Blog do Daniel Brito

Em CPI, pai de Neymar diz que já pagou mais de R$ 190 mi em impostos
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Daniel Brito

Em depoimento à CPI da Máfia do Futebol na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 17, em Brasília, o empresário Neymar da Silva Santos, pai do atacante Neymar do Barcelona, repetiu diversas vezes que a empresa que administra a carreira do jogador já pagou mais de R$ 190 milhões em impostos no Brasil.

A sessão durou pouco mais de 90 minutos e, em grande parte, Neymar pai foi elogiado pelos parlamentares. Somente após uma hora de debate que as dívidas do jogador com a Receita Federal foram abordadas.

“Nós já pagamos mais do que a Receita Federal nos cobra”, afirmou o empresário após uma hora de sessão. No ano passado, a Receita bloqueou R$ 192 milhões após investigação de movimentações financeiras de 2011 a 2013.

“Hoje temos mais de 98 contratos e trazemos todas as receitas para o Brasil. O futebol dele está lá na Europa, mas os recursos estão no Brasil, e eles são tributados no Brasil”, disse. “Se eu deixei de pagar algo que minha empresa faturou, me avise onde eu errei que estou pronto a cumprir com a lei, mas o Neymar não se apropriou de nada da minha empresa”.

“Paguei o que arrecadei. A cobrança do Fisco é como se eu tivesse que ser tributado na pessoa física Neymar Junior, mas paguei tudo na pessoa jurídica. A receita acha que esta empresa é do Neymar. O Neymar Júnior não se apropriou em nada do que a minha empresa faturou”, explicou Neymar pai.

Corinthians

Neymar pai teve um ligeiro debate com o deputado Andrés Sanchez (PT-SP) durante a sessão.

Tudo começou quando o deputado Silvio Torres (PSDB-SP) perguntou a Neymar pai se o atacante havia recebido propostas maiores do que a do Barcelona. Ao que se deu o seguinte diálogo:

Deputado Andres Sanchez (PT-SP): Até o Corinthians fez proposta melhor que o Barcelona. Esse filho da mãe [Neymar pai] que não aceitou.
Neymar pai: Ele nunca poderia ir para o Corinthians. Iria acabar com a carreira dele
Andrés: Pelo contrário, iria começar a história dele no futebol ali
RISOS
Neymar pai: Não digo nem pelo Corinthians, obviamente, mas pelo fato da imagem que ele construiu no Santos, os títulos que conquistou com o clube. É igual agora ele ir para o Real Madrid,…


DF pedirá mais partidas decisivas no Mané Garrincha durante a Rio-2016
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Daniel Brito

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Estádio Nacional Mané Garrincha receberá 10 jogos na Rio-16 (Daniel Brito/UOL)

Brasília se prepara para fazer um pedido para receber mais jogos de futebol durante os Jogos do Rio-2016. A cidade foi contemplada com 10 partidas em agosto, duas das quais envolvendo a seleção brasileira masculina. Mas o governo da capital quer uma participação maior.

A secretária-adjunta de Esporte e Lazer do DF, Leila Barros, contou ao blog, durante a passagem da tocha olímpica por Brasília, que a ideia é que o Estádio Nacional Mané Garrincha possa sediar uma partida de semifinal ou decisão do terceiro lugar. “Queremos um jogo decisivo aqui no nosso Estádio. Não posso falar muito, mas vamos pedir”, avisou Leila ao blog.

Com exceção das partidas da seleção masculina, jogos pouco interessantes serão realizados no gigantesco estádio com capacidade para 72 mil espectadores construído ao custo de R$ 1,9 bi para a Copa do Mundo Fifa-2014. Em 10 de agosto, por exemplo, Brasília vai receber o duelo entre as seleções sub-23 masculina de Coreia do Sul e México. Duelo que fará a preliminar de Argentina, sem Messi, e Honduras. Antes, porém, haverá o embate entre Iraque e Dinamarca. A participação do estádio na Rio-16 se encerra com dois jogos das quartas de final.

A adição de um jogo decisivo diminuiria o tempo ocioso do Mané Garrincha, daria exposição internacional à arena, uma vez que o governo local busca parceiros da iniciativa privada para geri-lo, além de aumentar a importância de Brasília nos Jogos.

Para concretizar o plano, o DF precisará desbancar tradicionais praças futebolísiticas. Porque as semifinais e o jogo pela medalha de bronze serão no Maracanã, Arena Corinthians e Mineirão.


Jucá apresenta relatório final da CPI do Futebol sem incriminar cartolas
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Daniel Brito

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) publicou na página do partido na internet o relatório final da CPI do Futebol no Senado. Detalhe: a CPI ainda está em andamento e prevista para se encerrar apenas em agosto. É bem verdade que a comissão encontra-se em uma sinuca regimental, devido às manobras da bancada da CBF, mas não chegou a um fim.

O relatório de Jucá tem 380 páginas e é majoritariamente propositivo. Em determinado ponto do documento, Jucá exime a comissão da obrigação de investigar.

“O propósito do Poder Legislativo, inclusive quando atua por meio de CPI, não é o de centrar-se na apuração de atividades criminosas ou ilícitas, fazendo dessas atividades e de sua apuração a motivação única ou maior de seus trabalhos. Na verdade, acreditamos que o propósito fundamental de toda CPI deva ser o de propiciar o avanço da legislação, de modo que os problemas, inclusive as práticas delituosas, não se repitam ou não se perpetuem em nossa sociedade”.

Os cartolas envolvidos em escândalos de corriupção investigados pelo FBI, motivo pelo qual a CPI foi instalada no Senado em agosto do ano passado, são citados brevemente no relatório. “Há registros de operações que despertaram a particular atenção desta Comissão. São operações que envolvem dirigentes e ex-dirigentes da CBF, como José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, assim como entidades ou empresas que compõem a estrutura do futebol brasileiro ou que nela atuam. Cumpre assinalar haver, até mesmo, registros de operações realizadas pelo Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014 (COL), as quais, em função das relações próximas que esse Comitê manteve com o Poder Público, certamente ensejarão a avaliação detida por parte dos órgãos públicos competentes”.

O Blog do Juca KFouri, no UOL Esporte, mostrou que o senador de Roraima quer apressar a votação do relatório para encerrar a CPI e colocar-se à disposição para assumir um ministério num provável governo de Michel Temer (PMDB-SP).

Jucá quer aproveitar a próxima sessão da CPI para colocar em votação o relatório. Mas não há data confirmada para a próxima reunião da comissão, visto que o único que pode agendá-la é o presidente da CPI. Neste caso, Romário (PSB-RJ), que é frontalmente contrário ao relatório de Jucá. Assim como também faz parte de uma minoria contra a CBF.

Propostas e reocmendações
Jucá promete entregar a documentação sigilosa em poder da CPI para o Banco Central do Brasil; Conselho de Controle de Atividades Financeiras; Ministério Público Federal; Polícia Federal; Secretaria da Receita Federal do Brasil e Controladoria-Geral da União.
Cumprindo a promessa feita em plenário durante as sessões, Jucá encerra o relatório fazendo 11 propostas de alteração na legislação do futebol e oito recomendações à CBF.

São itens como isenção fiscal a clubes da Série C e Série D, estimulo tributário aos clubes-empresa, o fim dos negócios entre clubes e empresas com ligação com parentes, mudar a lei de lavagem de dinheiro, tipificar o crime de corrupção na iniciativa privada, mudança na lei trabalhista dos atletas e até a alteração no Estatuto do Torcedor para prever o uso de seguranças privados no interior dos estádios de futebol.

O relatório, por fim, pede à CBF um calendário mais extenso às agremiações de menor expressão, contratar uma empresa para realizar um estudo sobre a criação de uma Liga Nacional, fixar preço dos ingressos, criar uma identificação a torcedores com histórico de violência nos estádios.


Próximo aos Sarney, Iziane pensa em ser vereadora no Maranhão após a Rio-16
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Daniel Brito

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Iziane foi campeã nacional com o Sampaio Correa, mesmo torcendo para o Moto Clube

A ludovicense Iziane, 34, já sabe que os Jogos do Rio-2016 serão a última parada antes da aposentadoria como jogadora de basquete. E,

desde já, vislumbra a vida pós-carreira fora das quadras. Uma alternativa cada vez mais próxima da realidade, desde que se filiou a um partido político.

A ala Iziane, recém-consagrada campeã da LBF (Liga de Basquete Feminino) com o Sampaio Correa, de São Luís, Maranhão, vinculou-se ao PSL. Um partido nanico, que possui apenas um representante no Congresso Nacional,  e agora matura a ideia de lançar-se candidata a vereadora na capital maranhense, sua cidade natal. ,

Iziane possui vínculos com a família Sarney no Estado. Por intermédio de Fernado Sarney, 60, filho do ex-presidente da Repúiblica, José Sarney, 86, fundou uma equipe de basquete no Maranhão, que disputou a LBF pela primeira vez em 2011. Mais recentemente, Iziane abriu mão de sua paixão pelo Moto Clube do Maranhão para defender as cores do rival Sampaio, comandado pelo empresário e deputado estadual Sergio Frota (PSDB-MA), mais um atrelado ao grupo Sarney.

No PSL de Sâo Luís, Iziane está sob o guarda-chuva de Francisco Carvalho, ex-presidente da Câmara dos Vereadores da capital maranhense.

A candidatura ainda precisa ser confirmada, mas o cenário conspira a favor de Iziane. Ela comandou o Sampaio no título nacional deste ano, feito inédito para um clube do Nordeste no basquete nacional. Ela será uma das estrelas da seleção brasileira que disputará os Jogos do Rio-2016.

“Já sou aposentada lá nos Estados Unidos, por onde joguei por 11 anos na WNBA. Depois desse campeonato nacional que conquistei pelo Sampaio Correa, vou encerrar a carreira de atleta nos Jogos Olímpicos do Rio-2016”, explicou ao blog há uma semana, durante cerimônia de recepção da chama olímpica no Palácio do Planalto, em Brasília. “ O pessoal está tentando me convencer a voltar para o Sampaio, mas já tenho 34 anos e só eu sei minhas dores”, disse.

Iziane mantém um trabalho social com o instituto que leva seu nome em São Luís. Também colocou-se à disposição  para exercer outras funções. “Estou aberta a atuar em algum cargo diretivo no próprio Sampaio, mas eu gosto da ideia de ajudar na Confederação ou Comitê Olímpico”, anunciou a ainda ala da seleção que irá ao Rio-2016.


Joaquim Cruz empresta tocha a atletas esquecidos pela Rio-16 no revezamento
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Daniel Brito

No dia seguinte à apoteótica participação no revezamento da tocha olímpica na Avenida Central de Taguatinga, na terça-feira, 3, Joaquim Cruz passou adiante o símbolo olímpico para alguns de seus conterrâneos em Brasília. Desta feita, não houve cordão de isolamento, frenesi do público e nem tampouco um turbilhão de fotógrafos e cinegrafistas.

Joaquim passou a tocha que carregou na terça-feira para outros atletas olímpicos nascidos ou radicados no Distrito Federal cujos nomes passaram ao largo da lista oficial do revezamento.

Gente como o atacante da seleção olímpica em Montreal-76, Jarbas Tomazoli, Claudia Chabalgoity, tenista que disputou duplas em Barcelona-92, Leandro, levantador da equipe então campeã olímpica em Atlanta-06, o meio-fundista Hudson de Souza, com três participações nos Jogos.

Joaquim conseguiu reunir esses e mais alguns outros para promover uma espécie de “revezamento paralelo”. Foi incentivado pela professora e pesquisadora Kátia Rubio, autora do livro “Atletas Olímpicos Brasileiros” (SESI-SP editora).

Quando começaram a ser divulgados os nomes dos condutores da tocha em Brasília, ponto de partida do revezamento, e nas demais cidades, Katia lançou nas redes sociais uma campanha para que todos os atletas da história olímpica do Brasil pudessem participar. “Joaquim me perguntou como poderia ajudar. Falei que ele poderia me ajudar mobilizando os atletas de Brasília para esse vídeo, os que conduziram e os que não conduziram”.

O video foi gravado na quarta-feira, 4. Joaquim vestiu o mesmo uniforme que usou na Avenida Central de Taguatinga na tarde anterior e cedeu a tocha. No vídeo, se vê atletas como Joilto Bonfim, do atletismo, que participou de Barcelona-92, e o ala-pivô Pipoka, com três Olimpíadas no currículo. Eles estavam do revezamento oficial, mas foram convidados para o vídeo.

A campanha de Katia Rubio já começa a surtir efeito. Ontem mesmo, Claudia Chabalboity foi convidada pela organização. “Não podemos deixar a memória olímpica se perder. Há muitos atletas que merecem participar deste evento e não são lembrados”, disse Katia Rubio.

A organização do Rio-2016 disponibilizou um contato para que atletas que disputaram Olimpíadas passadas pelo Brasil se apresente para ganhar o direito de ser condutor oficial da tocha olímpica.


Estádio da Copa no DF teve superfaturamento de R$ 365 mi, indica tribunal
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Daniel Brito

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Foto de 2013 do Estádio Nacional Mané Garrincha (divulgação)

Fiscalização do TCDF (Tribunal de Contas  do Distrito Federal) apontou um superfaturamento de R$ 365 milhões na reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo Fifa-2014. E o valor final da obra ficou na casa de R$ 1,9 bilhão.

O desfalque financeiro se deve a contratos que ainda estão ativos, como reformas no entorno da arena. Ela deveria estar pronta para o Mundial da Fifa, realizado há quase dois anos, mas nem sequer teve inicio. Há, também, duplicidade de custo de alguns equipamentos alugados; utilização indevida de encargos trabalhistas, valor de vale transporte super dimensionado, pagamento indevido de serviços não executados e sobrepreço em alguns itens.

Só a obra do gramado, que foi motivo de muita polêmica, custou R$ 1 milhão acima do previsto, de acordo com a auditoria permanente do TCDF no Estádio Nacional. ''O nivelamento foi feito em três etapas que não eram necessárias, e isso foi cobrado. Também houve pagamento por metragem maior do que a executada no serviço'', informou Renato Rainha, presidente do TCDF, em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 5.

Outro ponto de superfaturamento exposto pela fiscalização foi a reforma da cobertura. Houve antecipação de pagamento da estrutura metálica, cabos e partes fundidas sem o devido desconto, além de aplicaçao indevida de desoneração indevida prevista no Recopa (regime de benefício fiscais aprovados para a Copa do Mundo).

Há ainda uma última etapa da auditoria permanente do TCDF, que examinará os demais aditivos financeiros do contrato de construção do estádio e a reavaliação do Recopa. O Tribunal vai fazer uma avaliação da qualidade da arena. Neste processo, os auditores vão analisar o conforto, a acessibilidade, a segurança e o acabamento da obra de construção do Estádio.

Sobre as obras do entorno, que nunca começaram, o TCDF encaminhou ofício ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) recomendando a suspensão desse contrato no valor R$ 287 milhões.

É importante ressaltar que as obras do Estádio Nacional estão no escopo das investigações da Operação Lava Jato. Em novembro de 2015, a empreiteira Andrade Gutierrez revelou que pagou propina para realizar algumas obras da Copa do Mundo.  A empresa atuou, sozinha ou em consórcio, na reforma do estádio do Maracanã, no Rio, do Mané Garrincha, em Brasília, no Beira-Rio, em Porto Alegre, e na construção da Arena da Amazônia, em Manaus, Amazonas.


Assessores de Temer já participam de reuniões na Rio-16 e causam saia-justa
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Daniel Brito

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Ante à possibilidade de ser o presidente da República em agosto, mês dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, Michel Temer já conta com assessores em reuniões estratégicas com Comitê Organizador, prefeitura e governo estadual. Aconteceu, por exemplo, no mês passado, durante encontro para discutir logística de transporte de Chefes de Estado.

A saia-justa se deu pelo fato de sentarem-se à mesma mesa assessores da presidente Dilma Rousseff e também do vice, Michel Temer. Ambos os grupos falando na condição de Chefe de Estado.

Acabou criando um clima estranho na sala de reunião, porque ninguém ali podia admitir em público a queda de um ou a ascensão de outro, embora seja notório o clima de tensão e instabilidade política que os cerca. Até então, apenas os auxiliares de Dilma participavam deste tipo de encontro na Rio-16, mas como ela está na iminência de ser suspensa do cargo por até 180 dias pelo Senado, Temer passou a enviar emissários ao Rio para dar as diretrizes de seu governo.

O mais curioso é que na cerimônia da chegada da chama olímpica ao Brasil, na terça-feira, 3, no Palácio do Planalto, em Brasília, nenhum assessor do vice-presidente estava presente e o nome de Michel Temer nem sequer foi citado pelos que foram ao púlpito.

A previsão é de que mais de 80 mandatários venham ao Rio de Janeiro em 5 de agosto, dia da cerimônia de abertura dos Jogos. Cogita-se a ideia de reunir a todos no Palácio das Laranjeiras, na zona sul do Rio, e dali partir em comboio até o Maracanã, palco da festa inaugural. A dúvida é saber quem será o Chefe do Estado brasileiro que receberá os estrangeiros.


Deputado simula narração de futebol em CPI da Máfia do Futebol na Câmara
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Daniel Brito


O deputado João Rodrigues (PSD-SC) mostrou seus dotes como locutor de futebol na tarde da terça-feira, 3, em plena sessão da CPI da Máfia do Futebol da Câmara dos Deputados. Incentivado pelo presidente da comissão, Laudívio Carvalho (SD-MG), que elogiou a voz de Rodrigues, o parlamentar catarinense simulou a narração de rádio de uma partida.

A cena ilustra bem o ritmo da CPI da Máfia do Futebol na Câmara. Esta CPI foi constituída em março para apurar as irregularidades nos contratos da confederação com patrocinadores e as relações com a Fifa no Brasil, que ocasionaram a prisão de José Maria Marin, em maio do ano passado, na Suíça.

Recentemente, Juca Kfouri, companheiro de blog no UOL Esporte, foi convidado a colaborar com informações, mas ele declinou. Aqui, ele explicou os motivos.

João Rodrigues, ex-prefeito de Chapecó, o mesmo que simulou uma narração de rádio durante a sessão de terça, defendeu já na sessão da manhã desta quarta-feira, 4, a convocação de Juca sob a seguinte alegação: “Para este sujeito [Kfouri] aprender a respeitar esta casa”. A proposta foi rejeitada pelos demais parlamentares.

Na semana passada, deputados passaram quase uma hora discutindo se deveriam convidar o pai do atacante Neymar, do Barcelona, para depor na CPI. Durante o debate, o Cesar Halum (PRB-TO) adiantou: “Eu acho que isso não vai dar em nada, porque eles – Neymar pai e Neymar filho – não vão colaborar em nada já que eles são funcionários da CBF. Eles não viriam aqui para falar nada contra a confederação''.

Contratos da Globo com a CBF
Também na manhã desta quarta-feira, 4, foi aprovado o requerimento do deputado Major Olímpio (SD-SP) a ''cópia de todos os contratos de direitos de transmissão firmados entre a Rede Globo de Televisão e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF)''.

Foi convidado o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e convocado o ex-presidente da confederação, Ricardo Teixeira.


Joaquim Cruz volta para casa com a tocha e jovens se perguntam: ‘É famoso?’
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Daniel Brito

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Estudantes esperam Joaquim Cruz sob o sol seco e forte de Taguatinga (Daniel Brito/UOL)

Joaquim Cruz era esperado por muitas crianças nos canteiros da Avenida Central de Taguatinga. Escolas públicas e particulares desta cidade-satélite de Brasília liberaram os estudantes para ir às ruas para ver o campeão olímpico nascido naquelas cercanias. O comboio atrasou-se em mais de 90 minutos e o público esperou debaixo de sol forte e seco que castigava Taguatinga.

O dono da medalha de ouro nos 800m nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984 conhece bem aquele clima. Foi por ali, em Taguatinga, que ele começou a praticar o atletismo. Não havia pistas decentes à época, ele corria no barro vermelho ou, para refrescar-se, em meio às árvores da Floresta Nacional.

Sempre que perguntava de sua perseverança de manter-se atleta ante tamanhas adversidades que Taguatinga lhe apresentava nos idos de 1970 e 1980, ele respondia: “Perseverante é minha mãe, que deixou o Piauí com seis filhos pequenos para tentar uma vida nova em Brasília”.

Joaquim está radicado nos Estados Unidos há mais de 30 anos, mas nunca deixou Taguatinga para trás. Mantém o Instituto Joaquim Cruz com o programa Rumo ao Pódio Olímpico (voltado para o alto rendimento) e o Clube dos DescalSOS (na área social) em dois centros esportivos do DF.

Veio especialmente de San Diego, Califórnia, onde vive, para ser homenageado com o desfile carregando a tocha olímpica por 200m na entrada de Taguatinga.

Não havia manifestantes contra os Jogos Olímpicos ou o impeachment da presidente Dilma Rousseff, apenas ansiedade nos canteiros taguatinguenses.

Um grupo de jovens garotas de 16 anos, liberadas da aula desta tarde de terça-feira, aguardava a chegada do revezamento na Avenida Central de Taguatinga e se perguntava.

– Será que Gabriel Medina [surfista paulista, campeão do circuito mundial em 2014] vai carregar a tocha em Taguatinga?

Eu estava ao lado das jovens e respondi:

– Não, não é Medina quem conduzirá a tocha aqui. Mas um cara com muito mais história no esporte …
– Quem é?, perguntou uma das adolescentes.
– Joaquim Cruz, anunciei.
Ao que, elas me perguntaram, em uníssono:
– E ele é famoso?

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Em que pese o desconhecimento desse grupo de jovens estudantes, Joaquim Cruz foi ovacionado na entrada de Taguatinga. Ele recebeu a tocha apagada, caminhou um pouco e cumprimentou o público que o chamava pelo nome atrás do cordão de isolamento.

Acendeu a tocha com a ajuda de um grupo de apoio, caminhou com passos rápidos e não se conteve, começou a correr. Um trote leve, um sorriso largo e uma gritaria tremenda ao seu redor.

Um drone, que está proibido pela organização, fez imagens aéreas da passagem de Joaquim pela Avenida Central. Uma aglomeração de fotógrafos e cinegrafistas rompeu o cordão de isolamento dos policiais e rodeou Joaquim. Ele ficou protegido apenas por uma equipe de seguranças vestidos com uniforme da organização do revezamento, que corria ao lado do campeão olímpico.

Após 200m que esgotaram-se em pouco mais de um minuto, o campeão passou o fogo olímpico adiante. Como em uma grande onda, a multidão continuo a correr, deixando o taguatinguense para trás. Ele foi levado por seguranças para um ônibus ao fim do comboio. Falou rapidamente com jornalistas.

– Esse é o momento do esporte, o momento do povo brasileiro. A chama está acessa, disse com sua característica voz calma, e entrou no ônibus, quase que empurrado pelos seguranças.

 

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Tocha percorrerá até lugares desabitados no DF para agradar patrocinadores
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Daniel Brito

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Nado cachorrinho? Condutor faz ensaio com a tocha em piscina (Andre Borges/Agência Brasília)

A tocha olímpica inicia seu revezamento no Brasil nesta terça-feira, 3, com menos da metade do percurso aberto ao público. Serão 105 quilômetros percorridos dentro do quadrilátero federativo em quase 12 horas de desfile, mas só em 40 quilômetros a chama será conduzida por algum convidado dos patrocinadores.

Os patrocinadores escolheram os locais pelos quais a tocha irá passar. Por este motivo, o revezamento terá trechos em lugares ermos, pouco familiares, sem apelo turístico, histórico ou cultural para a capital. Tudo isso para contemplar com uma visita as empresas financiadoras do evento.

No início da tarde, por exemplo, o fogo olímpico percorrerá um bairro chamado SIA (Setor de Indústria e Abastecimento), uma área de oficinas, garagens, lojas de material de construção, galpões vazios e revenda de veículos. Não há moradias neste local, o asfalto é muito desnivelado em razão do trânsito pesado de caminhões. Está previsto que o atleta paraolímpico Alan Fontelles, biamputado, que usa próteses nas duas pernas, carregue a tocha nesta região. Ele ainda não decidiu se desfilará com as sensíveis próteses de lâminas de fibra carbono que utiliza nas competições.

A tocha passará por ali para fazer uma visita a uma concessionária da Nissan, uma das patrocinadoras do revezamento.

A quase 20 quilômetros do SIA, no final de Taguatinga, em uma área desabitada, onde só há indústrias, o revezamento chegará à fábrica da Coca-Cola, outro patrocinador do evento.

No final da tarde, a tocha fecha o trânsito do Setor Comercial Sul, já de volta ao Plano Piloto, para poder ir ao prédio do Bradesco. Esta região é um ponto de muito congestionamento, principalmente às 18h, previsão do horário em que o comboio passará no local.

Nem o governo federal e nem o GDF decretaram ponto facultativo nesta terça-feira, 3. A cidade tentará seguir sua rotina normalmente, ainda que com centenas de avenidas interditadas para a passagem da tocha. Moradores não receberam adesivos de identificação para o carro ou permissão especial para poder ter acesso à porta de casa nos trechos em que a tocha passará.

A organização do evento bate-cabeça, dado que ainda ontem à noite alterou todos os horários do cortejo. Em comparação com as cidades pelas quais a tocha passará, nenhuma outra traçou -até agora- uma rota superior a 30km.

Quando a chama olímpica vencer os 105 quilômetros de Brasília, ela terá sido conduzida a pé, de helicóptero, de rapel, bicicleta, cadeira de rodas, cavalo, dentro de uma piscina (duas piscinas, para ser exato), canoa havaiana…. Tudo isso terá custado aos cofres do Distrito Federal R$ 3,8 milhões. E ainda assim, o governo local não pôde escolher as cidades que receberão o revezamento da tocha.