entidades regionais, filiadas à CBF, Perrella critica, e muito, a existência dos campeonatos estaduais. “É um negócio inexplicável que ainda exista campeonato estadual no Brasil. Eu acho que, enquanto nós não acabarmos com isso, dificilmente vamos evoluir. E as federações são fechadas. Obviamente que o dia em que não tivermos mais os estaduais, acabam-se as federações”, opinou.

O posicionamento de Perrella foi corroborado por todos os membros da CPI, que concordaram em convidar os presidentes de federações para uma audiência pública. Além de Rubens Lopes e Guimarães Neto, foram chamados para a reunião Reinaldo Rocha Carneiro Bastos, de São Paulo, Evandro Barros de Carvalho, de Pernambuco, Gustavo Vieira, do Espírito Santo.

A mesa diretora da CPI chegou a anunciar o cancelamento da audiência, porque os cartolas não avisaram se viriam Apenas no início da noite dessa segunda-feira, 28, foi confirmada a sessão, com Lopes e Guimarães Neto.

* Atualização: O senador Zezé Perrella não compareceu à audiência pública com os presidentes de federações estaduais na CPI do Futebol no Senado.


O atleta que mentiu para figurar no livro sobre atletas olímpicos*
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Daniel Brito

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A professora Kátia Rubio, da Escola de Educação Física e Esporte da USP (Universidade de São Paulo), reuniu no final de semana que passou alguns dos atletas olímpicos nascidos ou residentes no Distrito Federal e Goiás para entregar-lhes o livro intitulado “Atletas Olímpicos Brasileiros”, publicado em agosto pela editora Sesi-SP.

É um trabalho de pesquisa e entrevistas de mais de uma década, que reúne em um só livro os dados de todos os atletas que já disputaram uma edição dos Jogos Olímpicos representando o Brasil. Talvez, a maior obra literária sobre esportes olímpicos já publicada no país. Muitos aceitaram compartilhar sua história com a equipe da professora Rubio, gente grande como Romário, Joaquim Cruz, Bernardinho, Anderson Varejão, entre outros.

Todas as entrevistas foram gravadas em vídeo e estão arquivadas para futuros trabalhos. Kátia considerou um atleta olímpico aquele que passou pelas seletivas, chegou à aclimatação ou à Vila Olímpica e não necessariamente competiu, por ser reserva, por lesão ou qualquer outro motivo. Mas tem que ter ido aos Jogos.

Houve um caso em especial, que Katia Rubio relatou em seu blog, de um atleta que relatou uma longa história em determinada edição de Jogos Olímpicos, mas que, na realidade, jamais chegou a ocorrer.

Confira um trecho desta história, abaixo, contada pela autora do livro:

“Uma história nos escapou. Uma pessoa se passou por atleta olímpico sem sê-lo, e diferentemente de outras que conseguimos conferir antes da publicação, essa está lá no livro. Isso porque seu caso foi um dos que teoricamente não chegou a competir por motivo de lesão. Até aí, estaríamos cobertos de razão exceto pelo fato de ela nem ter alcançado índice olímpico, nem tampouco ter chegado à Vila Olímpica.

Em seu depoimento, gravado em vídeo, ela conta detalhes do embarque para os Jogos Olímpicos, do uniforme que era feio, do treinamento no qual se lesionou e do retorno ao Brasil. Para mim, teria sido mais um dos casos pitorescos que exprime o desejo de ser olímpico, facilmente explicável pelas teorias psicológicas, não fosse a indignação das colegas de modalidade que no mesmo dia do lançamento do livro me alertaram sobre o erro.

Sei que no princípio pareceu falta de rigor da minha parte, o que levou ao questionamento da pesquisa em si, por parte delas, e a uma revisão detalhada da entrevista gravada para a confirmação de um mau entendimento da minha parte. Mas não. Lá estava a entrevistada, oferecendo detalhes, impressões, análises e posições sobre os feitos ocorridos com ela, com as companheiras de time e com a delegação brasileira naquele evento.

A sensação de alívio por não ter cometido um erro grosseiro como esse não apagou, nem minimizou, o mal estar das colegas de geração. Sentindo-se desrespeitadas por verem invadida uma seara construída com o esforço e o trabalho que só um atleta que chegou a esse nível pode experimentar, solicitam-me uma providencia em relação a esse fato.

Desmascarar?

Publicar uma errata?

Tornar público o vídeo com a entrevista para que minha condição de pesquisadora não seja maculada?

Ou oferecer ajuda, uma vez que a criação de situações como essas parecem ser constante?

Procuro ainda escolher o caminho que dê às atletas olímpicas atingidas a justiça que lhes cabe e também, quem sabe ajuda, a quem provocou essa situação constrangedora. Penso que preciso de um pouco mais de tempo.”

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Kátia Rubio jamais revelou o nome do atleta.

A edição online será lançada em breve e o nome do atleta que mentiu será excluído. Assim, teremos 1.795 desportistas catalogados e não mais 1.796.

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*ATUALIZAÇÃO

O jornalista Juca Kfouri, em seu blog, revelou a identidade da atleta que deu depoimento que não condiz com a realidade e figurou no livro de Kátia Rubio. Trata-se de Christiane Paquelet, diretora Cultura do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

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Na foto, abaixo, estão, da esquerda para a direita, os seguintes atletas:
Joilton Bonfim (atletismo) – Barcelona-1992
Hugo Parisi (saltos ornamentais) – Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012
Gilberto (handebol) – Barcelona-1992
Leandro (vôlei) – Atlanta-1996
Tonico (basquete) – Atlanta-1996
Kátia Rubio, ao centro, de vestido estampado
Leila (vôlei) – Barcelona-1992, Atlanta-1996 e Sydney-2000
Márcio Cipriano (basquete) – representando o amigo Guilherme Giovanoni, que disputou Londres-2012, e Pipoka, que esteve em Barcelona-1992 e Atlanta-1996.
Ricarda (vôlei) – Sydney-2000
Ronaldo da Costa (atletismo) – Atlanta-1996
Hudson de Souza (atletismo) – Atenas-2004 e Pequim-2008
Jarbas Nuñes (futebol) – Montreal-1976

Crédito: Walter Guimarães/ Arquivo pessoal

Crédito: Walter Guimarães/ Arquivo pessoal