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Arquivo : Ricardo Teixeira

Ex-vice da CBF abre mão de ministério e é eleito presidente de clube no DF
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Daniel Brito

O ex-vice-presidente da CBF, Weber Magalhães, foi eleito, por aclamação, presidente do Gama, o mais tradicional clube de futebol do Distrito Federal. A eleição ocorreu no domingo, 27. Ele é uma figura carimbada no cenário futebolístico nacional.

Além de ser amigo de Ricardo Teixeira, que o alçou à condição de vice da CBF para a região Centro-Oeste de 2004 a 2015, Magalhães é servidor do Senado Federal, no qual está lotado no gabinete do senador Zezé Perrella (PDT-MG), ex-presidente do Cruzeiro de Belo Horizonte e componente da CPI do Futebol, que está na fase final. Foi chefe da delegação brasileira no Mundial Fifa-2002, e tentou uma vaga na Câmara Federal daquele mesmo ano usando a trajetória vitoriosa da seleção brasileira como mote para sua campanha eleitoral. Porém, fracassou nas urnas.

Ele também é vice-presidente da CBFS (Confederação Brasileira de Futsal) e foi nomeado, em julho, para diretor da Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor no Ministério do Esporte. Em contato com o blog, disse que abriu mão do cargo na Esplanada porque só poderia assumir se largasse o posto na CBFS e tampouco poderia ser eleito presidente do Gama.

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Na Secretaria Nacional de Futebol, teria como chefe Gustavo Perrella, filho do senador Zezé Perrella, Em novembro de 2013, uma operação da Polícia Federal apreendeu meia tonelada de cocaína no helicóptero de Gustavo Perrella em uma fazenda no município de Afonso Cláudio, interior do estado do Espírito Santo. Após as investigações, a Justiça entendeu que não havia envolvimento dos Perrella. O helicóptero foi devolvido à família.

O Gama está fora até da Série D do Campeonato Brasileiro. O máximo que conseguiu em 2015 foi chegar à final da Copa Verde, na qual foi derrotado pelo Paysandu, e nas oitvas de final da Copa do Brasil. Coincidentemente, o ex-vice de Ricardo Teixeira na CBF comandará o clube cujo estádio é o Bezerrão, palco do amistoso entre Brasil e Portugal, em 2008, que deu início à queda de Teixeira da confederação.


Terminou em pizza! CPI da Máfia do Futebol na Câmara termina sem relatório
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A CPI da Máfia do Futebol foi dada por encerrada na Câmara dos Deputados. Sem relatório, sem quebras de sigilos, e, principalmente, na semana em que estava agendado depoimento do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

O ex-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA) autorizou a prorrogação dos trabalhos há 10 dias. Mas no dia seguinte, revogou a prorrogação e extinguiu a comissão.

“Fiquei indignado com a noticia do encerramento da CPI da Máfia do Futebol, sem mesmo ter sequer um relatório, após um recuo do ex-presidente Waldir Maranhão, que voltou atrás no despacho de prorrogação. Espero que o presidente Rodrigo Maia tenha bom senso e o faça”, disse o deputado federal João Derly (Rede-RS), integrante da comissão e autor do requerimento que instalou a CPI.

O depoimento de Ricardo Teixeira foi marcado para a terça-feira passada, dia 19. Detalhe, a Câmara está em recesso, ou seja, o cartola não deporia na data marcada de qualquer maneira.

Derly recorre, agora, ao recém-eleito presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para que autorize a continuidade dos trabalhos da CPI. Existe um evidente esquema mafioso no futebol mundial, os dirigentes da CBF estão envolvidos nisso, já comprovado pela justiça americana, e incrivelmente estes seguem comandando o futebol brasileiro, de forma obscura e coronelista”, afirmou Derly.


Picciani nomeia aliado de Ricardo Teixeira para secretaria de futebol
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Daniel Brito

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Weber (à esq.) foi chefe da delegação brasileira no Mundial-02 (Juca Varella/Folhapress)

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), nomeou nesta sexta-feira, 15, o ex-vice-presidente da CBF Weber Magalhães como diretor do Departamento de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor da Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor. Ele embolsará mensalmente o salário de R$ 11.235,00 do Ministério.

Terá como chefe Gustavo Perrella, filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor. Weber era assessor do parlamentar no senado. Ou seja, mudou de cargo, mas continua sob as ordens da família Perrella.

Weber_Magalhaes_AE_Fabio_Motta_292Até abril de 2015, Magalhães ocupava a cadeira de vice-presidente da CBF, quando teve início a gestão Marco Polo Del Nero e foi sacado do cargo. Magalhães ocupou o posto de 2004 a 2015, durante a gestão Ricardo Teixeira e José Maria Marin. Contratos feitos pela confederação neste período estão sob suspeição e em investigação pela Justiça dos Estados Unidos.

Antes de ser vice de Teixeira, fora chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo da Coreia do Sul e Japão, em 2002. Usou o “pé quente” da conquista do pentacampeonato mundial como slogan para tentar uma cadeira na Câmara dos Deputados, mas não obteve êxito.

Gustavo Perrella é o protagonista da nomeação mais controversa da gestão Picciani, iniciada em maio. Em novembro de 2013, uma operação da Polícia Federal apreendeu meia tonelada de cocaína no helicóptero de Gustavo Perrella em uma fazenda no município de Afonso Cláudio, interior do estado do Espírito Santo. Após as investigações, a Justiça entendeu que não havia envolvimento dos Perrella. O helicóptero foi devolvido à família.

Na CPI do Futebol no Senado, Perrella pai vota constantemente em favor dos interesses da CBF, embora o discurso seja de “moralidade no futebol brasileiro”.


Ricardo Teixeira passa por cirurgia e falta a depoimento na CPI na Câmara
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O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, faltou à convocação da CPI da Máfia do Futebol na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 14, por motivos médicos. Chegou à secretaria da comissão um atestado médico que informa que o cartola submeteu-se ontem a uma cirurgia no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

O advogado de Teixeira, Michel Assef Filho enviou correspondência à CPI com boletim assinado pelo médico endocrinologista Helio Tabacow Hidal, segundo o qual o cartola foi internado na segunda-feira, 13, e operado no dia seguinte. Tudo indicada que foi uma intervenção gástrica. Não foram fornecidas informações complementares. A CPI deve remarcar uma nova data para o depoimento do cartola, de acordo com as orientações médicas. Como a convocação para uma comissão tem status de intimação, ele será obrigado a comparecer, caso contrário será alvo de condução coercitiva.

Ele foi convocado na condição de investigado, uma vez que é um dos partícipes do escândalo de corrupção que levou à prisão sete cartolas na Suíça no final de maio de 2015.

Em 2013, Ricardo Teixeira disse ter se submetido ao transplante de rins. A revelação foi feita ao repórter Sérgio Rangel, da Folha de S.Paulo, em agosto de 2015. Na semana passada, o empresário Kleber Leite em depoimento à CPI da Máfia do Futebol esboçou um choro ao citar um problema de saúde de Teixeira, mas não deu mais detalhes.


Ricardo Teixeira é esperado para depoimento à CPI da Máfia do Futebol
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O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, é esperado em Brasília nesta terça-feira, 14, para prestar depoimento à CPI da Máfia do Futebol, na Câmara dos Deputados. A sessão está marcada para as 14h30, mas Teixeira não informou à secretaria da comissão se comparecerá.
Ele foi convocado na condição de investigado, uma vez que é um dos partícipes do escândalo de corrupção que levou à prisão sete cartolas na Suíça no final de maio de 2015.

Teixeira ainda goza de certo prestígio no Congresso, embora afastado do cargo de presidente da CBF desde março de 2012. Basta lembrar que a CPI do Futebol no Senado foi travada pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) em manobras avalizadas pelo presidente da casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), quando o cartola seria convocado para depor.

Na Câmara, no entanto, oito deputados apresentaram requerimentos convocando Teixeira. Inclusive, o pedido de número 01 da CPI é exatamente o que o intima para depor na CPI da Máfia do Futebol. Assim, a bancada da CBF não conseguiu impedir que fosse colocado em votação.

Como a convocação para uma CPI tem status de intimação, Teixeira é obrigado a comparecer. Se não o fizer, será alvo de condução coercitiva, mesmo que justifique uma possível ausência nesta terça-feira com algum argumento de ordem médica.


Amizade com Teixeira evitou propina na CBF, diz Kleber Leite em CPI
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Daniel Brito

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Kleber Leite depôs na CPI da Máfia do Futebol nesta terça, 7 (Daniel Brito/UOL)

Em depoimento à CPI da Máfia do Futebol, na Cãmara dos Deputados, nesta terça-feira, 7, o empresário Kleber Leite, dono da empresa Klefer, negou que tenha pagado propina para cartolas da CBF e afirmou que o empresário J.Hawilla não está em “pleno gozo da sanidade mental”.

Foi a primeira exposição pública de Kleber Leite desde que eclodiu o escândalo de corrupção na FIfa, em maio do ano passado. Em diversos momentos, o empresário citou o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, de forma elogiosa. Até chegou a ensaiar um choro ainda no início da sessão de quase três horas de duração.

“Ricardo Teixeira é meu amigo, sou padrinho da filha dele, me sensibilizo com o momento que ele vem passando agora, nossa relação é afetiva, nunca houve interesse em um mísero centavo na minha relação com Ricardo Teixeira”, disse. O empresário também defendeu Teixeira da acusação de ter recebido propina. “O Ricardo Teixeira me garantiu que nunca recebeu um centavo nos contratos com J. Hawilla. Isso eu posso garantir”.

Quando, já no fim da sessão, o deputado Silvio Torres (PSDB-SP) perguntou sobre os contratos com a CBF, Leite afirmou que o vínculo pessoal com Teixeira o impediu de pagar propina. A Klefer detém os direitos de comercialização da Copa do Brasil (de clubes) até 2022.

Veja como foi o diálogo entre os dois:

SILVIO TORRES (PSDB-SP) – Eu tenho a convicção de que todos os contratos que Ricardo Teixeira ele teve algum tipo de benefício
KLEBER LEITE – Desculpe, com o nosso não houve.
SILVIO TORRES – Eu ia perguntar justamente isso. Por que o senhor foi escolhido para o contrato da Copa do Brasil e não outra empresa do ramo? E se essa escolha foi por sua proximidade e afetividade e amizade com ele?
KLEBER LEITE – Deputado, não posso negar que isso [amizade] não tenha feito parte. seria hipocrisia. Claro que quando se tem afeto e carinho, se aproxima a relação. (…) Pouquíssimas empresas estavam estruturadas para essa operação [da Copa do Brasil].
SILVIO TORRES – O senhor foi escolhido pela amizade?
KLEBER LEITE – Mas minha empresa não foi escolhida pela amizade que temos, e sim pela competência da empresa.
(…)
SILVIO TORRES -O senhor está dizendo, obviamente, que não deu propina para ninguém, que o senhor foi reconhecido como capaz e escolhido pela amizade.
KLEBER LEITE -Exatamente. E dentro de uma situação de ordem financeira absolutamente interessante para a CBF.

Teste de sanidade em Hawilla

J. Hawilla é dono da Traffic, e um dos protagonistas do escândalo de corrupção envolvendo dirigentes de futebol do Brasil e de países do continente. Em um de seus depoimentos à Justiça dos Estados Unidos, Hawilla declarou que a empresa Klefer pagou propina para adquirir os direitos de comercialização da Copa do Brasil de 2015.

Por este motivo, quando as prisões dos cartolas foram efetuadas no hotel Bar-au-Lac, em Zurique, na Suíça, em maio do ano passado, Ministério Público no Rio de Janeiro e da Polícia Federal promoveram busca de documentos e computadores na sede da Klefer, no Rio. “Eu pediria um teste de sanidade mental no senhor J. Hawilla. Duvido que ele esteja em pleno gozo de sanidade mental. Até entendo, porque ele teve um problema de saúde recentemente e eu cheguei a dizer que isso deve ter afetado a saúde dele. Porque é inadmissível o que eu ouvi dizer o que ele tinha feito”, começou Leite “Hawilla é uma pessoa de dupla personalidade: existe um cara amigável, doce, gentil, amável. Mas quando tem dinheiro envolvido ele é o ser mais materialista que existe. Impressionante. Ele se transforma em outra pessoa”, continuou.

Kleber Leite explicou em seu depoimento que, por determinação da Conmebol, Ricardo Teixeira deixou de firmar contratos com a Traffic de Hawilla. E, por opção de Teixeira, a Klefer firmou contrato para comercializar a COpa do Brasil. Em razão desta substituição, segundo disse Leite na CPI, Hawilla incluiu a Klefer em seu depoimento.

“Hawilla não se conformou com isso. Ele tem a ideia de que eu passei a perna nele. Mas eu não fiz nada que não estivesse dentro de um plano ético. Ele não perdoa por ter perdido a Copa do Brasil nesse contrato com a CBF”, comentou o empresário,

O deputado Major Olímpio (SD-SP) foi incisivo no questionamento a Kleber Leite. No debate, o empresário confirmou que já realizou diversos projetos em conjunto com a Traffic, de Hawilla, ao que o parlamentar questionou:

MAJOR OLÍMPIO (SD-SP) – Durante esses projetos ele [Hawilla] nunca foi declarado insano? Vocês sempre foram parceiros firmes?
KLEBER LEITE – Não, não, não. Parceiro firme fomos nós, leais. Quem acreditou na dignidade dele fomos nós, porque eram projetos desenvolvidos pela Traffic, que era uma empresa mais forte que a Klefer, e sempre acreditamos na palavfra dele.
MAJOR OLÍMPIO – Ele disse que sempre pagou propina. Ele nunca pagou propina na sua relação com ele?
KLEBER LEITE – Nunca. A nossa relação era só desenvolver o projeto. Ganhamos a concorrência do Maracanã, Mineirão, Morumbi. Então, competia à Klefer a publicidade em cada pedaço do estádio. Se J.Hawilla afirma que pagou propina, quem sou eu para desmenti-lo, ate porque não compactuamos com esse tipo de prática.,


Renan determina que CPI vote novamente convocação de Del Nero e Teixeira
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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) determinou que a CPI do Futebol coloque novamente em votação a convocação do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, o filho do cartola, o ex-presidente da confederação, Ricardo Teixeira, e o vice para a Região Nordeste, Gustavo Feijó.

Em uma manobra atípica, Renan atendeu ao pedido da Bancada da CBF na CPI, que determinou a suspensão da intimiação dos cartolas por “falta de quórum” na sessão em que esses requerimentos foram colocados em votação, na quarta-feira, 6. O presidente do Senado verificou as assinaturas do parlamentares que marcaram presença na CPI e ainda atestou que havia quórum. Ainda assim, suspendeu a convocatória e, nesta terça-feira, 12, exigiu que a CPI vote novamente a pauta.

A Bancada da CBF trabalha com afinco para evitar que Gustavo Feijó vá à Comissão Parlamentar de Inquérito para dar explicações sobre a suspeita de caixa dois O Blog do Juca no UOL Esporte noticiou que houve reunião no gabinete do senador Fernando Collor (PTC-AL) para derrubar a convocação de Feijó e o restante da pauta.


Bancada da CBF “some” e CPI aprova convocação de Teixeira e Del Nero
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Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero e o filho terão de prestar depoimento à CPI do Futebol no Senado. A sessão desta quarta-feira, 6, aprovou requerimentos para que os cartolas compareçam a Brasília para prestar esclarecimentos “na condição de testemunha” sobre movimentações financeiras suspeitas.

A Bancada da CBF na comissão não compareceu e, com isso, a confederação sofreu esta derrota no Senado nesta quarta-feira. Assinaram presença os senadores Humberto Costa (PT-PE), Paulo Bauer (PSDB-SC), Donizetti Nogueira (PT-TO), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Zezé Perella (PDT-MG). Randolfe, Zezé e Romário permaneceram em plenário durante a sessão.

Marco Polo, que já depôs como convidado em dezembro, irá ao Senado como testemunha para esclarecer possíveis irregularidades em contratos feitos para a realização de partidas da seleção brasileira e de campeonatos organizados pela CBF, assim como para a realização da Copa das Confederações-2013 e da Copa do Mundo Fifa-2014. Já Marco Polo Del Nero Filho terá de explicar sobre a abertura de contas no exterior, fato que havia sido negado pelo pai no depoimento de dezembro à CPI.

A convocação de Teixeira havia sido barrada por Romero Jucá (PMDB-RR), relator da comissão, em reunião da CPI em meados de março, sob  a alegação de “falta de embasamento”. A bancada da CBF apoiou o posicionamento de Jucá e derrubou a convocação de Teixeira na ocasião. Gladson Cameli (PP-AC), Hélio José (PMDB-DF), João Alberto (PMDB-MA), Ciro Nogueira (PP-PI), Davi Alcolumbre (DEM-AP) apoiaram a decisão de Romero Jucá em sessão realizada em março.

Porém, nenhum deles compareceu nesta quarta-feira, 6.

Nesta quarta-feira, contudo, o parlamentar de Roraima faltou à sessão e o requerimento para convocar o ex-presidente da CBF foi aprovado sem objeção. Teixeira também falará sobre os contratos feitos durante sua gestão na confederação (1989-2012) e a organização dos dois torneios da Fifa no Brasil, em 2013 e 2014.

Além dos três, o empresário Wagner Abrahão, que tem negócios com a CBF e com Marco Polo, e Gustavo Feijó, vice-presidente da CBF e prefeito de Boca da Mata, Alagoas, também foram convocados para a CPI. Feijó será inquirido sobre a eventual colaboração da CBF com recursos para sua campanha eleitoral quando candidato a prefeito do município de Boca da Mata, Alagoas, em 2012.


CPI descobre advogado que emprestou R$ 1,5 milhão a Del Nero e Teixeira
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Daniel Brito

Enquanto a CBF tenta esvaziar as sessões da CPI do Futebol no Senado, as investigações revelam dados importantes sobre como Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero faziam movimentações financeiras com seus parceiros. Um deles é o advogado especialista em direito desportivo Angelo Frederico Gavotti Verospi.

Há um requerimento para ser votado na CPI pedindo a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Verospi, mas que foi barrado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) minutos antes da votação.

O advogado emprestou R$ 1,5 milhão a Teixeira e Del Nero de 2007 a 2012. Teixeira foi agraciado com R$ 800 mil em 2007, segundo descobriu a equipe de investigadores da CPI no Senado. A este montante, somam-se outros R$ 700 mil de Verospi a Del Nero já em 2012, segundo revelou em dezembro o companheiro Rodrigo Mattos, em seu blog no UOL Esporte.

No dia em que compareceu à CPI, Marco Polo Del Nero deu sua versão. “Está no meu imposto de renda. É um mútuo que eu fiz com Verospi. Eu precisei de um dinheiro emprestado, R$ 600 mil ou R$700 mil, não me lembro exatamente quanto e eu o paguei. Paguei com dinheiro saindo da minha conta-corrente”, afirmou Del Nero em dezembro em depoimento à CPI.

Há uma ligação de Verospi com os negócios de compra e venda de imóveis de Marco Polo com o empresário Wagner Abrahão, que também está sendo investigada pela equipe da CPI.

Conexão Amazonas
Para entender o motivo dessas transações, o senador Romário (PSB-RJ) pediu, ainda em novembro de 2015, a quebra dos sigilos bancário e fiscal do advogado. O requerimento foi empurrado com a barriga pela ala pró-CBF na CPI até a primeira sessão de 2016, em fevereiro.

Foi quando Omar Aziz manifestou-se publicamente pela retirada deste requerimento da pauta com o seguinte argumento. “Eu queria que fosse retirado da pauta para a gente analisar direito. Eu já tinha até discutido isso com vossas excelências, mas não é nada que não possamos votar na próxima reunião, mas eu queria só que fosse retirado isso, por favor”.

Coincidência ou não, Verospi e Aziz ocuparam cargos públicos no Amazonas. Aziz foi vice-governador do Estado de 2003 a 2010, e governador de 2010 a 2014, além de vice-prefeito de Manaus. Verospi, por sua vez, é ex-superintendente da Secretaria Municipal de Assuntos Federativos de Manaus. Tambem é vice presidenta da liga universitária brasileira de futebol e ex-conselheiro do Palmeiras.

A quebra dos sigilos de Verospi está na pauta da próxima reunião, na quarta-feira, 9.


CPI do Futebol fala até sobre tênis de mesa mas esquece extradição de Marin
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Daniel Brito

A decisão da Justiça da Suíça de extraditar José Maria Marin para os Estados Unidos passou batida na 15ª reunião da CPI do Futebol no Senado, nesta quarta-feira, 28. Também foi retirada da pauta do dia o requerimento de transferência de informações bancárias e fiscais de Ricardo Teixeira, desde janeiro de 2007 até 12 de março de 2012, quando renunciou à presidência da CBF.

Não houve nem uma simples menção ou um aparte que fosse de um dos sete senadores que se fizeram presentes sobre a extradição de Marin.

Em vez disso, os senadores se dedicaram a ouvir os presidentes das federações estaduais de Alagoas, Piauí, Maranhão, Acre, Pará, Amazonas, Mato Grosso e Tocantins. Eles falaram por duas horas sobre a realidade do futebol nessas localidades.

Felipe de Omena Feijó, de apenas 24 anos, preside a federação de Alagoas desde maio, sucede ao pai Gustavo Feijó, um dos vice-presidentes da CBF, que permaneceu sete anos no cargo. Felipe falou por cerca de cinco minutos e não mais participou da sessão. Houve tempo até para que Dissica Tomaz, do Amazonas, contasse, mesmo sem que ninguém tivesse perguntado, que seu Estado é um dos quatro campeões brasileiro em tênis de mesa, modalidade, segundo ele, cuja federação estadual ajudara a fundar.

A CPI do Futebol foi criada em junho na esteira das prisões feitas pelo FBI em Zurique de sete dirigentes suspeitos de suborno e outros crimes. Marin é acusado de aceitar milhões de dólares em subornos pagos por empresas de marketing esportivo em conexão com a venda de direitos comerciais para a Copa América de 2015, 2016, 2019 e 2023, bem como para a Copa do Brasil (de clubes) no período de 2013 a 2022.

Já a transferência das informações bancárias e fiscais de Teixeira saiu da pauta porque, segundo Romário (PSB-RJ), autor deste requerimento, não havia quórum para por em votação. E nesta CPI, são necessários ao menos seis.

Compareceram à sessão desta quarta-feira, 28, o relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), Donizeti Nogueira (PT-TO), Ciro Nogueira (PP-PI), Welington Fagundes (PSB-MT), Zezé Perrela (PDT-MG), David Alcolumbre (DEM-AP), além de Romário.


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