Blog do Daniel Brito

CBF vai ao STF contra condução coercitiva do Coronel Nunes à CPI do Futebol
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Daniel Brito

A CBF apelou ao STF (Supremo Tribunal Federal) para impedir, por intermédio de habeas corpus preventivo, que o presidente interino da confederação, coronel Antônio Nunes, seja alvo de condução coercitiva para depor na CPI do Futebol no Senado, na próxima quarta-feira, 16. A entidade também pede que o cartola compareça voluntariamente à sessão, na condição de convidado, e que tenha garantia de que não será preso ou ameaçado de prisão caso silencie ante respostas que considere que possa incriminá-lo.

A petição do advogado Mauro Couto de Assis, do escritório Couto de Assis Advogados, do Rio de Janeiro, e está na mesa do ministro Teori Zavascki desde o dia 4 de março à espera de uma decisão.

“O paciente [Coronel Nunes] vai prestar depoimento como executivo da maior entidade do futebol brasileiro como sabe ser a CBF, isso sob delirante e agressiva acusação de que sua eleição teria sido ‘manobra do grupo político do então Presidente da CBF, Marco Polo Del Nero’ e sua ‘ascensão meteórica ao cargo de dirigente máximo da entidade’”, justificou Couto de Assis na petição ao STF.

Marco Polo também tentou utilizar deste mesmo instrumento antes de comparecer à sessão da CPI em 16 de dezembro. Ele recorreu ao STF com habeas corpus preventivo, mas o Supremo rejeitou. O cartola licenciado da CBF compareceu após acordo com membros da CPI como convidado.

Investigado x convidado
Nunes assumiu o posto de interino da CBF em 7 de janeiro após o titular do cargo, Marco Polo Del Nero, anunciar licença pela segunda vez em um período de dois meses. Sua saída coincide com a confirmação de que é alvo de investigações do FBI no caso de corrupção do futebol mundial que já levou vários dirigentes a prisão, incluindo José Maria Marin, seu antecessor na presidência da confederação.

O pedido de habeas corpus preventivo entende que coronel Nunes não é investigado no caso e o pedido de condução coercitiva não se aplica a ele, porque não há requerimento aprovado pela CPI que peça sua convocação.

Manobras da bancada da CBF
A secretaria da comissão parlamentar de inquérito, no entanto, se pauta por requerimento aprovado em outubro do ano passado, quando todos os presidentes de federações estaduais foram convocados a depor. Nunes, há mais de 20 anos dando as cartas na Federação Paraense de Futebol, compareceu a uma sessão no final de outubro, mas na condição de convidado.

Desde que assumiu a cadeira de Marco Polo na CBF, o cartola do Pará licenciou-se do cargo na federação estadual, por isso considera que a convocação não é legalmente aplicável.

Na sessão da CPI do Futebol de ontem, 9, a bancada da confederação tentou armar uma ofensiva para derrubar a condução coercitiva no plenário. Mas o presidente da comissão, Romário (PSB-RJ), foi mais rápido e encerrou a reunião por falta de quórum.

Agora, a CBF espera decisão do ministro Zavascki para evitar o constrangimento de ver seu mandatário chegar ao Senado escoltado por policiais federais.


Caixa vai injetar R$ 32 milhões em patrocínio ao basquete
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Daniel Brito

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(divulgação/NBB)

A Caixa confirmou nesta quinta-feira, 10, o patrocínio aos dois principais campeonatos de basquete profissional do Brasil. A LBF (Liga de Basquete Feminino) e o NBB (Novo Basquete Brasil) vão receber até 2019 R$ 32 milhões do banco estatal.

Este valor representa quase o que a Caixa pagava anualmente ao Corinthians (R$ 30 milhões). A diferença é que o NBB foi aquinhoado com R$ 22 milhões, o que dá uma média de R$ 5,5 milhões por temporada até 2019. Já a LBF será contemplada com R$ 10 milhões (R$ 2,5 milhões por campeonato).

Contrato entre Corinthians e Caixa se encerrou neste ano. O clube de futebol pedia R$ 37 milhões para renovação, a instituição financeira não aceitou a proposta.

O acordo entre Caixa e as ligas de basquete foi feito em regime de inexegibilidade de licitação, em contratação direta. O banco terá sua logo exposta em posição de destaque nas placas de publicidade em todas as arenas que receberem jogos da LBF e do NBB.

A Caixa é a segunda instituição financeira a patrocinar o basquete brasileiro. A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) recebe o investimento do Bradesco, estimado em R$ 8 milhões por ano. Este montante não é repassado para as ligas, que são autônomas.


Romário evita manobra para livrar presidente da CBF de condução coercitiva
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Daniel Brito

A sessão da CPI do Futebol nesta quarta-feira, 9, no Senado durou menos de trinta segundos. O presidente da comissão Romário (PSB-RJ) em duas frases abriu a reunião e a encerrou em seguida alegando falta de quórum.
No plenário estavam apenas Ciro Nogueira (PP-PI) e Hélio José (PMB-DF). De acordo com o regimento interno do Senado, são necessários seis parlamentares para ter o quórum mínimo nesta CPI.

Com esta manobra, Romário barrou uma ofensiva da bancada da CBF que tenta derrubar a convocação do presidente interino da confederação, Coronel Antonio Nunes, para depor na CPI. A Justiça Federal do Pará expediu mandado de condução coercitiva para comparecer ao Senado na próxima quarta-feira, 16.

Na sessão de hoje, os aliados da CBF se movimentaram nos bastidores para converter a convocação de Nunes, que tem status de intimação, em convite. A entidade quer evitar o constrangimento de envolver seu mandatário em uma ação com a Polícia Federal. “Sou contra a condução coercitiva, qualquer tipo de condução coercitiva”, disse ao UOL Esporte após a sessão relâmpago o senador piauiense Ciro Nogueira .

Nunes estava convocado para depor na semana passada, dia 2, mas alegou compromissos no dia seguinte e não compareceu. Por este motivo, Romário pediu a condução coercitiva do cartola. A CBF publicou comunicado dizendo ser desnecessário procedimento e informou que Nunes se colocara à disposição para ir à CPI mas como convidado no dia 16.

A pauta da sessão desta quarta-feira, dia 9, continha requerimentos para convocar Rogério Langanke Caboclo, diretor-executivo de gestão da CBF; Antônio Osório Ribeiro Lopes da Costa, ex-diretor financeiro da CBF; Ariberto Pereira dos Santos Filho, ex-tesoureiro da CBF; Júlio Cesar Avelleda, ex-secretário-geral da CBF, além do convite à ex-namorada do presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, a modelo e apresentadora de TV, Carolina Galan.

A sessão
Raramente a sessão da CPI do Futebol começa pontualmente. A desta quarta-feira estava marcada para as 14h45. O primeiro a chegar no plenário, com quase 15 minutos de antecedência, foi Ciro Nogueira. Sua presença costuma ser bissexta na CPI. E sua relação de proximidade com a CBF vem desde os tempos da CPI da Nike, na Câmara dos Deputados, há 15 anos.

O fato de o piauiense ter sido o primeiro a chegar indicava que a bancada da confederação, que conta com os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Romero Jucá (PMDB-RR), além de Ciro Nogueira (e outros), se faria presente em peso nesta tarde. Porém, como as sessões não são pontuais, os parlamentares ainda não haviam chegado, apesar da movimentação do diretor de assessoria legislativa da CBF, Vandembergue Machado, nos corredores do Senado, avisando aos senadores e seus assessores sobre o início da sessão.

Apenas Ciro Nogueiro e Hélio José estavam no plenário 13 da Ala Senador Alexandre Costa quando Romário abriu a sessão às 14h50 (cinco minutos além do horário previsto) e falou: ''Havendo número regimental, declaro aberta a 21ª Reunião. (Pausa.) Não havendo número regimental para deliberação, comunico que está encerrada a reunião''. Assim, o ex-jogador deixou a sala sem falar com a imprensa e nem cumprimentar os parlamentares presentes.

Na saída do plenário, Ciro Nogueira pareceu fazer pouco caso da sessão relâmpago. ''Não houve quórum, não teve sessão. Só isso'', disse-me.

A próxima reunião da CPI do Futebol no Senado será no dia 16, e o Coronel Nunes é aguardado conduzido coercitivamente pela Polícia Federal.


Marcha escapa da rota da cusparada ao trocar Aterro pela Zona Oeste
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Daniel Brito

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(Alex Ferro/Rio-2016)

O evento teste da marcha atlética trouxe bastante desconforto aos participantes, no domingo que passou, Foi no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro, e o calor superou os 37ºC cedo da manhã. Se serve como compensação, os atletas se livraram de um problema inconveniente competindo na orla, no mesmo percurso que receberá a prova nos Jogos Rio-2016, e não no Aterro do Flamengo: as cusparadas do público.

Bom, esse foi um problema que assolou os marchadores no último grande evento da modalidade na capital fluminense. No Pan-2007, as provas de marcha atlética foram no Aterro e os competidores tiveram a desagradável companhia de “torcedores” que, do alto das passarelas que atravessam a via expressa da zona sul, cuspiam na direção dos atletas na pista. E não era só isso.

Cisiane Lopes, pernambucana, está classificada para os 20km no Rio-2016 e estava naquele Pan-07. Se lembra bem do que passou. “É que a gente fica concentrada na prova, mas dava para saber que tinha gente na passarela ali em cima cuspindo. Pelo menos não me acertaram. E teve outra: em um ponto do percurso no Aterro tinha um bar, e toda vez que os atletas passavam, os bêbados gritavam um monte de coisa. No caso do homem chamava de homossexual, mas para mulher era pesado mesmo, muito difícil”, relembrou Cisiane.

“Achei foi bom a prova de marcha da Olimpíada ser no Recreio. O percurso é bom, a pista é boa e o lugar é ótimo”, vibrou a marchadora, que foi campeã da Copa Brasil de marcha, que serviu de evento teste da modalidade para os Jogos Olímpicos-2016.

Já o brasiliense Caio Bonfim também comemorou. Primeiro pelo fato de não ter de passar pelo aperto que seus colegas enfrentaram desviando de cuspes no Pan-07. Ele tinha só 16 anos à época e estava dando os primeiros passos na marcha. E depois, porque no evento teste do domingo, no Rio, ele sagrou-se pentacampeão brasileiro nos 20km.
“Pessoal conta as histórias daquele Pan. Melhor coisa que aconteceu foi ter as provas da marcha no Recreio. Tenho certeza que nada parecido ao que ocorreu em 2007 vai acontecer no Rio-2016”, afirmou.

A IAAF (sigla em inglês para Associação Internacional das Federações de Atletismo) também aprovou o Recreio como sede da marcha. ''Vai ser o lugar mais bonito em que serão realizadas as provas da modalidade desde Barcelona-1992, quando comecei a trabalhar com Jogos Olímpicos'', disse Luis Saladie, delegado técnico da IAAF, presente ao evento teste no domingo passado.


CPI descobre advogado que emprestou R$ 1,5 milhão a Del Nero e Teixeira
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Daniel Brito

Enquanto a CBF tenta esvaziar as sessões da CPI do Futebol no Senado, as investigações revelam dados importantes sobre como Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero faziam movimentações financeiras com seus parceiros. Um deles é o advogado especialista em direito desportivo Angelo Frederico Gavotti Verospi.

Há um requerimento para ser votado na CPI pedindo a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Verospi, mas que foi barrado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) minutos antes da votação.

O advogado emprestou R$ 1,5 milhão a Teixeira e Del Nero de 2007 a 2012. Teixeira foi agraciado com R$ 800 mil em 2007, segundo descobriu a equipe de investigadores da CPI no Senado. A este montante, somam-se outros R$ 700 mil de Verospi a Del Nero já em 2012, segundo revelou em dezembro o companheiro Rodrigo Mattos, em seu blog no UOL Esporte.

No dia em que compareceu à CPI, Marco Polo Del Nero deu sua versão. “Está no meu imposto de renda. É um mútuo que eu fiz com Verospi. Eu precisei de um dinheiro emprestado, R$ 600 mil ou R$700 mil, não me lembro exatamente quanto e eu o paguei. Paguei com dinheiro saindo da minha conta-corrente'', afirmou Del Nero em dezembro em depoimento à CPI.

Há uma ligação de Verospi com os negócios de compra e venda de imóveis de Marco Polo com o empresário Wagner Abrahão, que também está sendo investigada pela equipe da CPI.

Conexão Amazonas
Para entender o motivo dessas transações, o senador Romário (PSB-RJ) pediu, ainda em novembro de 2015, a quebra dos sigilos bancário e fiscal do advogado. O requerimento foi empurrado com a barriga pela ala pró-CBF na CPI até a primeira sessão de 2016, em fevereiro.

Foi quando Omar Aziz manifestou-se publicamente pela retirada deste requerimento da pauta com o seguinte argumento. “Eu queria que fosse retirado da pauta para a gente analisar direito. Eu já tinha até discutido isso com vossas excelências, mas não é nada que não possamos votar na próxima reunião, mas eu queria só que fosse retirado isso, por favor”.

Coincidência ou não, Verospi e Aziz ocuparam cargos públicos no Amazonas. Aziz foi vice-governador do Estado de 2003 a 2010, e governador de 2010 a 2014, além de vice-prefeito de Manaus. Verospi, por sua vez, é ex-superintendente da Secretaria Municipal de Assuntos Federativos de Manaus. Tambem é vice presidenta da liga universitária brasileira de futebol e ex-conselheiro do Palmeiras.

A quebra dos sigilos de Verospi está na pauta da próxima reunião, na quarta-feira, 9.


Coronel Nunes falta à convocação e CPI do Futebol aciona a Justiça
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O coronel Antônio Nunes, presidente interino da CBF, não atendeu à convocação da CPI do Futebol e não compareceu à sessão da tarde desta quarta-feira, 2. O senador Romário (PSB-RJ), presidente da comissão de inquérito, anunciou que acionará a Justiça para intimar o cartola. A sessão desta quarta-feira contou com a presença de Romário e Donizete Nogueira (PT-TO), e durou menos de cinco minutos.

Agora, a secretaria da CPI solicitará aos tribunais estaduais do Rio de Janeiro e do Pará, Estado de origem do cartola, que emitam uma intimação comparecer à CPI em 15 dias, em 16 de março. Se não atender, terá de ser conduzido coercitivamente pela Polícia Federal.

Coronel Nunes havia sido convidado para depor à CPI, mas se disse impossibilitado de comparecer nesta quarta-feira devido à convocação da seleção brasileira na manhã desta quinta-feira, 3.

Assim, a CPI do Futebol fez uso de um requerimento aprovado pelos senadores em outubro do ano passado, no qual convoca todos os presidentes de federações. Nunes é presidente da Federação Paraense de Futebol por mais de 20 anos, mas licenciou-se para assumir por 150 dias a presidência da CBF em substituição a Marco Polo Del Nero, em janeiro.

“Numa atitude bem ao feitio do grupo dos 7 a 1 que se apoderou da CBF, que só pensa em ganhar salários milionários, o coronel Nunes fugiu sorrateiramente da convoação”, detonou Romário.


Basquete feminino tenta há cinco anos naturalizar atleta para a seleção
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Daniel Brito

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Cubana Ariadna está no Brasil há 10 anos e hoje defende o Americana-SP (Divulgação)

A ideia é fazer algo semelhante ao que a seleção comandada pelo argentino Rúben Magnano já fez. Transformar um talento estrangeiro, desperdiçado ou esquecido pelo seu país de origem, em atleta do Brasil para disputar os Jogos Olímpicos pelo selecionado feminino.

No masculino, o escolhido foi o armador Larry Taylor, nascido em Chicago, mas naturalizado nos idos de 2011 para reforçar o Brasil em Londres-2012. Calhou de ele atuar no NBB (Novo Basquete Brasil) por um bom tempo, saber português, ter uma certa bagagem, e desempenhar uma função até então carente no escrete de Magnano.

Esse é o problema no feminino. Grande parte das estrangeiras que aqui estão chegaram há pouco tempo, o que dificulta (mas não inviabiliza) no processo de naturalização, ou desempenham função na qual a seleção está bem servida, que é o caso das pivôs e alas-pivôs. Às vezes, as duas coisas juntas impedem que a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) concretize seu planejamento.

Na semana passada, por exemplo, encontrei-me com o presidente da CBB, Carlos Nunes, na porta do Ministério do Esporte, em Brasília. Em um papo de 10 minutos, ele me contou que estava confiante quanto à liberação da verba de convênio para o time feminino e, quando perguntado sobre uma possível naturalização de uma atleta, Nunes me agradeceu: “Pois é, rapaz, a gente está vendo isso aí. Foi bom você me lembrar, porque vou até cobrar uma posição do departamento técnico.''

Em novembro do ano passado, após uma audiência pública da Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados, em Brasília, o diretor técnico da CBB, Vanderlei Mazzuchini me contou que havia uma procura por uma jogadora estrangeira. Citei o caso da cubana Ariadna, ala-armadora hoje no Americana, de São Paulo. “É uma opção. Mas ela não pode, eu acho”, disse-me Mazzuchini.

Ariadna não esconde o desejo de defender o Brasil, mas esbarra em alguns problemas: ela não é armadora, mas ala-armadora, e o mais grave de todos, defendeu o selecionado adulto de Cuba no Pan de Santo Domingo, em 2003, o que a impede de atuar por outra equipe nacional. “Mas eu adoraria, pena que não posso”, comentou Ariadna, em entrevista por telefone em novembro do ano passado.

Desde 2011 que a CBB menciona a possibilidade de naturalizar uma armadora. Hortência, então diretora da confederação, disse à Folha de S.Paulo em janeiro daquele ano que procurava uma atleta para substituir Adrianinha, que iria deixar a seleção após Londres-12. Adrianinha até anunciou aposentadoria do time nacional, mas teve de voltar por falta de opções. Os anos se seguiram, e a ideia manteve-se viva de alguma maneira do departamento técnico da CBB. Chegou 2016, estão chegando os Jogos Olimpicos e a seleção feminina não conseguiu 1) trabalhar a base suficientemente bem para desenvolver jogadoras de nível internacional e 2) ninguém conseguiu executar o plano de naturalizar uma atleta para defender o Brasil no Rio-2016.


Interino da CBF pode comparecer à CPI do Futebol levado pela polícia
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Daniel Brito

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O presidente interino da CBF, coronel Antônio Nunes, pode ser levado pela polícia a depor na CPI do Futebol no Senado. A secretaria da comissão não recebeu confirmação de que o cartola atenderá à convocação para estar na sessão desta quarta-feira, 2, às 14h. Por cinco dias ninguém na confederação assinou o recebimento da convocação da CPI, que tem efeito de intimação. Somente na terceira tentativa, na tarde de segunda-feira, 1º, o carteiro conseguiu entregar o comunicado na sede da CBF.

Coronel Nunes foi convidado para depor à CPI nesta quarta, mas se disse impossibilitado de comparecer devido à convocação da seleção brasileira para as duas próximas rodadas das Eliminatórias para a Copa-18. A convocação será feita pelo técnico Dunga, como sempre, nesta quinta-feira, 3.

Assim, a CPI do Futebol fez uso de um requerimento aprovado pelos senadores em outubro do ano passado, no qual convoca todos os presidentes de federações. Nunes é presidente da Federação Paraense de Futebol por mais de 20 anos, mas licenciou-se para assumir por 150 dias a presidência da CBF em substituição a Marco Polo Del Nero, em janeiro.

Apesar do silêncio da parte de Nunes, o senador Romário (PSB-RJ), presidente da comissão, manteve marcada a sessão desta quarta-feira, 2, e avisou que se o coronel Nunes não comparecer, terá de vir a Brasília por intermédio de uma condução coercitiva, em outras palavras: levado pela polícia até a CPI. “Sabemos de todas as dificuldades que os dirigentes da CBF e de parte das Federações Estaduais têm imposto aos trabalhos desta Comissão Parlamentar de Inquérito. Enquanto, o coronel Nunes diz que pretende melhorar o futebol brasileiro e a imagem da CBF, ele repete a prática de antigos dirigentes de sonegar informação”, declarou o senador.

 


Federação de remo pede em manual que atletas evitem até o mar na Rio-16
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Daniel Brito

Reprodução da página da FISA com recomendações aos atletas que disputarão os Jogos-2016

Reprodução da página da FISA com recomendações aos atletas que disputarão os Jogos-2016

A FISA (sigla em francês para federação internacional de remo) divulgou um informativo elaborado por seu departamento médico com instruções de saúde e higiene aos atletas e treinadores que estarão no Rio para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Em cinco páginas, a entidade faz diversos alertas, muitos deles bem dsitante da realidade brasileira.

Por exemplo: logo na primeira página, a FISA alerta para que os atletas “não mergulhem no mar antes de qualquer competição” e lembrou que após as chuvas, há um aumento significativo da bactéria E.Coli, um microrganismo que afeta o interstino e pode até levar a morte, como ocorreu com algumas dezenas de pessoas na Europa, em 2011.

A entidade pede também que para escovar os dentes, os atletas usem apenas água potável de garrafa lacrada e não da pia. Antes das refeições, a FISA recomenda que as mãos sejam lavadas com água e, em seguida, com alcool em gel.

A federação faz um alerta para que só comam na Vila Olímpica, nos hotéis ou no local de competição, porque os alimentos são “controlados”. “Doenças originadas por comida e bebida são um problema significante. Têm alto risco os alimentos crus, como mariscos, ovo, salada, frutas, sorvetes ou alimentos que não estão em ambiente de refrigeração controlada. O risco mais alto está nos vendedores de rua e nos restaurantes de mercados”, apontaram os médicos da FISA.

A federação “recomenda fortemente” que o estrangeiro que vier ao Brasil tome uma bateria de vacinas para evitar o contágio de doenças como influenza, febre tifóide e hepatite tipo A. Além disso, pede uma atualização na carteira de vacina contra difteria, tétano, pertussis, sarampo, caxumba e rubéola, catapora, e diarreia.

A FISA lembrou que acompanha o monitoramento da água da Lagoa Rodrigo de Freitas, onde serão realizadas as provas de remo, mas pede que os atletas jamais bebam a água do local. E, ao final das cinco páginas de informativo, afirma: “A FISA comprovou de forma independente que os testes de nível da bactéria E.Coli fornece a informação necessária para fazer este julgamento”.

O material foi divulgado na quarta-feira, 24 de fevereiro, e pode ser lido na íntegra, em inglês, aqui neste link.


Ciclistas recebem salário das Forças Armadas mesmo punidos por doping
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Daniel Brito

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Uênia (a terceira da esq. para dir.) no pódio do Mundial Militar, na Coreia do Sul (Divulgação)

Os ciclistas Uênia Fernandes e Alex Arseno estão suspensos de competições esportivas pelos próximos quatro anos após terem sido flagrados em exame antidoping realizado em setembro. Alex e Uênia também são terceiro sargento da Aeronáutica, recebem mensalmente R$ 3,774 de salário.

Eles tornaram-se militares pelo programa de alto rendimento das Forças Armadas do Brasil, que seleciona atletas com potencial olímpico para ingressar no Exército, Aeronáutica ou Marinha. Mesmo punidos na esfera esportiva pelo uso de substâncias proibidas, Alex e Uênia permanecem normalmente como terceiro sargento das Forças Armadas, inclusive recebendo salário, segundo informou a assessoria da FAB (Força Aérea Brasileira).

A FAB explica que não excluiu Alex e Uênia de seus quadros porque não recebeu notificação oficial da CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo) informando da suspensão da dupla. A CBC, no entanto, informou que não precisa noticiar a FAB sobre o resultado do julgamento, uma vez que a informação está publicada na página da confederação na internet.

Assim, Alex e Uênia vivem uma situação pitoresca. São membros das Forças Armadas do Brasil somente porque se enquadraram no perfil de esportista que os militares querem em suas fileiras, contudo, estão proibidos de competir porque foram punidos por uso de doping.

Falha de comunicação
Não é a primeira vez que caso desse tipo acontece. O arguto repórter do UOL Esporte, meu amigo Fábio Aleixo, mostrou em agosto do ano passado o caso do nadador João Gomes Jr. Ele é terceiro sargento da Marinha e foi suspenso por doping em fevereiro de 2015. Ficou seis meses impedido de competir, ainda assim manteve-se nas Forças Armadas, onde permanece até hoje.

O edital público para o qual Alex, Uênia e até João Gomes Júnior aplicaram para se tornar miliatares é bem claro quanto aos casos de desportistas punidos por doping: exclusão do programa de alto rendimento das Forças Armadas. Falta, como se vê, uma maior comunicação neste aspecto entre os militares e as confederações esportivas.

Porque, Alex Arseno, por exemplo, não só admitiu que fez uso de substância que melhora a performance esportiva como anunciou publicamente o fim da carreira como atleta. Uênia, por sua vez, foi julgada duas vezes pelo STJD da CBC. Na primeira, foi estranhamente absolvida, no que seria um raro caso de inocetar um atleta flagrado com taxa alterada de EPO (eritropoetina) no organismo. Foi preciso a ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) intervir e identificar falhas no julgamento, para que houvesse novo arbitrio e, aí sim, Uênia levou um gancho de quatro anos.

O caminho da burocracia
Os casos já foram encerrados na justiça desportiva no Brasil. Se quiserem recorrer, Uênia e Alex terão de ir ao TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), na Suíça. O que não ocorreu até o momento. É importante lembrar, também, que Uênia vem de uma familia com casos frequentes de doping.

Entre o exame que a flagrou com EPO e a punição, ela representou o país na prova de estrada nos Jogos Militares, na cidade sul-coreana de Mungyeong, e conquistou o ouro por equipes na prova de estrada, ao lado das primas Clemilda e Janildes.

Segundo a assessoria da CBC, este resultado deve ser invalidado, e aí a suspensão deve chegar naturalmente à FAB. Basta que a UCI (União Ciclística Internacional) registre em seu site a punição a Uênia. Em seguida, O CISM (Conselho Internacional de Esportes Militares) será notificado, e só ai as Forças Armadas do Brasil poderão ser oficialmente informadas do caso.

Nas últimas duas semanas, o blog vem contatando a assessoria de imprensa da FAB para saber se havia alguma novidade sobre o caso. Em todas as ocasiões foi sempre muito bem atendido e ouviu que os atletas permanecem normalmente na Força Aérea até que receba uma notificação da confederação, aí eles serão desligados pela Aeronáutica, conforme previsto no edital de convocação.

O último contato foi na tarde da sexta-feira, 26.