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Picciani nomeia aliado de Ricardo Teixeira para secretaria de futebol
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Daniel Brito

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Weber (à esq.) foi chefe da delegação brasileira no Mundial-02 (Juca Varella/Folhapress)

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), nomeou nesta sexta-feira, 15, o ex-vice-presidente da CBF Weber Magalhães como diretor do Departamento de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor da Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor. Ele embolsará mensalmente o salário de R$ 11.235,00 do Ministério.

Terá como chefe Gustavo Perrella, filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor. Weber era assessor do parlamentar no senado. Ou seja, mudou de cargo, mas continua sob as ordens da família Perrella.

Weber_Magalhaes_AE_Fabio_Motta_292Até abril de 2015, Magalhães ocupava a cadeira de vice-presidente da CBF, quando teve início a gestão Marco Polo Del Nero e foi sacado do cargo. Magalhães ocupou o posto de 2004 a 2015, durante a gestão Ricardo Teixeira e José Maria Marin. Contratos feitos pela confederação neste período estão sob suspeição e em investigação pela Justiça dos Estados Unidos.

Antes de ser vice de Teixeira, fora chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo da Coreia do Sul e Japão, em 2002. Usou o ''pé quente'' da conquista do pentacampeonato mundial como slogan para tentar uma cadeira na Câmara dos Deputados, mas não obteve êxito.

Gustavo Perrella é o protagonista da nomeação mais controversa da gestão Picciani, iniciada em maio. Em novembro de 2013, uma operação da Polícia Federal apreendeu meia tonelada de cocaína no helicóptero de Gustavo Perrella em uma fazenda no município de Afonso Cláudio, interior do estado do Espírito Santo. Após as investigações, a Justiça entendeu que não havia envolvimento dos Perrella. O helicóptero foi devolvido à família.

Na CPI do Futebol no Senado, Perrella pai vota constantemente em favor dos interesses da CBF, embora o discurso seja de “moralidade no futebol brasileiro”.


Astro da NBA e melhor judoca do mundo disputam bandeira francesa na Rio-16
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Daniel Brito

PARIS, FRANCE - SEPTEMBER 17: France's Gold Olympic judo athlete Teddy Riner arrives for a ceremony with France's President Francois Hollande at Elysee Palace on September 17, 2012 in Paris, France. (Photo by Antoine Antoniol/Getty Images)

O gigante Riner, de 2,04m, recusou ser porta-bandeir aem Londres-2012 (Antoine Antoniol/Getty)

O posto de porta-bandeira da França na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 é motivo de disputa eleitoral. Nove atletas pleiteiam, nas urnas, o direito de carregar o estandarte do país no Maracanã em 5 de agosto. A ideia partiu do CNOSF (sigla em francês para Comitê Olímpico da França), que terceirizou a responsabilidade de eleger o porta-bandeira aos próprios atletas olímpicos.

Cinquenta e dois competidores escolhidos por sua federação e que comporão a delegação do país no Rio-16 têm direito a eleger o porta-bandeira, ou porte-drapeau, como se diz na França. Ao analisar os nomes dos candidatos é possível entender o quão árdua é a tarefa de tirar apenas um para a missão.

São tantas feras, tantos atletas renomados e laureados que fica difícil encontrar uma unanimidade. Por enquanto, quem lidera uma pesquisa feita na página do jornal esportivo L’Equipe é Tony Parker, mítico armador do San Antonio Spurs. Seu concorrente direto na consulta feita pelo é o judoca Teddy Riner, o maior do mundo na modalidade, que não perde uma luta desde 2008.

Os demais postulantes também têm predicados invejáveis. Renaud Lavillenie, campeão olímpico no salto com vara, vice-campeã mundial no lançamento de disco, Melina Robert-Michon, Cécilia Berder e Gauthier grumier, Laura Georges e Wendie Renard, do futebol feminino, e Céline Dumerc, estrela da seleção feminina de basquete vice-campeã olímpica em Londres-2012.

LONDON, ENGLAND - MAY 26: Wendie Renard of Lyon in action during the UEFA Women's Champions League Final between Lyon and Turbine Potsdam at Craven Cottage on May 26, 2011 in London, England. (Photo by Laurence Griffiths/Getty Images)

Wendie Renard é zagueira e capitã da França, corre por fora (Getty)

O problema é que na França corre uma lenda olímpica segunda a qual o porta-bandeira carrega consigo uma maldição e nem sempre consegue exercer seu favoritismo durante os Jogos. Nem isso, contudo, parece assustar o gigante Riner, de 2,04m de altura. “Sinto-me legitimado para ser porta-bandeira do meu país no Rio”, disse, em entrevista ao Le Figaro, o judoca. Em Londres-2012, Riner se recusou a carregar o pavilhão francês, sob a justificativa de não ter sido campeão olímpico. O ouro veio exatamente em Londres, o que, segundo ele, o torna digno de ser porte-drapeau no Rio.

Segundo os critérios de campeão olímpico, portanto, Tony Parker está longe de ser merecedor de ostentar o lábaro francês no Maracanã. Ele só disputou Londres-2012, quando teve de usar óculos após acidentar-se em uma briga entre rappers, e caiu nas quartas de final para a Espanha.

A decisão final sairá em 24 de julho, em Paris, em evento a ser realizado logo após o fim do Tour de France, cuja linha de chegada é na Champs Elysees.

LONDON, ENGLAND - JULY 31: Tony Parker #9 of France looks on in the Men's Basketball Preliminary Round match between France and Argentina on Day 4 of the London 2012 Olympic Games at Basketball Arena on July 31, 2012 in London, England. (Photo by Christian Petersen/Getty Images)

Porte-drapeau favorito: Com uma lesão no olho, Parker disputou Londres-12 com óculos (Christian Petersen/Getty)


Mundial de handebol em SP tem indício de superfaturamento, diz ministério
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Daniel Brito

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Manoel Luiz, presidente da CBHb, assinou os contratos sob suspeita

O Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle publicou relatório com 31 suspeitas de irregularidades cometida pela CBHb (Confederação Brasileira de Handebol) na gestão dos recursos de convênio com o Ministério do Esporte para realização do Mundial feminino da modalidade, realizado em dezembro de 2011.

Análise da pasta de fiscalização, mais conhecida como CGU (Controladoria Geral da União), constata superfaturamento na aquisição de produtos e serviços, indício de montagem de cotação de preço, pagamento por serviços não prestados, e suspeita de fraudes em diversas licitações. O convênio tinha o valor total de R$ 6 milhões. A CBHand tem ciência do relatório desde o ano passado e diz ter aberto uma comissão de sindicância externa para averiguar as supostas irregularidades.

O relatório não traz nomes, apenas as iniciais dos nomes dos envolvidos. Todas as contratações são assinadas por Manoel Luiz de Oliveira, presidente da CBHb.

Superfaturamento

Um dos problemas encontrados foi na locação de 150 de rádios de comunicação para longa distância. Análise dos técnicos da fiscalização apontou que os equipamentos foram entregues à confederação antes mesmo da realização da licitação. A empresa vencedora foi a Orion Serviço de Telecomunicações Ltda, que cobrou R$ 40 de diária pela unidade, totalizando R$ 120 mil para 20 dias..

A CGU, contudo, em sua pesquisa cotou o mesmo serviço por R$ 120 no valor mensal da locação de um único rádio, o que daria R$ 18 mil para o total contratado pela confederação. “Mesmo considerando que o período contratado (20 dias) seja equivalente ao cotado (30 dias ) a execução do contrato causou prejuízo de R$ 102.000,00”, constata o relatório.

Outro indício de superfaturamento foi na contratação de serviços de antidoping. A empresa A&A Nunes Administração de Empreendimentos Esportivos Ltda foi a contratada para a função no valor de R$ 150 mil. Mais uma vez, a licitação foi colocada sobs suspeição. Na cotação de preços, duas empresas do mesmo grupo de três sócio participaram da concorrência, uma das quais tinha como societário um médico da própria CBHb.

A confederação informou que cerca de 120 exames foram realizados com esses R$ 150 mil. No entanto, o valor unitário de uma análise custava, à época, R$ 530 no extinto Ladetec, hoje LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), então em atividade. Mas nem o próprio Ladetec havia sido consultado pela CBHb. O que fez os técnicos da CGU concluírem que para a realização de 120 testes antidoping considerando o valor pesquisado e que seria praticado, gerou um prejuízo de R$ 55.943,20.

Vans

A CBHb contratou a empresa Autovans Locadora de veículos Ltda para disponibilização de 22 veículos de passeio para atender membros da IHF (Federação Internacional de Handebol, na sigla em inglês)  de oito carros de passeio e 24 vans para organização e apoio do evento de 3 a 22 de dezembro. A competição, no entanto, encerrou-se em 18 de dezembro.

Não foi identificada justificativa para manutenção dos veículos a partir do dia 19, após o término do evento, o que ocasionou um total de R$ 107.200,00 pagos sem justificativa.

Ademais, a empresa contratada não era proprietária de nenhuma das vans locadas pela CBHb junto à Autovans. Não houve disponibilização do controle de uso das vans, mesmo após solicitação por meio da solicitação da fiscalização, o que impossibilitou a verificação do quantitativo de dias que cada van ficou à disposição do evento.

Geradores de energia

Em outro item do relatório da CGU é apontado o pagamento de locação de geradores de energia nas subsedes do Mundial-11 em dias em que não havia jogos. O valor diário pago por gerador correspondeu a R$ 3.160,00, o que gerou uma diferença de R$ 113 mil além do que a CGU entendeu ser necessário.

Há ainda uma ausência de retenção de tributos na locação das vans que bate na casa dos R$ 197 mil, já que o serviço foi contratado com motorista, o que acarreta na cobrança de impostos como , como INSS, ISS, Cofins, IRRF, entre outros.

Outro lado

O diretor jurídico da CBHb, o advogado Paulo Sérgio de Oliveira, disse, por telefone, que a comissão de sindicância instaurada para apurar as irregularidades apontadas no relatório já se reuniu três vezes desde dezembro e ouviu alguns dos citados pela CGU.

A comissão conta com membros do conselho fiscal e um funcionário do departamento administrativo-financeiro da CBHb, além do próprio diretor jurídico. “A comissão tem todo o respaldo e lisura para concluir o trabalho de análise dos itens apontados pela relatório”, explicou Oliveira. “Vamos produzir um relatório e entregar ao presidente da confederação o que constatamos. Ainda não definimos se vamos abordar item por item do parecer da CGU, mas também não vamos emitir juízo de valor sobre o trabalho da controladoria”, afirmou.

Oliveira aguarda o relatório de prestação de contas deste convênio apresnetado pela CBHb ao Ministério do Esporte, que até hoje não se posicionou sobre o resultado do convênio. O advogado acredita que algumas das diretrizes apontadas no relatório do Ministério do Esporte podem ajudar a comissão de sindicância.

Ele contou que já foram realizadas diligências em São Paulo, mas que o trabalho pode estar um pouco atrasado. “Em razão de outras atividades minhas fora da confederação, confesso que atrasamos um pouco, mas acredito que até setembro vamos entregar o relatório ao presidente da confederação”, previu.

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Um ano após escândalos de corrupção, CBV registra déficit de R$ 23 milhões
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Daniel Brito

<> at Carioca Arena 1 on June 9, 2016 in Rio de Janeiro, Brazil.

A CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) registrou um déficit de R$ 23 milhões em 2015, segundo apontou a demonstração de resultado financeiro publicado na página da entidade na internet. É uma diferença muito grande para o resultado do exercício anterior (2014), que terminou superavitário em R$ 2,1 milhões.

Dois fatores contribuíram para tamanha discrepância: a realização das finais do Grand Prix e da Liga Mundial no Brasil no ano passado, ambas no Rio de Janeiro, além do aumento na despesa com pessoal.

O déficit coincide com as alterações na estrutura organizacional às quais a CBV se viu obrigada a implementar para combater a corrupção na entidade, revelada pelo jornalista Lúcio de Castro em uma série de reportagens na ESPN Brasil, em 2014. As providências foram exigidas pelo Banco do Brasil, patrocinador desde o início dos anos 1990 do vôlei brasileiro, e que investe R$ 70 milhões por ano na modalidade.

“As alterações na estrutura organizacional da CBV efetuadas no exercício de 2015 impactaram diretamente nas ações de governança implementadas no exercício, porém este impacto não tem como ser mensurado no resultado de um único exercício. Os resultados poderão ser percebidos nos exercícios futuros”, informou a CBV, em nota via assessoria de imprensa.

Taxas e direitos de transmissão

A confederação aportou R$ 17,4 milhões em despesas operacionais. Dos quais, R$ 6,4 milhões foram para taxas de realização do Grand Prix, em maio, e Liga Mundial, em julho, no Rio, para a FIVB (Federação Internacional de Vôlei), “assim como taxa de liberação de espaço para realização de eventos nacionais devidas aso órgãos governamentais competentes”, acrescentou, em nota explicativa no balanço, a CBV.

Outro gasto que subiu em 2015 foi o de vídeo, som, áudio e comunicação. O desembolso que foi de R$ 1,1 milhão em 2014 saltou para R$ 4,4 milhões no exercício seguinte. “O aumento foi impactado pela aquisição da transmissão dos jogos de quadra e de praia. (…) Cerca de 115 países receberam o sinal dos jogos da Liga Mundial e do Grand Prix”.

Aumento nas gratificações

<> on July 16, 2015 in Rio de Janeiro, Brazil.

As despesas com pessoal chamam a atenção no resultado financeiro da CBV em 2015. Os gastos com salários subiram mais de 60% e bateram na casa dos R$ 9 milhões. Consequentemente, as obrigações trabalhistas acompanharam o salto: a confederação desembolsou mais para o pagamento de 13º salário, férias e, principalmente, gratificações. A entidade teve um dispêndio de R$ 423 mil com gratificações em 2014. Este valor bateu em R$ 1,5 milhão no exercício seguinte.

“Em 2015, a entidade passou a contar com um diretor executivo (CEO), que assumiu o cargo com a missão de adotar práticas responsáveis de governança e alcançar a excelência nos eventos promovidos pela CBV. E com uma gestão cada vez mais atenta e preocupada com os colaboradores, a confederação adotou um plano de cargos e salários, e melhoria nos benefícios (cartão de alimentação, plano de saúde e mental)”, publicou em nota explicativa no próprio balanço a entidade.

Ajuda de custo na Superliga

O balanço da CBV também informou em nota que a entidade distribuiu de novembro de 2015 a maio de 2016 cerca de R$ 1,8 milhão de apoio para custeio de hospedagem dos clubes participantes da Superliga masculina e feminina.

“A CBV viabilizou financeiramente a logística de viagens dos times visitantes, incluindo passagens aéreas, hospedagem, para todas equipes e também para os árbitros, além de custear taxa de arbitragem e fornecer bolas para a competição (no caso da Superliga Masculina, também incluídas alimentação e traslados terrestres).  A CBV paga ainda serviços de estatística, serviços de clipagem de exposição de marcas dos patrocinadores dos clubes e taxas de delegados, além de oferecer o empréstimo de pisos”, acrescentou a confederação, via assessoria de imprensa.

Resultado financeiro
A CBV teve uma receita de R$ 107,3 milhões em 2015, mas suas despesas bateram na casa dos R$ 134,3 milhões. O que aliviou um pouco o déficit foi o resultado financeiro líquido, advindo de aplicações, da ordem de R$ 3,1 milhões. “Para o exercício de 2016, a CBV está prevendo um equilíbrio entre as receitas e despesas. O planejamento estratégico em curso buscará assegurar a solidez financeira nos próximos exercícios”, prevê a confederação, em nota ao blog.

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - JULY 19: A general view of the arena during the FIVB World League Group 1 Finals gold medal match between Serbia and France at Maracanazinho on July 19, 2015 in Rio de Janeiro, Brazil. Maracanazinho will host the volleyball competition during the Rio 2016 Olympic Games. (Photo by Matthew Stockman/Getty Images)

(Matthew Stockman/Getty)


A história do sobrevivente do Titanic que sagrou-se campeão olímpico
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Daniel Brito

Titanic-sinks

Titanic afundou na noite de 14 para 15 de abril de 1912

Em determinado momento do épico filme “Titanic”, vencedor de 11 Oscars em 1998, um funcionário do navio ameaça multar um passageiro que quebra a porta de uma cabine para salvar um homem que tentava fugir do interior da embarcação enquanto o navio afundava. É uma cena rápida no filme.  Quem a inspirou se chamava Duane Williams e seu filho, Richard Norris Williams II.

Eles viajavam na primeira classe do navio na fatídica noite de 14 para 15 de abril de 1912 quando o Titanic naufragou após colidir com um iceberg. Duane era um advogado milionário da Filadélfia, Estados Unidos, e seu filho, Richard, mais conhecido como Dick, era um famoso tenista norte-americano.

Após salvarem o homem que estava trancado na cabine, pai e filho subiram ao convés para buscar abrigo em um bote salva-vidas. Dick, o tenista, então com 21 anos, pulou na água congelante. Foi seguido pelo pai, 30 anos mais velho. A ideia era ir nadando até a embarcação mais próxima.

Quando olhou para trás, Dick viu uma das chaminés do Titanic cair exatamente sobre o local onde o pai estava. Foi tomado pelo desespero, que não amenizou nem quando já estava são e salvo em um bote de resgate. Durante quase seis horas, Dick permaneceu com água na altura dos joelhos, ouviu de um dos médicos na embarcação que teria de amputar as duas pernas, dando o avançado grau de gangrena provocado pelo gelo.

Auge em Paris-1924

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Dick foi campeão olímpico em duplas mistas em Paris-24

Dick recusou a amputação. E a história mostrou que ele tomou a decisão correta. Quatro meses mais tarde, lá estava Dick Williams em quadra, totalmente recuperado, para tornar-se campeão de simples do US Open.

Ele foi um dos maiores tenistas da história.

Venceu outras duas vezes o Grand Slam dos EUA e em Wimbledon, ambos nas duplas. Ao lado de Hazel Wightman, atingiu o auge da carreira, quando faturou a medalha de ouro nas duplas mistas nos Jogos de Paris-1924, última edição do torneio olímpico de tênis antes de a modalidade ser excluída das Olimpíadas até retornar em definitivo em Seul-1988.

Entrou para o hall da fama do tênis em 1957, já aos já aos 66 anos. Morreu 11 anos depois, na Filadélfia.

História esquecida

9ae684d95abd345c071d9af6699e0821Durante muito tempo, sua história permaneceu sem ser contada. Mas há quatro anos, quando foram lembrados os 100 anos do naufrágio do Titanic, dois livros em inglês foram lançados: “Titanic a Tennis Story”, de Lindsay Gibbs, e “Starboard at Midnigt”, de Helen Behr.

Este último narra a história de Karl e Helen Behr, avôs da autora do livro. Karl também era tenista, um dos cinco desportistas a bordo do Titanic. Ele sobreviveu ao naufrágio e encontrou-se com Dick Williams no bote salva-vidas, chamado Carpathia. Eles tornaram-se amigos e até disputaram Copa Davis juntos pelos Estados Unidos.

Os outros três desportistas no Titanic eram Dai Bowen e Leslie Williams, pugilistas, Charles Eugene Williams, campeão do mundo de squash. Esses não tiveram a mesma sorte de Karl Behr e Dick Williams e morreram no desastre. Dos 2.2 mil passageiros, apenas 700 sobreviveram para contar a história.

 

*Atualização: Carpathia era o nome do navio que resgatou os sobreviventes do naufrágio. O blog agradece à sempre gentil colaboração dos leitores nos comentários.


Ex-zagueiro ídolo do Botafogo é nomeado em gabinete do ministro do Esporte
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Daniel Brito

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Gottardo treinava o VIlla Nova-MG até junho deste ano

O ex-zagueiro Wilson Gottardo, 53,  foi nomeado nesta segunda-feira, 11, assessor de gabinete do ministro do Esporte, Leonardo Picciani. A designação foi publicada na edição do dia do Diário Oficial da União. Ele vai ganhar o salário mensal de R$ 8.554, 70.

wilsongottardo15Gottardo foi ídolo no Botafogo e formou a história dupla de zaga com Mauro Galvão no título do Estadual do Rio em 1989, em final contra o Flamengo, time para o qual Picciani torce. Em sua carreira como jogador, teve três passagens pelo clube de General Severiano, e ainda teve passagens marcantes por Flamengo e Cruzeiro. Encerrou a carreira como jogador em 1999, no Sport Recife.

Em 2014 teve uma passagem frustrada como diretor de futebol do Botafogo e nos primeiros seis meses do ano  treinou o Villa Nova, de Nova Lima, Minas Gerais.

De acordo com a assessoria do ministro, Gottardo será um dos representantes do Ministério do Esporte na APFut (Autoridade Pública de Governança do Futebol), criada para fiscalizar a aplicação da Profut, a nova lei do futebol. Um outro nome, mais técnico, ainda deve ser anunciado, segundo a pasta.

O ex-zagueiro não possui experiência em cargos público, mas é mais um ex-atleta que chega à equipe de Picciani. O ex-nadador Luiz Lima é secretário nacional de Alto Rendimento, o campeão olímpico do judô, Rogério Sampaio, foi nomeado chefe da Autoridade Braisleira de Controle de Dopagem.

Até então, Picciani se cercara de nomes polêmicos para sua equipe, como o secretário nacional de futebol, Gustavo Perrella, dono de um helicóptero apreendido em Espírito Santo com quase meia tonelada de cocaína. E Vanderley Alves dos Reis Júnior, conhecido como Vandinho Pitbull, foi nomeado no início do mês como assessor especial do Ministério dos Esportes. Ele já foi condenado na Justiça do Rio de Janeiro por porte ilegal de armas, de drogas e dupla tentativa de homicídios.

Sobre esses nomes, Picciani disse-me, em entrevista na semana passada que nada ficou comprovado contra eles.


Está sendo gasto dinheiro público no revezamento da tocha?
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Daniel Brito

GO - Anapolis - 04/05/2016 - REVEZAMENTO DA TOCHA RIO 2016 - Revezamento da Tocha Olimpica para os Jogos Rio 2016. Foto: Rio2016/Fernando Soutello

Ginasta Rebecca Andrade em Anápolis, Goiás: prefeituras bancam evento (Fernando Soutello/Getty)

A resposta para a pergunta que dá título a esta nota é “sim, há dinheiro público no revezamento da tocha”. E a quantia deve superar os R$ 10 milhões, somando todas as fontes pagadoras: especialmente governo federal e prefeituras municipais. O evento é de propriedade da iniciativa privada, que tem na Nissan, Coca-Cola e Bradesco seus financiadores. Os custos da operação das três empresas no revezamento é mantido em sigilo.

Mas da parte do dinheiro público, só o governo federal bancou pelo menos  R$ 3.5 milhões. O restante saiu do caixa das prefeituras, após rápida pesquisa do blog nas páginas oficiais de 25 executivos municipais de sete unidades da Federação (cerca de R$1.8 milhão). Soma-se a isso os R$ 4.3 milhões gastos somente pelo Distrito Federal, primeira parada da tocha no Brasil, em maio. Aí chegamos a R$ 9.6 milhões. É natural que a conta aumente, dado que mais de 300 cidades serão visitadas no país até 5 de agosto, data da abertura dos Jogos-2016.

Foram contemplados com verba da União além de Brasília, 14 capitais (ES, BA, AL, RN, PI, TO, MA, AP, RR, AC, RS, SC, SP e MA). Foi repassado pelo MinC (Ministério da Cultura) a cada uma dessas cidades um limite máximo de R$ 250 mil.

De acordo com a assessoria de imprensa da pasta, entre 50% e 75% do valor total do projeto deveria ser destinado para custeio dos cachês dos artistas, grupos e bandas ''reconhecidos como expoentes da cultura local e com trabalho de repercussão local e regional''. O restante deveria ser alocado em infraestrutura, recursos humanos e comunicação.

“O programa de celebração das cidades do revezamento da tocha prevê o apoio para a implementação de programação cultural durante a passagem da chama olímpica com apresentações artísticas, além da realização de feira de cultura alimentar, gastronômica e artesanato”, informou o MinC.

Justiça ainda faz as contas

RECIFE, BRAZIL - MAY 31: A runner carries the Olympic flame as security and onlookers follow on May 31, 2016 in Recife, Brazil. The Olympic flame will pass through 329 cities from all states from the north to the south of Brazil, before arriving in Rio de Janeiro on August 5, for the lighting of the cauldron for the Rio 2016 Olympic Games. The games will be held amidst an economic and political crisis in the country. (Photo by Mario Tama/Getty Images)

Segundo o Ministério da Justiça, 29 mil agentes de segurança estão envolvidos (Mario Tama/Getty)

Os ministérios do Esporte e  da Justiça também contribuíram com o custeio do revezamento. O Esporte não informou o valor dos gastos, já a Justiça, por intermédio da SESGE (Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos), ainda não fechou a conta. Mas explicou que um total 29 mil agentes de segurança serão empregados ao longo dos mais de 20 mil quilômetros que serão percoridos pela chama olímpica no Brasil. “Contamos, também, com equipes de inteligência e monitoramento nas mais diversas mídias e redes sociais”, informou a SESGE, por meio da assessoria de imprensa.

Brasília ganhou dobrado

BRASILIA, DF - MAY 03: Former Marathon runner Vanderlei Cordeiro passes the Olympic Torch to Paula Pequeno in Cathedral of Brasilia during the Olympic Flame torch relay on May 3, 2016 in Brasilia, Brazil. The Olympic torch will pass through 329 cities from all states from the north to the south of Brazil, until arriving in Rio de Janeiro on August 5, to lit the cauldron. (Photo by Handout/Getty Images)

Vanderlei Cordeiro (E) e Paula Pequeno em Brasília: cidade gastou mais que todas as outras (Getty Images)

O Ministério do Turismo contribuiu com R$ 250 mil ao Distrito Federal, ponto de partida do revezamento. Aliás, a capital federal ganhou duas vezes da União, com um total aproximado de R$ 500 mil, somando os aportes do Turismo e do MinC.

Um dia de passagem da tocha pelo DF custou R$ 4.3 milhões aos cofres públicos. O GDF anunciou que pouco mais de R$ 3.8 milhões foram de recursos próprios, dos quais R$ 2 milhões foram só em publicidade e promção do evento.

Jaú-SP fará de graça. Patos-MG por R$ 300 mil

A menos de 30 dias para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, todos os Estados já receberam a tocha. O blog pesquisou no portal da transparência de diversas prefeituras e outras páginas oficiais sobre o investimento de cada município para receber o evento. Obteve informação em 25 delas. Acumulando um total de R$ 1.8 milhão. É sempre bom relembrar que este valor não vai para os patrocinadores ou para o Comitê Organizador: ele deve ser alocado na estrutura e promoção do revezamento.

Há, por exemplo, o caso de Jaú, São Paulo, em que o chefe do executivo local garantiu publicamente que a cidade não gastará um tostão para sediar o evento. Ipatinga, Minas Gerais, e Goiana, Pernambuco, desistiramde receber a chama considerando ser alto o investimento para a dimensão do acontecimento na cidade.

Em diversas localidades, a tocha não passa mais que uma manhã. São mais de 300 cidades a serem visitadas, e o comboio tem que passar sem perder tempo. Por isso, a estrutura do local deve ser fornecida pelas autoridades municipais.

Em Patos, Minas Gerais, o Ministério Público abriu inquérito para apurar o gasto de R$ 300 mil, dos quais R$ 133 mil seriam para grades de proteção. Porto Seguro, Bahia, também anunciou gasto semelhante. Já em Ijuí, Rio Grande do Sul, terra do ex-técnico da seleção, Dunga, a prefeitura anunciou investimento de R$ 10 mil.

Em junho, meu amigo e companheiro de UOL Esporte, Adriano Wilkson, revelou que o governo do Pará desembolsou R$ 21 mil para que o lutador Lyoto Machida carregasse a tocha em Belém.

O jornal Gazeta, do Espírito Santo, compilou o investimento de todas as cidades que receberam o evento no Estado e chegou-se a um total de R$ 197 mil distribuídos em seis municípios.

Ainda restam cinco Estados e mais de 100 cidades até o fim do revezamento.

BRASILIA, BRAZIL - MAY 03: Detailed shot of the Olympic Torch during the Olympic Flame torch relay on May 3, 2016 in Brasilia, Brazil. The Olympic torch will pass through 329 cities from all states from the north to the south of Brazil, until arriving in Rio de Janeiro on August 5, to lit the cauldron.

(Getty Images)


Saiba por que o Brasil não liberou visto para turistas chineses na Rio-2016
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Daniel Brito

MEI 52701459 Argentina v China Brasília International Tournament BRASILIA, BRAZIL - DECEMBER 14 Argentina v China at Mane Garrincha Stadium on December 14, 2014 in Brasilia, Brazil (Photo by Celso Junior/Getty Images)

Chineses em jogo de futebol no DF: fluxo migratório barrou liberação de visto (Celso Junior/Getty)

Correu, timidamente, na Câmara dos Deputados, um projeto de lei para incluir a China entre os países beneficiados pela liberação de visto de entrada para turistas no Brasil durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016. Apenas quatro países foram contemplados com a isenção de vistos: Japão, Canadá, Estados Unidos e Austrália.

A China conta com quase 110 milhões de cidadãos a viajar pelo mundo anualmente e são, estatisticamente comprovado, os mais perdulários. Em 2015, deixaram no exterior US$ 215 bilhões (R$ 715 bilhões). Mas ficaram de fora dos planos do governo federal de incrementar o faturamento com turismo dos chineses. Na contramão, inclusive, do movimento do governo em atrair chineses ao Brasil.

Basta lembrar que em fevereiro deste ano, a então presidente em exercício Dilma Rousseff abriu uma conta no Weibo, o Twitter da China, e gravou uma mensagem aos usuários desta plataforma convidando-os ao Brasil durante os Jogos do Rio-2016. Concluiu sua gravação de pouco mais de 30 segundos com um sorriso e uma saudação em mandarim: ''Zai chen'' (até logo).

Quatro critérios definiram os países beneficiados com a suspensão temporária do visto. Em três deles a China mostrava-se apta: gastos no exterior, tradição olímpica, fluxo de turistas no Brasil. Foi o quarto quesito que excluiu a China dessa lista: risco migratório.

Em 2014 e 2015, a China foi o país fora das Américas com maior quantidade de vistos de permanência ou de trabalho emitidos pela Polícia Federal, com quase 12 mil autorizações. Mais até que os Estados Unidos, empatado com a Argentina.

Não há, contudo, registros atualizados de imigrantes ilegais da China no Brasil.

O que o Brasil quer evitar não é o aumento do fluxo de imigrantes legais e qualificados profissionalmente, mas de ilegais, que entram em território nacional em grande parte pelo Paraguai, e se instalam nas grandes cidades, em condições precárias, tendo que levar a vida como vendedores ambulantes de mercadoria falsificada, em trabalho, muitas vezes, análogo à escravidão.

O blog tentou contato com a Embaixada da China no Brasil, mas não obteve resposta. Conversei com um jornalista chinês que trabalha como correspondente no Brasil e na América Latina há mais de uma década, e ele me deu um panorama diferente do risco migratório de seu país atualmente.

Ele me contou que grande parte deste tipo de imigrante vem da cidade de Cantão, terceira maior do país, também conhecida como Guangzhou. Segundo o jornalista, com a crescente atividade econômica e financeira de Cantão, caiu sensivelmente o deslocamento para o Brasil de cidadãos daquela região no sul da China. O lugar é chamado pejorativamente de ''o paraíso da pirataria'', o que explica muito sobre a atividade na qual os imigrantes ilegais são obrigados a exercer quando estão por aqui.

O tal projeto de lei que pede a liberação de visto para os chineses na Câmara dos Deputados, em Brasília, não deve ser colocado em votação, porque não há tempo hábil para apreciação e votação em plenário. O autor da proposta é William Woo (PV-SP), suplente de deputado, que já nem está mais no cargo – devolveu-o para Roberto de Lucena (PV-SP), às vésperas da votação do impeachment, em abril.

Longe de Brasília, Woo vibra com o fato de o projeto não ter ido adiante. “Do jeito que esta Olimpíada está, tenho medo até que os chineses venham e aconteça alguma coisa de ruim com eles aqui”, disse, entre risadas.

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - JUNE 09: Tourists take photos of the view by the Christ Redeemer Statue on June 9, 2014 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by Julian Finney/Getty Images)

Rio de Janeiro durante a Copa-14: sem grandes incidentes envolvendo turistas (Julian Finney/Getty)


O mais antigo recorde do atletismo faz 33 anos. E a história é polêmica
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Daniel Brito

Czech athlete Jarmila Kratochvilova wins the 800 m event in a time of 1:54.68 at the 1983 World Championships in Athletics, Helsinki, August 1983. (Photo by Steve Powell/Getty Images)

Jarmila Kratochvilová celebra o titulo mundial dos 800m em 1983 (Steve Powell/Getty Images)

Jarmila Kratochvilová é a corredora de atletismo da imagem acima, em registro fotográfico que, neste mês, completa 33 anos. Foi em julho de 1983 que a atleta da então Tchecoslováquia quebrou o recorde mundial dos 800m com o tempo que nenhuma outra corredora conseguiu chegar perto desde então.

Kratochvilová cumpriu a distância em 1min53s28 e as condições em que atingiu a marca enchem de suspeitas esta efeméride.

Kratochvilová tinha 33 anos, nunca havia feito parte da elite do atletismo, e essa idade dificilmente representou o apogeu de um competidor de 800m. O recorde foi em 26 de julho de 1983, em Munique, às vésperas do Mundial de Atletismo, em Helsinque, na Finlândia. Recaía sobre os países do Leste Europeu uma enorme dúvida quanto ao doping sistêmico em seus atletas, como uma forma de mostrar pujança esportiva da Cortina de Ferro.

Chegou-se até a suspeitar de que pudesse se ser o caso de  hiperandrogenia, quando o corpo produz hormônios masculino acima da média das demais de modo natural. Kratochvilová tinha corpo de lutador de wrestling, com ombros largos, músculos bem definidos, atípicos para atletas daquela geração, e até o hábito de manter os pelos nas axilas. Ela fez o teste de feminilidade na época e nada ficou comprovado. O exame hormonal, tal qual é realizado hoje em testes de dopagem, só começou a ser adotado dois anos após o recorde de Kratochvilová.

A imprensa dos Estados Unidos, ainda movida pela polarização da Guerra Fria, incentivou uma pequena campanha contra Kratochvilová. Foram ouvidos médicos, treinadores, atletas, todos a contestar a tcheca. Ela, no entanto, jamais foi flagrada em exame antidoping. Sua carreira também foi fugaz. Começou para valer ali por 1977, aos 27 anos, e em 1985 já não estava nas principais competições.

Não disputou os Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984 porque a Tchecoslováquia acompanhou o boicote liderado pela então União Soviética. Já estava em casa, aposentada com as láureas do recorde mundial quando o mundo viu surgir uma das grandes meio-fundistas de todos os tempos, Maria Mutola, moçambicana, três vezes campeã mundial e campeã olímpica.

Nem Mutola conseguiu se aproximar dos 1min53s de Kratochvilová. Sua melhor marca foi, arredondando, 1min55s. O recorde dos 800m no feminino havia sido quebrado 20 vezes desde a II Guerra Mundial, jamais foi ameaçado de 1983 para cá. No ano passado, a queniana Eunice Sun foi a melhor do mundo na distância, com 1min56s.

LONDON - AUGUST 21 : Jarmila Kratochvilova #183 of Czechoslovakia heads towards the finishing line in the 800 metres during the 1983 Europa Cup Final at the Crystal Palace National Sports Centre on August 21, 1983 in London, England. (Photo by Trevor Jones /Getty Images)

Kratochvilová atingiu o ápica da carreira de meio-fundista aos 33 anos, idade incomum (Trevor Jones /Getty)

A prova dos 800m obteve bastante destaque no feminino com algumas atletas de histórico curioso, como a sul-africana Caster Semenya, esta sim hiperandrogênica, que bateu na casa dos 1min55s há sete anos. E Maria Savinova, russa envolvida em escândalo de ocultação de doping, campeã mundial em 2011 em Daegu, na Coreia do Sul, e olímpica em Londres-2012. O melhor tempo da vida dela, hoje banida do esporte por doping, é 1min56s19.

Há cerca de 10 anos, um jornal tcheco publicou denúncias de que Kratochvilová dopava-se e isso teria dado a ela condição para atingir o recorde. As afirmações nunca foram comprovadas e a marca de Kratochvilová permanece válida e, aparentemente, inalcançável.

Em entrevistas, ela gosta de repetir que não ganhou mais que 3 mil coroas tchecas pelo recorde, o equivalente hoje a R$ 400. “Se fosse hoje, teria faturado US$100 mil [R$ 330 mil]”, lamenta frequentemente.

Hoje ela leva a vida de forma saudável aos 65 anos como treinadora de atletismo na República Tcheca.

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Protestos e pau de selfie estão proibidos nas arenas da Rio-16
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Daniel Brito

SYRACUSE, NY - FEBRUARY 14: Fans use a selfie stick to photograph the Syracuse Orange student section before the game against the Duke Blue Devils on February 14, 2015 at The Carrier Dome in Syracuse, New York. (Photo by Brett Carlsen/Getty Images)

Pau de selfie foi vettado da Rio-16 por questões de segurança (Brett Carlsen/Getty Images)

Pau de selfie está vetado nos Jogos Olímpícos. Junto com ele, dezenas de outros itens, como cartazes e faixas de protestos, bandeira de países que não participam dos Jogos do Rio-2016, até instrumentos musicais, como pandeiro, tamborim, tantan, atabaque, e vuvuzelas.

A lista é longa e já está disponível no site do Rio-2016. Os itens proibidos foram distribuídos em sete categorias. O pau de selfie enquadra-se no sétimo item, intitulado apenas de “Outros”. Está junto com “marketing de emboscada”, “Itens com um tema político, religioso ou outro que pode ser usado para ofender ou incitar discórdia.”

Nos outros seis itens há a proibição para objetos que obviamente trazem risco à segurança do público e dos atletas, como explosivos, substâncias tóxicas, instrumentos cortantes ou perfurantes.

Esta não é a primeira vez que o COI (Comitê Olímpico Internacional) veta o pau de selfie nos Jogos Olímpicos. Há dois anos, em Sochi, na Rússia, ele foi proibido nas arenas durante os Jogos de inverno. Aqui no Brasil, nem durante Copa do Mundo Fifa 2014 o item era vetado nos estádios, embora a febre à época fosse muito maior do que atualmente.

A maior preocupação é com a segurança, uma vez que em caso de tumulto, o pau de selfie tem potencial para tornar-se uma arma branca, além de incomodar as pessoas que estão ao redor de quem usa o objeto para tirar um auto-retrato obstruindo a vista de terceiros.

Já o veto aos protestos são praxe em eventos do COI. Cartazes e faixas com ofensas ou mensagens política ou religiosa serão tomados pela segurança nas arenas e do Parque Olímpico.

Bicicleta, skate e patins também são proibidos, assim como animais, a menos que seja cão-guia.

Garrafas plásticas só terão entrada permitida nas instalações olímpicas vazias e sem tampa. Nas Cidades do Futebol (Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Salvador e Manaus) não será permitido o acesso de espectadores portando bolsas, malas, mochilas a menos que sejam  transparentes, de modo a permitir a visualização do conteúdo

Não vai ter samba
Se as regras de segurança forem seguidas à risca, não vai ter samba nas arquibancadas das instalações olímpicas. Instrumentos musicais estão entre os itens vetados pela organização. Pandeiro, atabaque, tantan, chocalho, corneta, nada disso tem autorização para entrar no Parque Olímpico ou qualquer outra arena.