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Fechamento do Mané Garrincha para Rio-2016 interrompe corte de gastos no DF
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Daniel Brito

A realização de 10 partidas de futebol dos Jogos Olímpicos-2016 no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, em agosto fará o GDF (Governo do Distrito Federal) voltar a gastar com aluguel de salas. De acordo com o DODF (Diário Oficial do Distrito Federal) da quinta-feira, 18, o GDF deve liberar as dependências do estádio até março.

As secretarias de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo (SEDST) e a de Educação, Esporte e Lazer utilizam as salas que estavam desocupadas desde o fim da Copa do Mundo Fifa, em julho de 2014. A SEDST criou um grupo para cuidar da “mudança e ocupação” do novo imóvel alugado. Embora o DODF seja claro na informação de que as salas devem ser desocupadas “até março de 2016, em decorrência das Olimpíadas-2016”, a assessoria de imprensa da pasta garante que o prazo para saída dos servidores é 10 de junho.

Crise financeira
Por contenção de despesas, servidores dessas duas grandes secretarias de Estado trabalham nas dependências da arena desde maio do ano passado.

A medida fora adotada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para economizar, segundo cálculos do GDF, cerca de R$ 15 milhões em aluguéis somente em 2015 para alojar os servidores das duas pastas.

Cessão de quase dois meses
A secretaria informou também que o estádio será de exclusividade dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 de 3 de julho, um mês e um dia antes da estreia da seleção de Dunga no Mané Garrincha, até 20 de agosto. Serão quase dois meses de dedicação à Olimpíada.

No entanto, não foi publicada previsão de retorno da SEDST ao estádio após o término da ocupação olímpica.

Uma alternativa que poderia onerar menos o caixa do DF seria ocupar um imóvel do próprio GDF, mas muitos deles foram colocados a leilão ou não reúnem condições para sediar uma secretaria tão importante.

Ruim para o Flamengo
O fechamento do Mané Garrincha para o Rio-2016 é uma notícia que pode desagradar ao Flamengo. O clube que venceu o Fla-Flu do domingo, 22, por 2 a 1 diante de mais de 30 mil pagantes na arena do Distrito Federal, busca uma alternativa ao Maracanã, cujos portões serão lacrados para os Jogos-2016 já em março.

O técnico Muricy Ramalho cogitou, em entrevista coletiva após o triunfo, adotar Brasília como “casa” na ausência do Maracanã. “Campeonato brasileiro não dá para ficar pulando de casa em casa”, justificou Muricy.

No clássico do final de semana, o Flamengo embolsou cerca de R$ 1 milhão da renda, de acordo com o borderô publicado ontem pela FERJ  (Federação de Futebol do Estado do Rio). Portanto, uma mudança para Brasília faria o clube faturar alto a cada apresentação só com a bilheteria – desde que, claro, o time esteja em boa fase.

Só o Candangão confirmado
Daqui até os Jogos Olímpicos, em agosto, já há 15 eventos agendados para a área do Mané Garrincha, segundo a assessoria da SEDST. Apenas três são partidas de futebol, todos do Candangão, o campeonato de futebol profissional do Distrito Federal.

O último evento confirmado antes de a bola rolar pela Olimpíada no Mané será um festival de música sertaneja no estacionamento, em 7 de maio. Só voltará a ter eventos regulares no final de agosto, após o término do Rio-2016. “Os eventos são previsões, baseadas em pedidos recebidos. Ainda não há processo confeccionado e pagamento para a confirmação”, explicou em nota a assessoria da SEDST.

A Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, ,outta ocupante da arena, não divulgou planos de mudança.

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Ex-governador do DF é condenado por improbidade por contrato para F-Indy
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Daniel Brito

Cancelamento da Indy deixou Autódromo do DF com obras paradas

Cancelamento da Indy deixou Autódromo do DF destruído, com as obras paradas

O ex-governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, foi condenado pela 2ª Vara da Fazenda Pública por improbidade administrativa pela da contratação de empresa para transmissão de etapas da Fómula Indy, no Autódromo Internacional de Brasília. Os eventos, que aconteceriam a partir do ano de 2015, nunca se realizaram.

A Rádio e TV Bandeirantes, de São Paulo, firmaram contrato com a Terracap, empresa do GDF (Governo do Distrito Federal), para a transmissão da Fórmula Indy no Distrito Federal em março de 2015. O TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) informou que a condenação prevê suspensão dos direitos políticos por cinco anos e multa correspondente a duas vezes o valor do dano.

O governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), que sucedeu a Agnelo, cancelou a etapa da Indy porque descobriu uma brecha no acordo para sediar o evento, segundo a qual a administração da capital não tinha a obrigação contratual de arcar com a multa pela quebra do acordo com a promotora da corrida, o Grupo Bandeirantes.

“Antes, pensava-se que o governo teria de arcar, por quebra de contrato, com multa no valor de R$ 70 milhões, mas o montante só vale em caso de rompimento entre a Fórmula Indy e a emissora de televisão”, informou a assessoria do Palácio do Buriti, sede do governo local, ao UOL Esporte à época.

O GDF segue uma recomendação do próprio MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios), que expediu uma recomendação para que o presidente da Terracap para não “licitar, realizar, autorizar, empenhar, liquidar, reconhecer ou pagar quaisquer despesas” relacionadas com a reforma do autódromo.

Em fevereiro do ano passado, já sido havia determinado o bloqueio dos bens do ex-governador na ação cautelar para garantir a efetividade de uma possível condenação por improbidade administrativa.

Da sentença de 1ª Instância desta quarta-feira, 17, ainda cabe recurso.


A cidade planejada que não sabe se planejar para receber eventos esportivos
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Daniel Brito

Sabia-se havia pelo menos três meses que a seleção feminina de handebol faria em Brasília seus últimos amistosos antes da defesa do título mundial na Dinamarca. A cidade está longe de ter qualquer ligação histórica ou emotiva com a modalidade, mas foi escolhida porque a sede dos dois patrocinadores do esporte estão no Distrito Federal: Correios e Banco do Brasil.

É de conhecimento geral que o ginásio  Nilson Nelson tem um problema crônico de goteiras. Basta lembrar do fiasco internacional de 2011, durante o Campeonato Mundial de patinação artística, em que atletas de outros países até se lesionaram após quedas decorrentes da umidade no piso em razão das goteiras.

Anos antes, em 2009, o ex-governador José Roberto Arruda, fora acusado de improbidade administrativa pela reforma do ginásio sem licitação por R$ 5,5 milhões. A 4ª Vara da Fazenda Pública do DF, no entanto, absolve o mandatário, que logo em seguida cairia em desgraça por causa do esquema de corrupção conhecido como Mensalão do DEM.

E sabe-se, desde sempre, que novembro é um mês de chuva na capital federal.

Portanto, não dá para dizer que o cancelamento dos amistosos com Brasil, Eslovênia, Sérvia e Argentina no Nilson Nelson foi uma surpresa. Só compõe um rosário de eventos frustrados em Brasília, Distrito Federal, nos últimos anos.

Ayrton Senna, Nelson Piquet e outras incoerências

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Foto de 2013 do Complexo Esportivo Ayrton Senna: projeto perfeito, péssima execução (Dilvugação/GDF)

A foto acima é do Complexo Esportivo Ayrton Senna. Fica no centro da capital, a um quilômetro de quase todos os hotéis da cidade, a três quilômetros do Ministério do Esporte e a cinco do Congresso Nacional. É um setor desenhado pelo genial arquiteto e urbanista Lúcio Costa quando da concepção da cidade, há mais de 50 anos.

Seria o local perfeito para receber todo e qualquer evento esportivo. Reúne um autódromo, um ginásio de médio porte coberto, com uma piscina coberta, quadras poliesportivas ao ar livre, quadras de tênis, um complexo aquático, além do Estádio Mané Garrincha. Havia até um velódromo.

Mas esta região está longe de ser um polo esportivo. Ainda em 2013, o repórter Aiuri Rebello mostrou a propaganda enganosa do GDF, sob a gestão de Agnelo Queiroz, sobre a utilização do Complexo.

Hoje, menos da metade desses espaços reúne condições de uso.

O Nilson Nelson, como vimos no final de semana, sofre com goteiras e uma estrutura precária.

O Autódromo está sem metade da pista desde o cancelamento da F-Indy, em janeiro. Ironicamente, o autódromo do Complexo Esportivo Ayrton Senna recebe o nome de Nelson Piquet, duas figuras que dificilmente poderíamos chamar de amigos próximos. Não há previsão para que a reforma seja concluída.

Entre a pista e o estádio Mané Garrincha está o ginásio Cláudio Coutinho, com capacidade estimada em até oito mil espectadores, prestes a completar duas décadas de abandono. Está trancado e deteriorando-se a cada dia. Ali também havia uma piscina coberta. As quadras poliesportivas e de tênis são decrépitas e inapropriadas para uso, apesar de ainda ser utilizada por alguns corajosos. O velódromo foi derrubado com a promessa de ser construído um novo, o que nunca se concretizou.

Ao lado do Cláudio Coutinho, há o complexo aquático, em que são oferecidas aulas de natação e saltos ornamentais pelo GDF. Este funciona sem sustos.

E a joia da coroa é o Mané Garrincha, que além de servir como terminal de ônibus, não despertou interesse da iniciativa privada e ainda por cima não consegue arrecadar o suficiente para cobrir o rombo de R$ 800 mil mensais de manutenção.  Neste final de semana, recebeu um jogo de futebol amador em que terminou com a morte de uma pessoa por parada cardíaca.


Em severa crise, Brasília pede até ambulâncias da Rio-2016
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Daniel Brito

O GDF (Governo do Distrito Federal) terá de recorrer ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 para que possa haver ambulância para o público que vai participar do evento em Brasília. Foi um pedido da administração local ao comitê ante a crise que assola a capital federal. E que foi bem recebido no Rio-2016, segundo informou a secretária adjunta de Esporte do DF, a ex-jogadora Leila Barros.

“Avisamos ao Comitê Organizador dos Jogos-2016 que alguns itens da Matriz de Responsabilidade nós não temos condições de resolver, e não vamos resolver. Eles [Rio-2016] entenderam, porque houve um estudo em todos os aspectos da Matriz . Por exemplo, ambulância. São pedidas ambulâncias nos Centros de Treinamento, nos hotéis das delegações, nos locais de competição. Mas a gente não tem condições de fornecer isso. Temos dificuldades até para atender…então, eles entenderam e vão fornecer as ambulâncias”, explicou Leila ao blog durante evento do revezamento da Tocha Olímpica, com o ministro do Esporte e representantes da Coca-Cola, na terça-feira, 24.

O documento engloba os compromissos assumidos governo para organização dos Jogos do Rio-2016. A Matriz relaciona projetos e responsabilidades pela execução e aporte de recursos. Brasília ainda não fechou a sua, e não há uma data definida para divulgação.

Mas o GDF se comprometeu em reserva espaço nos hospitais da cidade para os Jogos. “Nós vamos oferecer a logística da capital: bombeiros, polícia militar, saúde, hospital, espaço nos hospitais para atendimento, e a operacionalização do estádio, que é de responsabilidade do GDF”, disse Leila.

Itens básicos em falta
O Distrito Federal atravessa uma severa crise na saúde. Por exemplo, dos 16 tomógrafos nos hospitais públicos, quatro estão quebrados. Restam 12 para atender mais de oito mil pacientes que estão na fila de espera. Faltam itens de primeira necessidades nas farmácias populares, o estoque de insulina é mínimo. No Hospital de Base, o principal da capital, cerca de 20 exames de diagnóstico não podem ser feitos por falta de reagentes.

Em setembro, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou um déficit superior a R$ 5 bilhões no orçamento, provocado por dívidas e compromissos firmados pelo governo anterior, de Agnelo Queiróz (PT).

Sem festa nas ruas
Por este motivo, o GDF também anunciou ao Comitê Organizador do Rio-2016 que não organizará festa ou espaços chamados no período da Copa do Mundo Fifa de “Fan Fest”. “Não é do interesse do Distrito Federal fazer festas, porque não temos dinheiro para isso, é mais interessante para eles, os patrocinadores dos Jogos, e vamos contar com a participação dos grandes patrocinadores dos Jogos para organizar esses espaços [fan fest]”, avisou a ex-jogadora, que disputou três edições dos Jogos Olímpicos pela seleção de vôlei.

O GDF estipulou que os Jogos custarão no máximo R$ 25 milhões à administração local. A Fifa anunciou há uma semana que o Mané Garrincha receberá os dois primeiros jogos da seleção brasileira masculina na primeira fase, em 4 de agosto, um dia antes da cerimônia de abertura, e o segundo em 7 de agosto.

O DF receberá dez jogos, sendo três do feminino.


Rio-2016 e DF assinam acordo para o futebol olímpico. Falta só o valor
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Daniel Brito

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB) assinou na tarde desta segunda-feira, 16, o termo de compromisso que oficializa Brasília como uma das sedes dos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Mas não houve a confirmação de quanto o evento vai custar à capital.

O GDF (Governo do Distrito Federal) ainda não definiu a matriz de responsabilidade e não cravou uma data para que o documento seja apresentado. O documento engloba os compromissos assumidos governo para organização dos Jogos do Rio-2016. A Matriz relaciona projetos e responsabilidades pela execução e aporte de recursos.

“Nós já temos parte do recuso destinado no Orçamento do ano que vem, temos o compromisso do Ministério do Esporte de continuar nos ajudando e nós queremos também fazer parcerias com a iniciativa privada, já que as Olimpíadas não são um evento apenas do GD, mas de toda a cidade”, afirmou Rollemberg, em entrevista após a assinatura.

“Acreditem, é uma Olimpíada barata. Nós temos o mínimo possível de estrutura temporária, temos toda a intenção de usar o que já é usado, de deixar muito legado, proporcionar a cidade, quando sairmos daqui, melhores campos e melhores estrutura para formação de atletas no futuro”, afirmou, em discurso, o general Marco Aurélio Vieira, diretor executivo de operações do Rio-2016.

Ele representou o Comitê Organizador-2016 no evento desta segunda-feira, no Palácio do Buriti, sede do GDF.

Há uma semana, a secretária adjunta Leila Barros estimou em R$ 25 milhões para que os Jogos fossem disputados na capital. Nesta segunda-feira, ela explicou que neste valor está incluído o revezamento da Tocha Olímpica. O percurso será iniciado em Brasília, em maio. Este valor, contudo, não é o oficial.

Se confirmado, representará quase o dobro do que São Paulo estima gastar para sediar as partidas de futebol da Rio-2016. Há sete meses, a prefeitura informou que seriam necessários R$ 13 milhões.

Estreia brasileira
A Fifa anunciou há uma semana que o Mané Garrincha receberá os dois primeiros jogos da seleção brasileira masculina na primeira fase, em 4 de agosto, um dia antes da cerimônia de abertura, e o segundo em 7 de agosto.

O DF receberá dez jogos, sendo três do feminino.

Crise fincaneira
O GDF atravessa um momento de muita dificuldade financeira. Uma semana atrás, a capital da República atravessou greve dos professores, médicos, agentes do Detran, e funcionários do metrô.

O governo Rollemberg informou que não conseguiria cumprir os compromissos salariais firmados durante a gestão de Agnelo Queiroz (PT) no GDF, encerrado no último 31 de dezembro. Após quase um mês inteiro de greve, o governador conseguiu negociar o fim das paralisações com novos prazos para pagamento de reajustes e retroativos.


Deputados aprovam projeto e Olimpíada deve custar R$ 25 milhões ao DF
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Daniel Brito

A Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou, na noite de terça-feira, 10, o projeto de lei que garante o estádio Mané Garrincha como uma das sedes para os Jogos Olímpicos do Rio-2016. Por unanimidade (21 votos), os deputados distritais autorizaram o encaminhamento da proposta.

Não houve, no entanto, previsão orçamentária. À réporter Larissa Rodrigues, no portal Fato On Line, de Brasília, a secretária-adjunta de Esporte do Distrito Federal, Leila Barros, disse que os Jogos Olímpicos custará R$ 25 milhões aos cofres da capital.

A aprovação na Câmara coincidiu com o anúncio da Fifa de que o Mané Garrincha receberá os dois primeiros jogos da seleção brasileira masculina na primeira fase da Rio-2016.  A seleção anfitriã estará no Grupo A e estreará em Brasília, em 4 de agosto, às 16h. O segundo também acontecerá em Brasília, às 22h do dia 7 de agosto.

O DF receberá dez jogos, sendo três do feminino.

O Mané Garrincha corria o sério risco de ser excluído dos Jogos-2016 porque o GDF (Governo do Distrito Federal) perdeu os prazos para firmar compromissos com o Comitê Organizador do evento. A quase nove meses da abertura, o GDF não apresentou ao Rio-2016 o caderno de encargos, nem a matriz de responsabilidade.

Agora, o texto aprovado na Câmara Legislativa do Distrito Federal vai para a sanção do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e, em seguida, publicado no Diário Oficial do DF. A assessoria do Rio-2016 informou que o GDF procurou o Comitê Organizador ainda na noite de terça-feira para comunicar sobre a aprovação o projeto pelos distritais. Assim, o Rio-2016 tem uma garantia de que a cidade está se movimentando para confirmar logo sua participação nos Jogos. A organização da Olimpíada aguarda agora a chegada do caderno de encargos e a matriz de responsabilidade, o que deve ocorrer nos próximos dias.


Só o Flamengo alivia as contas do Mané Garrincha em 2015. Saiba como
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Daniel Brito

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Lanternas da segundona do DF jogam em Mané vazio (Crédito: Daniel Brito/UOL)

O Flamengo jogou apenas duas vezes no estádio Mané Garrincha em 2015 e rendeu ao GDF (Governo do Distrito Federal), que administra a arena, quase a metade do que foi arrecadado nesses últimos 10 meses. Todos os eventos e a arrecadação oficial do gigante de 72 mil lugares foram publicados no DODF (Diário Oficial do Distrito Federal), há uma semana.

O clube da gávea enfrentou em janeiro, ainda na pré-temporada, o Shakhtar Donetsk, que contemplou o GDF com pouco mais de R$ 290 mil, para um público anunciado de 26 mil pagantes. O Flamengo só voltou a se apresentar no Distrito Federal em setembro, contra o Coritiba, pelo Campeonato Nacional. Com o recorde de 68 mil espectadores, a arrecadação do dono do Mané Garrincha foi de R$ 268.273,00.

A soma dos dois eventos dá algo em torno R$ 558 mil. E isso é o suficiente para representar 45% do que o Mané angariou com eventos neste ano. Segundo o DODF, o estádio rendeu aos cofres públicos R$ 1.2 milhão em 2015 com taxa de ocupação.

Definições de elefante branco
Diz-se que um estádio é um elefante branco por não ter uso, servir para pouco (ou poucos) ou quase nada. Este é um dos conceitos da expressão tão usada desde a Copa do Mundo. Mas veja você que o Mané Garrincha, que recebeu sete jogos no Mundial-14, acumulou em sua agenda nada menos que 35 acontecimentos desde de 1º de janeiro até outubro.

Foram os mais variados tipos de eventos. Só de shows foram nove. Desde a banda de rock Kiss, em abril, até a gravação do DVD do cantor de música popular Wesley Safadão. Aconteceram também festas, circuito nacional de vôlei de praia, exposições, festivais de pets e de cerveja. Houve dez jogos de futebol, uma média de um por mês.

Mas isso aí tudo, somado, não chega a R$ 800 mil de arrecadação. Nesta conta aí, como se vê, não estão os dois jogos do Flamengo.

Acontece que o estádio é tão grande e é tão caro mantê-lo de pé e funcionando que nem esta quantidade de eventos é suficiente para bancar os custos do Mané Garrincha. De onde extraímos, portanto, mais uma definição de elefante branco: aquele espaço incapaz de produzir receita suficiente para pelo menos cobrir as despesas.

Quanto custa o Mané Garrincha?
O Tribunal de Contas do Distrito Federal calculou que R$1,6 bilhão dos cofres da capital federal foram utilizados para derrubar o antigo Mané Garrincha, aquele para 40 mil torcedores, construído em 1974, para levantar este gigante de concreto com 72 mil assentos, para a Copa do Mundo.

Passado o Mundial, o estádio agora tem o custo mensal de manutenção em torno de R$ 800 mil. Ou seja, com o que foi angariado com esses 35 eventos no dá para cobrir o que o Mané Garrincha consome de dinheiro público em dois meses.

Para evitar que o espaço fique ocioso, o GDF concede isenções aos que querem promover eventos no estádio. O Banco do Brasil, por exemplo, deveria pagar R$ 170 mil para realizar a etapa de Brasília do circuito de vôlei de praia. Mas o governo deu 99% de isenção e o banco só desembolsou R$ 1,7 mil.

O jogo entre Flamengo e Coritiba, em setembro, também ganhou desconto do governo. A taxa de ocupação foi de apenas 7% da bilheteria e não os usais 15%. O que fez com que o GDF recebesse menos que a FERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio).

No último final de semana, do feriado de Finados, o último e o antepenúltimo colocados da segunda divisão do futebol do DF jogaram pela última rodada do certame, com igual promoção na taxa de ocupação (99% de desconto). Não foram vendidos mais do que 300 bilhetes na entrada.

Volta, Flamengo
Para alívio do GDF, há a previsão de que o time comandado por Oswaldo de Oliveira volte a jogar em Brasília em 22 de novembro, contra a Ponte Preta, pela 36ª rodada.


Estádio de Copa recebe jogo de lanternas da segundona do DF com 270 pessoas
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Daniel Brito

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Dono do estádio receberá R$ 13,50 pelo uso do estádio neste sábado (Credito: Daniel Brito/UOL)

O estádio que recebeu o maior público da Série A do Campeonato Brasileiro deste ano, em setembro, com mais de 68 mil pessoas, sediou na manhã deste sábado, 31, o melancólico encontro entre o lanterna e o antepenúltimo colocado da segunda divisão do Distrito Federal, diante de aproximadamente 270 pagantes.

Dom Pedro, pior time da Série B do DF, e Legião, 10º colocado se enfrentaram na última rodada do certame no estádio Mané Garrincha, reconstruído para a Copa-2014 ao valor estimado de R$1.6 bilhão (hum bilhão e seiscentos milhões de reais) do dinheiro público. A arena tem capacidade para 72 mil espectadores e recebeu sete jogos no Mundial da Fifa.

Logo, neste sábado, sobraram em torno de 71.730 assentos vazios no duelo entre Legião e Dom Pedro. Cada testemunha desembolsou R$ 5 e um quilo de alimento não perecível para assistir à partida. O que gerou uma renda de R$ 1.350 (hum mil, trezentos e cinquenta reais). Foram colocados pouco mais de seis mil ingressos à venda.

O GDF (Governo do Distrito Federal), dono do estádio, deu um tremendo desconto na taxa de ocupação para o Legião, dono do mando de campo. Apenas 1% (hum por cento) da renda será cobrado ao clube pela realização do jogo no estádio. Assim, o GDF deve receber R$ 13,50 (treze reais e cinquenta centavos) pela cessão do campo. Os alimentos não perecíveis não ficarão para o governo.

Os números oficiais devem ser publicados na terça-feira, 3, no site da Federação de Futebol do DF. A informação sobre o total de pagantes foi repassada a este blogueiro por um funcionário da entidade, que estava responsável pela bilheteria da partida.

Turista, claque e familiares
Entre o público presente, estavam 30 crianças carentes do Centro Espírita Irmã Celina, de Planaltina, cidade a 40 quilômetros do estádio. Outros 45 adolescentes de 12 a 17 anos da escola do bairro Pacaembu na cidade de Valparaíso de Goiás, na divisa com o Distrito Federal, também ocuparam as cadeiras do Mané nesta manhã de sábado.

“Os jovens ficaram emocionadas em conhecer o estádio, nenhum deles havia tido esta oportunidade de entrar no novo Mané Garrincha”, contou o vereador Elvis Santos (SD-GO), presidente da Câmara dos Vereadores de Valparaíso, que disse ter alugado o ônibus por conta própria para transportar os estudantes.

Sozinho em uma fileira de cadeiras estava o catarinense Wellington Dallabilia. De passagem por Brasília, acompanhando a mulher que participa de um congresso de radiologia, tirou a manhã de sábado para conhecer o estádio. “Eu vim conhecer, descobri na porta que estava tendo jogo, resolvi entrar. É bonito mesmo, grande, né?”, disse Wellington.

Um pouco mais próximo do gramado estava Antônio Carlos Santana. Ele é pai do lateral-direito do Dom Pedro, André, que estuda proposta para defender o Operário de Ponta Grossa (PR) na próxima temporada. Antes de ir embora, Antônio tirou do bolso um saquinho plástico e recolheu o lixo deixado pelos torcedores que estavam ao seu redor. “Educação é sempre bom para todos. Faço isso em todos os jogos que vou e em todos os estádios”, garantiu.

Manutenção
O Mané Garrincha é um grande problema para o GDF. Custa, mensalmente, R$ 700 mil apenas para manutenção. Só recebeu nove jogos de futebol neste ano. Com o deste sábado, completaram-se dez.

Uma dessas partidas foi Flamengo 0 x 2 Coritiba, na noite de 17 de setembro de 2015. Mais de 68 mil pessoas, a maioria rubro-negra, pagaram para assistir à derrota do clube da Gávea em Brasília. O ingresso mais barato custava dez vezes mais que o de Legião x Dom Pedro: R$ 50.
O GDF deu um desconto de 50% para que o Flamengo pudesse atuar no DF e cobrou apenas 7% da renda do jogo pela taxa de ocupação. O que proporcionou ao GDF uma arrecadação de R$ 268.273,00.

Há a previsão de que o time comandado por Oswaldo de Oliveira volte a jogar em Brasília em 22 de novembro, contra a Ponte Preta, pela 36ª rodada.

E o jogo?
Bom, o jogo.

Legião e Dom Pedro tiveram, neste sábado, seus últimos compromissos na temporada 2015. Em campo, um campeão mundial: Márcio Costa, ex-volante do Corinthians no título de 2000, disputado no Brasil. É o capitão do Dom Pedro. No Legião, Jefferson, sobrinho do zagueiro pentacampeão Lúcio, que é de Brasília, compunha o meio de campo. Aliás, o time é presidido e treinado pelo padrasto do zagueirão, hoje no futebol indiano.

Com o gramado alto e um tanto falho, devido à falta de manutenção, conforme publicou nesta semana o Correio Braziliense, os dois times tiveram dificuldades em proporcionar uma manhã divertida aos torcedores.

Ao final dos 90 minutos, o Legião saiu-se melhor, e venceu por 1 a 0, gol de Brayan, após falha de Márcio Costa.


Brasília erra e agora teme perder a Olimpíada-2016 para outra capital
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Mané Garrincha segue sendo terminal de ônibus (Crédito: Daniel Brito/UOL)

Mané Garrincha segue sendo terminal de ônibus (Crédito: Daniel Brito/UOL)

O Mané Garrincha corre o sério risco de ser excluído dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 porque o GDF (Governo do Distrito Federal) perdeu os prazos para firmar compromissos com o Comitê Organizador do evento.

A quase nove meses da abertura, o GDF não apresentou o caderno de encargos, nem a matriz de responsabilidade e nem tampouco cravou a data para assinar o contrato com com a organização dos Jogos.

A informação sobre a exclusão do Mané Garrincha foi divulgada no domingo, 25, na coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo. A nota informava que, por motivos de corte de gastos, Brasília perderia o direito de receber as 10 partidas de futebol que está prevista para sediar nos Jogos-2016.

Segundo a secretária-adjunta de Esporte e Lazer do DF, a ex-jogadora de vôlei Leila Barros, Brasília sofre com a concorrência de outras cidades. “Eu liguei lá na Rio-2016 e eles me confirmaram que há uma capital trabalhando para receber as partidas de futebol que serão realizadas aqui”, contou a este blogueiro Leila, por telefone. O secretário-adjunto de Turismo do DF, Jaime Recena, disse ter a informação de que Recife pretende herdar o futebol que pode ser disputado na capital federal.

Tanto Leila quanto Recena afirmaram que Brasília não está atrasada, que está no mesmo patamar de outras cidades que receberão o futebol; São Paulo, Manaus, Belo Horizonte e Salvador são as outras sub-sedes dos Jogos. No início de outubro, São Paulo promoveu um evento em Itaquera para assinatura do contrato para sediar a Olimpíada-2016.

A assessoria de comunicação dos Jogos informou que Brasília e Salvador são as únicas que restam, mas que a capital baiana já está com tudo pronto, faltando apenas definir uma data para o evento de formalização.

“Entregamos na tade de hoje [segunda-feira, 26] o caderno de encargos feito com todos os entes envolvidos na realização dos Jogos aqui em Brasília. Um grupo de trabalho avaliará e em meados de novembro deve confirmar tudo. Estamos fazendo de tudo para que a Olímpiada seja em Brasília”, avisou Leila, dona de duas medalhas de bronze com a seleção feminina de vôlei, em Atlanta-1996 e Sydney-2000.

A assessoria do Rio-2016 não cravou uma data como o prazo final para a definição da permanência do Distrito Federal nos Jogos, mas disse que o tempo é exíguo e pode se encerrar nas próximas semanas. Assim como não confirmou se há a possibilidade de outra cidade sediar as partidas de futebol caso a capital da República seja excluída do evento.


Mané Garrincha será cortado da Rio-16, diz jornal. Governo se diz surpreso
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Daniel Brito

O jornal O Globo publicou neste domingo, 25, a informação de que o estádio Mané Garrincha, em Brasília, com capacidade para 72 mil espectadores, será excluído dos Jogos Olímpicos-2016 por “corte de gastos.

A nota assinada pelo jornalista Lauro Jardim informa: “Para enxugar os custos, a Rio-2016 resolveu diminuir o número de sedes do futebol nas Olimpíadas. Das seis previstas, quer cortar duas. Uma, está decidida – será o Estádio Mané Garrincha, em Brasília. O problema agora é resolver como devolver os ingressos já vendidos.”

Brasília foi contemplada com 10 partidas de futebol nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 em um período de oito dias, de 4 a 12 de agosto. Ainda hoje há a possibilidade de comprar ingressos para as disputas no Mané Garrincha, reerguido ao valor estimado de R$ 1.6 bilhão para a Copa do Mundo-2014 e Olimpíada-2016. São Paulo, Salvador, Belo Horizonte e Manaus são as outras sedes do futebol nos Jogos-16.

Este blogueiro entrou em contato com o GDF (Governo do Distrito Federal) neste domingo e ouviu das autoridades que a nota d’O Globo “pegou a todos de surpresa”. “Por ora, os Jogos acontecerão normalmente em Brasília”, informou assessoria do governo de Brasília.