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Arquivo : Romero Jucá

Romário vai relatar em livro pressão da CBF sobre parlamentares em Brasília
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Daniel Brito

Romário prepara um livro, em primeira pessoa, contando a influência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sobre os parlamentares no Congresso Nacional. Ele promete relatar como a entidade que controla o futebol nacional conseguiu comemorar, agora em 2016, o “tetra” em CPIs contra ela em Brasília.

Senador pelo PSB do Rio de Janeiro, Romário presidiu a CPI do Futebol no Senado, que começou em junho de 2015, após a prisão de José Maria Marin, e outros sete dirigentes do continente, na Suíça. Até dezembro de 2016.

A comissão terminou em pizza. O relator, Romero Jucá (PMDB-RR), que hoje está afundado em denúncias na operação Lava Jato,  conseguiu um “grande acordo” e livrou a cartolagem da CBF de receber o pedido de ser indicada após as investigações da CPI. As aspas em “grande acordo” vão para o próprio Jucá, em áudio com Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, sobre como estancar a Lava Jato.

O tema futebol, diferentemente da Lava Jato, e para surpresa de ninguém, não é levado tão a sério dentro do Congresso Nacional pelos parlamentares. Talvez por isso, a CBF sempre teve bastante mobilidade, especialmente no baixo clero. Basta observar que na composição dessa CPI do Futebol que Romário presidiu, a maioria era composta por parlamentares de Estados cujo futebol depende das migalhas oferecidas pela CBF, como Piauí (Ciro Nogueira, PP-PI), Amazonas (Omar Aziz, PSD-AM), Amapá (David Alcolumbre, DEM-AP), Maranhão (João Alberto, PMDB-MA), além de Roraima, de Jucá (PMDB-RR).

Quando a equipe de investigadores da CPI começou a aprofundar e a citar nomes do submundo do futbeol, como do alagoano João Feijó, e de Angelo Verospi, a bancada da CBF comparecia em grande número às sessões para derrubar requerimentos. Romário promete, em seu livro, contar como a confederação atuava para frear as investigações.

Desde os tempos de deputado federal, cadeira que ocupou na legislatura passada (2011-2014), Romário alertava sobre a influência da CBF nos parlamentares. Depois que deixou a Câmara, Romário não deixou de atentar para “prestígio” da confederação na Câmara Federal. Basta apenas lembrar que houve também uma mal sucedida CPI do Futebol naquela Casa em 2016, que durou apenas seis meses, sem grandes avanços. Encerrada tão logo Rodrigo Maia (DEM-RJ) assumiu a cadeira de presidente da Câmara, deixada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no início do segundo semestre de 2016.

A CPI teve apenas seis meses de trabalho, sem novidades ou grandes notícias, e se encerrou com um relatório tão chapa branca quanto o de Romero Jucá no Senado, apresentado pelo relator Fernando Monteiro (PP-PE). Com a diferença que na Câmara não houve um relatório alternativo, como aconteceu no Senado, em que Romário, ao lado de Randolfe Rodrigues (Rede-AP), distribuíram para imprensa, MPF (Ministério Público Federal) e outros órgãos de fiscalização, um relatório alternativo com mais de 1,2 mil páginas no qual descreve todos os achados pela equipe de investigadores do Senado, que Romero Jucá ignorou em sua conclusão.

Com essas duas CPIs de 2016, a CBF comemorou o tetra em Brasília, pois já havia triunfado em outras duas comissões no início deste século, quando ainda era presidida por Ricardo Teixeira, sendo uma no Senado e outra na Câmara. Embora tenham sido transformadas em livro e amplamente divulgadas, teve efeito inofensivo para a estrutura da CBF à época.

A promessa de Romário é de que seu livro-bomba seja publicado ainda neste ano, provavelmente no segundo semestre.


Relatório enviado à Fifa aponta políticos ligados à CBF na Lava Jato
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Daniel Brito

*Com Marcel Rizzo

Está a caminho de Zurique, na Suíça, um relatório recheado de informações acerca do grupo que está no poder na CBF. São diversos dados, informações, atualizações e denúncias públicas já divulgadas no Brasil sobre Marco Polo Del Nero e sua equipe. Eles foram compilados pelo grupo político que tinha como figura central Delfim Peixoto, presidente da Federação Catarinense de Futebol, morto no acidente com o avião da Chapecoense no final do mês passado.

Um dos capítulos de relatório conta da relação da confederação nacional com políticos brasileiros. Vai apontar para parlamentares como Romero Jucá (PMDB- RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. A Fifa será informada – e se já tiver esta informação, será relembrada -, de que ambos estão no centro do escândalo de corrupção em apuração pela operação Lava Jato.

Além disso, a atuação de ambos no plenário do Senado foi decisiva para sepultar as investigações da CPI do Futebol, encerrada há uma semana. Na reta final dos trabalhos, quando havia provas concretas de que a CBF bancou caixa dois em campanha eleitoral de Gustavo Feijó para prefeitura de Boca da Mata-AL, os pemedebistas manobraram para travar o andamento da CPI. Feijó além de ter sido eleito (e reeleito neste ano) prefeito no município alagoano é vice-presidente da CBF.

Jucá usou de sua influência para aprovar um relatório final da CPI classificado como chapa branca, porque não pediu o indiciamento de nenhum cartola, em que pese as robustas provas de ilicitudes. Um relatório paralelo, confeccionado pela equipe dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Romário (PSB-RJ), de quase 1.300 páginas será anexado ao relatório enviado à Fifa.

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Jucá (à dir.) venceu Romário na CPI do Futebol e aprovou relatório “chapa branca” (Divulgação)

O documento que irá à Fifa também deve incluir o presidente do Senado, destacado artigo do estatuto da CBF que diz que a entidade não deve ter atividades político-partidárias. É importante lembrar que a confederação possui um diretor de assuntos legislativos. Vandembergue Machado é mais assíduo no Congresso do que muitos deputados e senadores. Compareceu em todas as sessões da CPI e, por vezes, passava orientação aos parlamentares do baixo clero que não tinham segurança no discurso da CBF.

O relatório lembrará que dois diretores da entidade são deputados federais – Marcelo Aro (PHS-MG), de ética e transparência, e Vicente Cândido (PT-SP), de assuntos internacionais. E um é vice-presidente: Marcus Vicente (PP-ES). Vicente, Marco Polo e outras seis pessoas tiveram pedido de indiciamento no relatório paralelo da CPI, aquele que Jucá ignorou no encerramento da comissão.

Em poder dessas informações sobre políticos brasileiros, a Fifa não pode fazer muita coisa. Até porque até decisão do STF tem sido desconsiderada no Senado por esses dias, mas o grupo que se opõe a Marco Polo na CBF acredita que sirva como base para denúncia contra o cartola no Comitê de Ética da Fifa.


CPI do Futebol chegará ao fim com pedido de indiciamento de deputado
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Daniel Brito

A última sessão da CPI do Futebol no Senado será realizada na manhã desta quarta-feira, 23, com a promessa de mais um embate entre os parlamentares que são a favor do grupo que hoje comanda a CBF e dos contrários.
Uma prova do que está por vir é a informação de que o senador Romário (PSB-RJ), criador e presidente da CPI, promete apresentar um relatório alternativo ao já entregou Romero Jucá (PMDB-RR), relator da comissão, que ficou marcado por estar sempre alinhado aos interesses da confederação na CPI.

Romário promete pedir o indiciamento de um deputado federal, ligado à CBF por falsidade ideológica. O nome será divulgado durante a sessão de amanhã, no Senado. A confederação possui dois diretores e um vice-presidente com mandato de parlamentar no Congresso Nacional: Marcelo Aro (PHS-MG), diretor de “ética e transparência”; Vicente Cândido (PT-SP), diretor de assuntos internacionais, e Marcus Vicente (PP-ES), vice-presidente da CBF.

O relatório de Romário terá conteúdo bem diferente do que visto no de Romero Jucá. Este foi publicado na página do PMDB na internet e chamou a atenção por ser muito chapa-branca, em que pese a gravidade das irregularidades encontradas durante o trabalho de apuração da CPI.O relatório de Jucá tem 380 páginas e é majoritariamente propositivo.

Em alguns pontos, Jucá eximia a CPI de apurar denúncias. Os cartolas envolvidos em escândalos de corrupção investigados pelo FBI, motivo pelo qual a CPI foi instalada no Senado em agosto do ano passado, são citados brevemente no relatório. “

O de Romário terá 1.000 páginas e traz informações novas para o Brasil, adquiridas com o FBI, que investiga o escândalo de corrupção da Fifa, que colocou em prisão domiciliar o ex-presidente da CBF, José Maria Marin,
A CPI do Futebol chega ao final após uma série de manobras da CBF para impedir convocações de dirigentes e de gente ligada a Marco Polo Del Nero, presidente da confederação. O relatório de Romário irá parar nas mãos do MPF (Ministério Público Federal) aqui no DF para dar continuidade à investigação, mesmo que não seja aprovado em votação.

Já o de Jucá, que deve ser tido como o relatório oficial, mantém o status de peça decorativa.


Jucá apresenta relatório final da CPI do Futebol sem incriminar cartolas
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O senador Romero Jucá (PMDB-RR) publicou na página do partido na internet o relatório final da CPI do Futebol no Senado. Detalhe: a CPI ainda está em andamento e prevista para se encerrar apenas em agosto. É bem verdade que a comissão encontra-se em uma sinuca regimental, devido às manobras da bancada da CBF, mas não chegou a um fim.

O relatório de Jucá tem 380 páginas e é majoritariamente propositivo. Em determinado ponto do documento, Jucá exime a comissão da obrigação de investigar.

“O propósito do Poder Legislativo, inclusive quando atua por meio de CPI, não é o de centrar-se na apuração de atividades criminosas ou ilícitas, fazendo dessas atividades e de sua apuração a motivação única ou maior de seus trabalhos. Na verdade, acreditamos que o propósito fundamental de toda CPI deva ser o de propiciar o avanço da legislação, de modo que os problemas, inclusive as práticas delituosas, não se repitam ou não se perpetuem em nossa sociedade”.

Os cartolas envolvidos em escândalos de corriupção investigados pelo FBI, motivo pelo qual a CPI foi instalada no Senado em agosto do ano passado, são citados brevemente no relatório. “Há registros de operações que despertaram a particular atenção desta Comissão. São operações que envolvem dirigentes e ex-dirigentes da CBF, como José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, assim como entidades ou empresas que compõem a estrutura do futebol brasileiro ou que nela atuam. Cumpre assinalar haver, até mesmo, registros de operações realizadas pelo Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014 (COL), as quais, em função das relações próximas que esse Comitê manteve com o Poder Público, certamente ensejarão a avaliação detida por parte dos órgãos públicos competentes”.

O Blog do Juca KFouri, no UOL Esporte, mostrou que o senador de Roraima quer apressar a votação do relatório para encerrar a CPI e colocar-se à disposição para assumir um ministério num provável governo de Michel Temer (PMDB-SP).

Jucá quer aproveitar a próxima sessão da CPI para colocar em votação o relatório. Mas não há data confirmada para a próxima reunião da comissão, visto que o único que pode agendá-la é o presidente da CPI. Neste caso, Romário (PSB-RJ), que é frontalmente contrário ao relatório de Jucá. Assim como também faz parte de uma minoria contra a CBF.

Propostas e reocmendações
Jucá promete entregar a documentação sigilosa em poder da CPI para o Banco Central do Brasil; Conselho de Controle de Atividades Financeiras; Ministério Público Federal; Polícia Federal; Secretaria da Receita Federal do Brasil e Controladoria-Geral da União.
Cumprindo a promessa feita em plenário durante as sessões, Jucá encerra o relatório fazendo 11 propostas de alteração na legislação do futebol e oito recomendações à CBF.

São itens como isenção fiscal a clubes da Série C e Série D, estimulo tributário aos clubes-empresa, o fim dos negócios entre clubes e empresas com ligação com parentes, mudar a lei de lavagem de dinheiro, tipificar o crime de corrupção na iniciativa privada, mudança na lei trabalhista dos atletas e até a alteração no Estatuto do Torcedor para prever o uso de seguranças privados no interior dos estádios de futebol.

O relatório, por fim, pede à CBF um calendário mais extenso às agremiações de menor expressão, contratar uma empresa para realizar um estudo sobre a criação de uma Liga Nacional, fixar preço dos ingressos, criar uma identificação a torcedores com histórico de violência nos estádios.


Bancada da CBF “some” e CPI aprova convocação de Teixeira e Del Nero
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Daniel Brito

Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero e o filho terão de prestar depoimento à CPI do Futebol no Senado. A sessão desta quarta-feira, 6, aprovou requerimentos para que os cartolas compareçam a Brasília para prestar esclarecimentos “na condição de testemunha” sobre movimentações financeiras suspeitas.

A Bancada da CBF na comissão não compareceu e, com isso, a confederação sofreu esta derrota no Senado nesta quarta-feira. Assinaram presença os senadores Humberto Costa (PT-PE), Paulo Bauer (PSDB-SC), Donizetti Nogueira (PT-TO), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Zezé Perella (PDT-MG). Randolfe, Zezé e Romário permaneceram em plenário durante a sessão.

Marco Polo, que já depôs como convidado em dezembro, irá ao Senado como testemunha para esclarecer possíveis irregularidades em contratos feitos para a realização de partidas da seleção brasileira e de campeonatos organizados pela CBF, assim como para a realização da Copa das Confederações-2013 e da Copa do Mundo Fifa-2014. Já Marco Polo Del Nero Filho terá de explicar sobre a abertura de contas no exterior, fato que havia sido negado pelo pai no depoimento de dezembro à CPI.

A convocação de Teixeira havia sido barrada por Romero Jucá (PMDB-RR), relator da comissão, em reunião da CPI em meados de março, sob  a alegação de “falta de embasamento”. A bancada da CBF apoiou o posicionamento de Jucá e derrubou a convocação de Teixeira na ocasião. Gladson Cameli (PP-AC), Hélio José (PMDB-DF), João Alberto (PMDB-MA), Ciro Nogueira (PP-PI), Davi Alcolumbre (DEM-AP) apoiaram a decisão de Romero Jucá em sessão realizada em março.

Porém, nenhum deles compareceu nesta quarta-feira, 6.

Nesta quarta-feira, contudo, o parlamentar de Roraima faltou à sessão e o requerimento para convocar o ex-presidente da CBF foi aprovado sem objeção. Teixeira também falará sobre os contratos feitos durante sua gestão na confederação (1989-2012) e a organização dos dois torneios da Fifa no Brasil, em 2013 e 2014.

Além dos três, o empresário Wagner Abrahão, que tem negócios com a CBF e com Marco Polo, e Gustavo Feijó, vice-presidente da CBF e prefeito de Boca da Mata, Alagoas, também foram convocados para a CPI. Feijó será inquirido sobre a eventual colaboração da CBF com recursos para sua campanha eleitoral quando candidato a prefeito do município de Boca da Mata, Alagoas, em 2012.


Romário e Jucá discutem no Senado e CBF derruba pauta da CPI
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Daniel Brito

O presidente da CPI do Futebol , Romário (PSB-RJ), e o relator Romero Jucá (PMDB-RR), discutiram na abertura da sessão desta quarta-feira, 16, no Senado. Foi um embate nos microfones sobre a forma como a comissão está sendo conduzida.

Jucá derrubou todos os requerimentos para convocar o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e outros ex-diretores da CBF, além da quebra de sigilo de Angelo Verospi, que tem negócios com Marco Polo Del Nero.

“Vou votar contra todos os requerimentos porque tivemos quatro decisões do STF rejeitando decisões do plenário por falta de fundamentação. Acho que essa CPI não pode ficar exposta. Não sou contra convocar ninguém, desde que a gente faça com embasamento”, defendeu Jucá.

E continuou: “Nós temos o mesmo objetivo, senador Romário, de reformular, punir quem fez errado, mas nós já quebramos muitos sigilos, mas agora é convocação de gente que não tem embasamento, porque a gente vota no escuro e fica sendo desmoralizado pelo STF. Pode ter certeza que o relatório que vamos apresentar vai sacudir o futebol brasileiro. Mas votar requerimentos sem conhecer com profundidade, saber da quebra de sigilos e convocar A, B ou C, sei que tem jornalista que acompanha, que faz pressão, acho legítimo, mas vou agir com isenção e responsabilidade, não vou expor ninguém aqui que não tenha culpa no cartório”, disse em tom exaltado Jucá.

Romário reagiu. “Eu vivo com pressão desde os 18 anos, Minhas atitudes são pautadas por vários motivos, menos por pressão da imprensa, porque se vossa excelência [Jucá] não tem conhecimento que eu tenho, é que vossa excelência não procurou ter informação [sobre os trabalhos da CPI]. Não sou babá de ninguém para chamar a fazer o que é obrigação. A falta de conhecimento de vossa excelência é porque vossa excelência não quer ter esse conhecimento. E os outros membros da CPI também. A imprensa tem sido importante, agradeço à imprensa, mas não pauto a reunião da CPI pelo que sai na imprensa, pelo contrário. Vossa excelência nunca se cadastrou no sistema do da CPI para fazer qualquer tipo de pesquisa nas quebras de sigilo. Nem você e nem seus assessores, se o senhor entende que está fazendo bem ao futebol fazendo isso, eu penso o contrário”.

Gladson Cameli (PP-AC), Hélio José (PMDB-DF), João Alberto (PMDB-MA), Ciro Nogueira (PP-PI), Davi Alcolumbre (DEM-AP) apoiaram a decisão de Romero Jucá e derrubaram a pauta.

Os requerimentos rejeitados pela bancada da CBF foram a convocação de Ricardo Teixeira, Wagner Abrahão, Rogério Langanke Caboclo, diretor-executivo de Gestão da CBF, Antônio Osório Ribeiro Lopes da Costa, ex-diretor-financeiro da CBF, Ariberto Pereira dos Santos Filho, ex-tesoureiro da CBF, Júlio Cesar Avelleda, ex-secretário geral da CBF, Lilian Cristina Martins Maia, convite a Carolina Galan, ex-namorada de Marco Polo Del Nero, além da quebra do sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático, incluído o RIF (Relatório de Informações Financeiras) do advogado Angelo Verospi. Além disso, foi rejeitado o pedido de assistência jurídica de autoridades jurídicas do Uruguai responsáveis pela investigação, processamento e julgamento dos responsáveis por ilícitos na Conmebol.


Jucá quer “convidar” Del Nero para CPI e entra em colisão com Romário
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Daniel Brito

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) ignorou as investigações do FBI e da Justiça dos Estados Unidos e apresentou requerimento para que Marco Polo Del Nero seja “convidado” a comparecer na CPI do Futebol do Senado brasileiro.

“Que seja convidado a comparecer a esta comissão parlamentar de inquérito (CPI), no dia 15 de dezembro de 2015, o Sr. Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para contribuir com informações e sugestões relativas ao aprimoramento do arcabouço normativo aplicável à prática do futebol no Brasil”, justificou Jucá em seu requerimento, publicado hoje na página da comissão na internet.

Este pedido coloca Jucá, que é relator da CPI, em confronto direto com Romário (PSB-RJ), presidente da comissão. Ainda em agosto, em uma das primeiras sessões, o ex-jogador apresentou requerimento para convocar Marco Polo a depor. Nenhum dos dois pedidos foi colocado em votação na CPI.

Marco Polo Del Nero já havia sido convidado e sua presença era aguardada para a sessão desta terça-feira. Mas foi adiada porque o presidente licenciado da CBF não respondeu aos chamados da equipe do Senado.

A diferença entre convocação e convite é que o convidado pode recusar-se a comparecer. Caso vá a uma sessão da CPI, pode deixar de assinar o termo de compromisso de falar apenas a verdade em seu depoimento. Foi o que fizeram os presidentes de federações em recente audiência pública desta mesma CPI. Os convocados são obrigados a marcar presença na sessão.

Del Nero tentou barrar sua ida ao Senado antes mesmo de o requerimento convocando-o fosse apreciado. Ele entrou com um habeas corpus preventivo no STF, em que pedia para não ser obrigado a comparecer e, se o fizesse, não precisasse assinar o termo para dizer a verdade em depoimento e nem tampouco pudesse ser preso por desacato ou por não responder. O ministro Gilmar Mendes negou o pedido do cartola.

A sessão da CPI em que os requerimentos de Jucá e Romário entrarão em pauta está agendada para esta quarta-feira, 9, às 14h30.


Lua de mel tira relator da CPI do Futebol de audiência nesta quarta
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Daniel Brito

“Vou passar a palavra para o senador Romero Jucá, que está prestes a se tornar um homem sério”, anunciou Romário (PSB-RJ), na última sessão da CPI do Futebol no Senado que contou com a presença do relator Jucá (PMDB-RR), há duas semanas. Entre risadas, o parlamentar de Roraima respondeu rapidamente: “Mas eu já sou, rapaz”, aumentando o clima de descontração de uma CPI que ainda não conseguiu engrenar.

Muito se deve à atuação do relator e suas constantes ausências. Na reunião desta quarta-feira, 7, Jucá também anunciou que não poderá comparecer porque estará em lua de mel.

Na noite do ultimo sábado, 3, o senador de 60 anos casou-se pela quarta vez, em Brasília. A esposa é Rosilene Brito, 43, ex-servidora do Senado. A cerimônia muito concorrida contou com a presença da Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Renan Calheiros (PMDB-AL), e os ex-presidentes José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Além de políticos da oposição, José Serra (PSDB-SP), Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Agripino Maia (DEM-RN). E empresários.

Parceiro de mesa diretora da CPI do Futebol, Romário foi convidado mas não pôde comparecer, porque já tinha compromissos no Rio.
Na mesma sessão em que Romário anunciou o casamento do relator, há duas semanas, Jucá indicou o amapaense David Alcolumbre (DEM) para substituí-lo na relatoria enquanto ele estivesse ausente. Alcolumbre é uma das figuras mais apagadas da CPI. Jamais apresentou um requerimento ou fez algum discurso digno de nota.

Nesta quarta-feira, ele será o relator durante a audiência com os presidentes do Santos e do São Paulo, uma vez que os clubes da liga Sul-Minas-Rio, os primeiros convidados para esta sessão, alegaram diversos compromissos para não comparecer à CPI.


Reunião da CPI do Futebol adiada novamente. A culpa pode ser do relator
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Daniel Brito

Pela segunda vez consecutiva, a audiência pública da CPI do Futebol que ouviria ex-jogadores como Zico, Pelé, Carlos Alberto Torres entre outros, foi adiada. Ela deveria ter sido realizada na última quinta-feira, 10. Mas o relator da comissão, Romero Jucá (PMDB-RR) alegou compromissos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a sessão foi remarcada para esta terça-feira, 15.

A terça-feira chegou, mas a reunião não será realizada. Os craques do passado não foram nem sequer contatados para vir a Brasília. Essa audiência fazia parte do plano de trabalho apresentado por Jucá ainda nas primeiras sessões da comissão.

Não é a primeira vez que o senador de Roraima faz vistas grossas para os acontecimentos da CPI do Futebol. Em termos de importância, o relator é o posto mais atuante  em uma comissão parlamentar de inquérito. Cabe a ele a condução da pauta e o controle dos atos que podem levar a uma investigação mais profunda.

Este blogueiro esteve presente em todas as reuniões da comissão e elenca, abaixo, cinco fatos que marcaram a participação de Jucá até agora à frente da CPI do Futebol no Senado.

20 de agosto – 6ª reunião da CPI do Futebol
Foi aprovada a quebra do sigilo bancário e fiscal de Marco Polo Del Nero. Jucá saiu antes do início da votação para atender a compromissos em outra comissão no Senado e não deu seu voto.

25 de agosto – 7ª reunião da CPI do Futebol
Os jornalistas Lúcio de Castro e Rodrigo Mattos, blogueiro do UOL Esporte, apresentaram uma série de irregularidades feitas nas negociações da CBF, mas Jucá manteve-se nada perguntou aos depoentes. Em entrevista após a sessão, disse que só poderia tomar novas ações com documentos pedidos à CBF – mas posteriormente vetados pelo STF -, e a quebra do sigilo de Del Nero.

27 de agosto – 8ª reunião da CPI do Futebol
Jucá não compareceu à audiência pública com os jornalistas Luiz Carlos Azenha, Leandro Cipoloni e Amaury Ribeiro Junior, autores do livro “O Jogo Sujo do Futebol”.

3 de setembro – 9ª reunião da CPI do Futebol
Durante audiência pública com o jornalista escocês Andrew Jennings, autor de vários livros sobre a corrupção na Fifa, além de colaborador do FBI nas investigações que levaram à prisão de sete membros da Fifa no final de maio deste ano. Jucá entrou na sala durante a oitiva, cumprimentou a mesa e saiu.


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