Fechamento do Mané Garrincha para Rio-2016 interrompe corte de gastos no DF
Daniel Brito
A realização de 10 partidas de futebol dos Jogos Olímpicos-2016 no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, em agosto fará o GDF (Governo do Distrito Federal) voltar a gastar com aluguel de salas. De acordo com o DODF (Diário Oficial do Distrito Federal) da quinta-feira, 18, o GDF deve liberar as dependências do estádio até março.
As secretarias de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo (SEDST) e a de Educação, Esporte e Lazer utilizam as salas que estavam desocupadas desde o fim da Copa do Mundo Fifa, em julho de 2014. A SEDST criou um grupo para cuidar da “mudança e ocupação” do novo imóvel alugado. Embora o DODF seja claro na informação de que as salas devem ser desocupadas “até março de 2016, em decorrência das Olimpíadas-2016”, a assessoria de imprensa da pasta garante que o prazo para saída dos servidores é 10 de junho.
Crise financeira
Por contenção de despesas, servidores dessas duas grandes secretarias de Estado trabalham nas dependências da arena desde maio do ano passado.
A medida fora adotada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para economizar, segundo cálculos do GDF, cerca de R$ 15 milhões em aluguéis somente em 2015 para alojar os servidores das duas pastas.
Cessão de quase dois meses
A secretaria informou também que o estádio será de exclusividade dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 de 3 de julho, um mês e um dia antes da estreia da seleção de Dunga no Mané Garrincha, até 20 de agosto. Serão quase dois meses de dedicação à Olimpíada.
No entanto, não foi publicada previsão de retorno da SEDST ao estádio após o término da ocupação olímpica.
Uma alternativa que poderia onerar menos o caixa do DF seria ocupar um imóvel do próprio GDF, mas muitos deles foram colocados a leilão ou não reúnem condições para sediar uma secretaria tão importante.
Ruim para o Flamengo
O fechamento do Mané Garrincha para o Rio-2016 é uma notícia que pode desagradar ao Flamengo. O clube que venceu o Fla-Flu do domingo, 22, por 2 a 1 diante de mais de 30 mil pagantes na arena do Distrito Federal, busca uma alternativa ao Maracanã, cujos portões serão lacrados para os Jogos-2016 já em março.
O técnico Muricy Ramalho cogitou, em entrevista coletiva após o triunfo, adotar Brasília como “casa” na ausência do Maracanã. “Campeonato brasileiro não dá para ficar pulando de casa em casa”, justificou Muricy.
No clássico do final de semana, o Flamengo embolsou cerca de R$ 1 milhão da renda, de acordo com o borderô publicado ontem pela FERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio). Portanto, uma mudança para Brasília faria o clube faturar alto a cada apresentação só com a bilheteria – desde que, claro, o time esteja em boa fase.
Só o Candangão confirmado
Daqui até os Jogos Olímpicos, em agosto, já há 15 eventos agendados para a área do Mané Garrincha, segundo a assessoria da SEDST. Apenas três são partidas de futebol, todos do Candangão, o campeonato de futebol profissional do Distrito Federal.
O último evento confirmado antes de a bola rolar pela Olimpíada no Mané será um festival de música sertaneja no estacionamento, em 7 de maio. Só voltará a ter eventos regulares no final de agosto, após o término do Rio-2016. “Os eventos são previsões, baseadas em pedidos recebidos. Ainda não há processo confeccionado e pagamento para a confirmação”, explicou em nota a assessoria da SEDST.
A Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, ,outta ocupante da arena, não divulgou planos de mudança.