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Rede de TV CNN se pergunta: “Ainda haverá Olimpíada no Brasil?”
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Daniel Brito

2016-04-19 11.13.42A rede de TV norte-americana CNN publicou reportagem nesta terça-feira, 19, sobre a situação do Brasil para receber os Jogos Olímpicos do Rio-2016 e se fez uma pergunta: “Haverá Olimpíada no Brasil?”. Reportagem assinada por Shasta Darlington e Flora Charner lembra que o país enfrenta “desafios” sem precedentes.

“A três meses dos Jogos, Brasil está enfrentando o surto de zika vírus, que foi ligado a um problema congênito raro em crianças infantis [microcefalia]; uma recessão paralisante que deixou centenas de milhares de desempregados e alçou a inflação às alturas; e uma crise política que tem implicado alguns dos legisladores mais poderosos do país”.

A reportagem lembrou que, ao contrário da preparação para a Copa do Mundo Fifa-2014, as obras de construção dos locais de competição estão quase todas terminadas, mas a venda de ingressos ainda é considerada baixa – apenas 55% dos tíquetes já foram comercializados, segundo informou os organizadores à CNN.

As jornalistas Shasta Darlington e Flora Charner fizeram uma abordagem um pouco mais ampla sobre o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff por “esconder déficits orçamentários em 2014”. As repórteres lembraram no texto que caso o impedimento venha a se concretizar, quem assume é o vice, Michel Temer, cujo o partido está diretamente ligado a esquemas de corrupção.

“A principal missão do presidente da República nos Jogos Olímpicos seria presidir a cerimônia de abertura [em 5 de gosto]. Mas grande parte da organização local foi levado não por Dilma, mas pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes”, lembrou o artigo da CNN.

Por fim, a reportagem informa que a rede hoteleira do Rio está comemorando o alto número de reservas durante o período dos Jogos Olímpicos (5 a 21 de agosto). A secretaria de turismo do município do Rio de Janeiro aguarda mais de um milhão de turistas na cidade no período dos Jogos.

Em entrevista a correspondentes internacionais no Brasil nesta terça-feira, 19, Dilma respondeu ao questionamento sobre se Rio-2016 seria afetada pela crise política. ''Todos os estádios e estruturas, seja no que se refere à segurança, ao Parque Aquático, canoagem slalom, ou na capacidade de vocês [jornalistas] se comunicarem com o mundo. Temos toda estrutura de energia montada. Acredito que os Jogos estão em situação adequada. Talvez tenhamos nos antecipado até mais do que esperavam que nos antecipássemos. O governo federal investiu muito. O investimento maior é privado, mas se você vir quem financiou o privado são bancos públicos federais. Tivemos todo  o cuidado com governo do Rio de Janeiro para haver legado, sob forma de escolas, estruturas esportivas, sob forma de política de esportes que proporcionou aos nosso atletas um suporte que nunca tiveram. Serão o os melhores jogos olímpicos deste país, e do mundo''.


Como votaram os deputados ligados ao futebol e a outros esportes
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Daniel Brito

A votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, encerrada nas primeiras horas desta segunda-feira, 18, contou com apoio dos parlamentares que tem ligações políticas com o esporte no país. Os
deputados federais que mantém ligações com a CBF se dividiram pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, como mostrou o meu companheiro de blog no UOL Esporte, Rodrigo Mattos. A confederação conta com nada menos que dois diretores e um vice-presidente na Câmara dos Deputados.

Outros parlamentares que compõem a “bancada do esporte” – que inclui não só o futebol, mas esportes olímpicos, paraolímpicos e até ex-ministros – optaram majoritariamente no “sim” ao impedimento da presidente.

Um dos líderes da bancada da bola e relator da abertura do processo de impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO), como era de se esperar, foi a favor do afastamento de Dilma. Seguiram o entendimento do goiano os deputados Goulart (PSD-SP), que tem o apoio da “Gaviões da Fiel’, Darcísio Perondi (PMDB-RS), que já recebeu doações de campanha da CBF e irmão de um ex-vice da confederação, Afonso Hamm (PP-RS) e Washington Reis (PMDB-RJ), membros da bancada da bola.

Também votaram “sim” o presidente da CPI da Máfia do Futebol, recém-instalada na Câmara, Laudívio Carvalho (SD-MG), Jaime Martins (PSD-MG), dirigente do Guarani de Divinópolis, Arnaldo Faria de Sá, ex-presidente da Portuguesa, Otávio Leite (PSDB-RJ), que, em 2015, relatou a MP do Futebol, Sílvio Torres (PSDB-SP), relator da CPI CBF/Nike, o ex-goleiro Danrlei (PSD-RS), Rogério Marinho (PSDB-RN), dirigente do ABC de Natal, Deley (PTB-RJ), o ex-armador do Fluminense, Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), ex-presidente do STJD da CBF, e Evandro Rogério Roman (PSD-PR), ex-árbitro de futebol.

Ex-ministros dizem “não”
Pela rejeição ao processo de impeachment manifestaram-se o presidente da Federação Amapaense de Futebol, Roberto Góes (PDT-AP), José Rocha (PR-BA), cartola do Vitória da Bahia e recebedor de doações declaradas de campanha eleitoral da CBF, e Andres Sanchez (PT-SP), partidário da presidente Dilma e ex-presidente do Corinthians.

Os ex-ministros do Esporte Orlando Silva (PCdoB-SP) e George Hilton (PROS-MG) votaram “não”. O ex-judoca João Derly (Rede-RS) votou “sim”, assim como Márcio Marinho (PRB-BA), presidente da Comissão de Esporte da Câmara. Manifestação idêntica à de Mara Gabrilli (PSDB-SP), que mantém projetos voltados para desporto paraolímpico.


Distrito Federal estima gastar R$ 700 mil com tocha olímpica em um só dia
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Daniel Brito

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Enquanto a Rio-16 não começa, Mané Garrincha segue como garagem de ônibus (crédito: Daniel Brito/UOL)

Somente no dia 3 de maio, o GDF (Governo do Distrito Federal) vai organizar um estrutura que vai custar R$ 726 mil aos cofres da capital federal. Será nesta data que terá início o revezamento da tocha olímpica no Brasil. O fogo virá da Grécia, cuja cerimônia de acendimento ocorrerá na próxima semana, e desembarcará no país sede dos Jogos-2016 em Brasília.

O DODF (Diário Oficial do Distrito Federal) publicou nesta quinta-feira, 14, o valor da licitação para realizar o desembarque e o acendimento da tocha do Rio-2016. A previsão do pregão é de R$ 726 mil. Detalhe da publicação do Diário Oficial é que o evento olímpico será no terceiro dia de maio. Já o pregão eletrônico está previsto para ser realizado em 27 de maio, ou seja, quase um mês após a utilização dos serviços.

O Governo do Distrito Federal, que diz atravessar uma crise financeira herdada da gestão anterior, de Agnelo Queiróz, vai arcar com todas despesas do tipo sistema de som, estruturas metálicas, banheiros químicos, até passagens aéreas, alimentação e hospedagem dos participantes. As informações estão contidas no DODF.

Em novembro, nós mostramos aqui no blog que a situação financeira da capital da República é tão precária que o GDF pediu ao Comitê Organizador do Rio-2016 que fornecesse ambulâncias para atender atletas e torcedores durante os Jogos.

O GDF estipulou que os Jogos custarão no máximo R$ 25 milhões à administração local. O Estádio Nacional Mané Garrincha receberá os dois primeiros jogos da seleção brasileira masculina na primeira fase, em 4 de agosto, um dia antes da cerimônia de abertura, e o segundo em 7 de agosto.

O DF receberá dez jogos, sendo três do feminino.


Renan determina que CPI vote novamente convocação de Del Nero e Teixeira
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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) determinou que a CPI do Futebol coloque novamente em votação a convocação do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, o filho do cartola, o ex-presidente da confederação, Ricardo Teixeira, e o vice para a Região Nordeste, Gustavo Feijó.

Em uma manobra atípica, Renan atendeu ao pedido da Bancada da CBF na CPI, que determinou a suspensão da intimiação dos cartolas por “falta de quórum” na sessão em que esses requerimentos foram colocados em votação, na quarta-feira, 6. O presidente do Senado verificou as assinaturas do parlamentares que marcaram presença na CPI e ainda atestou que havia quórum. Ainda assim, suspendeu a convocatória e, nesta terça-feira, 12, exigiu que a CPI vote novamente a pauta.

A Bancada da CBF trabalha com afinco para evitar que Gustavo Feijó vá à Comissão Parlamentar de Inquérito para dar explicações sobre a suspeita de caixa dois O Blog do Juca no UOL Esporte noticiou que houve reunião no gabinete do senador Fernando Collor (PTC-AL) para derrubar a convocação de Feijó e o restante da pauta.


Cartolas apelam a linha direta com Paes para resolver problemas da Rio-16
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(Crédito: Al Milligan/Photo Jump/CBRU)

Os dirigentes da World Rugby, entidade que comanda a modalidade em todo o mundo, encontraram uma maneira objetiva de ver suas reivindicações atendidas para os Jogos do Rio-2016. Quando a coisa aperta, eles ligam direto para o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e pedem providências. Até agora, tem funcionado.

“Em junho [do ano passado], nos reunimos com o prefeito da cidade do Rio [Eduardo Paes] e ele anotou em um pedaço de papel o número do celular dele. E nos disse: ‘Ligue sempre que precisar’”, disse Mark Egan, diretor de operações da World Rugby, em entrevista publicada pelo portal Rugby World, nesta semana. “Quando começamos a ficar preocupados com o andamento das obras, ligamos para o prefeito e as coisas aconteceram. Mas eu não estou dizendo aqui que ele responde às chamadas todos os dias”.

Na entrevista, Egan disse que o monitoramento constante com diversas frentes porque há algumas preocupações para a World Rugby. A crise política no Brasil é uma delas. “Isso [crise política] está fora do nosso controle, então tentamos seguir em frente. As obras da arena de rúgbi estão atrasadas. Vai ser uma estrutura temporária, pode ser construída a tempo, mas está atrasada. Temos teleconferências semanais e visitas ao local de vez em quando, por isso sabemos que os prazos para as arquibancadas, por exemplo, serão entregues a tempo – embora atrasado, no final de junho. Esperávamos ser concluída até o final de maio”

Egan contou que a World Rugby “emprestou” seu especialista em plantio e cultivo de grama típica das melhoras .canchas do mundo para assessorar na construção do campo de jogo durante os Jogos do Rio-2016. E também fez questão de não ser alvo do corte de gastos na organização do evento. ”Eles [Comitê Organizador do Rio-2016] queria fazer algumas folgas no orçamento nas áreas de domínio comum nós pedimos prioridade. O campo de jogo, a área de treinamento, a sala dos atletas, as instalações do serviço médico são nossas prioridades. Estamos pressionando para que e confiamos que teremos tudo como queremos”, definiu Mark Egan.

A entrevista completa à publicação inglesa você pode ler aqui.


Brasil faz acordo com a ONU contra ameaça de terrorismo nuclear durante Rio-2016
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Outside view of the UN building with the International Atomic Energy Agency, IAEA, office inside, at the International Center, in Vienna, Austria, on Friday, June 8, 2012. The U.N. nuclear agency has started new talks with Iran aimed at getting access to what it suspects was the site of secret tests to make nuclear arms. (AP Photo/Ronald Zak)

O Brasil está se preparando para manter-se distante das ameaças de terrorismo nuclear durante os Jogos Olímpicos do Rio-2016. Para isso, contará com o apoio da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica das Nações Unidas) no fornecimento de equipamentos e com profissionais de segurança na área.

A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) vai manter-se vigilante quanto a eventuais emergencias nucleares ou radiológicas que possam interferir no andamento dos Jogos Olímpicos e no bem estar dos turistas que estarão no Brasil. Além disso, cederá instrumentos de detecção de radiação para verificação de estádios e instalações esportivas, e apoio técnico no uso desses instrumentos e o compartilhamento de informações envolvendo tráfico ilícito e atividades não autorizadas de materiais radioativos.

O acordo foi assinado na semana passada no Rio de Janeiro, com o Khammar Mrabit, diretor da divisão de segurança nuclear da AIEA, e Renato Machado Cotta, presidente da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

A AIEA já contribuiu em outras edições dos Jogos Olímpicos, como em Pequim-2008, onde a ameaça de ataques terroristas era muito maior do que no Brasil. A agência também atuou na segurança de recentes grandes eventos esportivos em território nacional: no Jogos Pan-Americanos do Rio-2007 , na Copa das Confederações-2013, na Copa do Mundo Fifa-2014.

A agência tem como uma de suas principais atribuições prevenir e responder a sabotagens, uso não-autorizado ou transferência ilegal ou outro atos dolosos que envolvam material nuclear e substâncias radioativas.


Dinamarca erguerá casa nas areias de Ipanema durante a Rio-2016
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(divulgação/Visit Denmark)

O país em que o Brasil recebeu a notícia que receberia os Jogos Olímpicos Rio-2016 vai ocupar as areias de Ipanema durante o evento em agosto com uma estrutura imponente. Um pavilhão de 300m2 projetado pelo arrojado escritório dinamarquês de arquitetura Henning Larsen Architects será erguido na praia no próximo mês de agosto.

Será o “Coração Dinamarquês” no Brasil, segundo anunciou o ministro do Comércio e Desenvolvimento da Dinamarca, Troels Lund Poulsen. “Fomos o único país que tivemos a oportunidade de estabelecer uma plataforma de marketing em plena praia de Ipanema”, comemorou Poulsen. A Alemanha também terá “casa na praia”, mas será em outros moldes, no Leblon, bairro vizinho a Ipanema.

O Rio ganhou o direito de sediar os Jogos-2016 em memorável pleito realizado em Copenhague, capital da Dinamarca, em outubro de 2009.

O local será aberto ao público e será utilizado para promoção da cultura dinamarquesa, além de um local para divulgação das atividades econômicas, esportivas e turísticas da Dinamarca.

O design é inspirado na arquitetura do genial Oscar Niemeyer, morto em 2012, e também fará referências à tradição da história marítima do país nórdico. O pavilhão será de estrutura metálica desmontável composto por quatro áreas cobertas e uma área descoberta formando uma cruz, tal qual a bandeira da Dinamarca. No espaço aberto haverá um bar, uma sala de imprensa, uma exposição sobre cidades sustentáveis e um anfiteatro a partir do qual os visitantes poderão ter a vista para o mar, o morro Dois Irmãos ou até mesmo assistir aos Jogos Olímpicos em um telão.

É uma tradição olímpica o erguimento de estrutura temporárias para servir como “casa” de determinado país durante os Jogos Olímpicos na cidade-sede. Até o Brasil, em plenos Jogos em casa, vai montar sua estrutura. Haverá uma, bancada pelo governo federal, na recém-restaurada zona portuária do Rio, e outra, do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), na Barra, próximo ao Parque Olímpico.

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(divulgação/Visit Denmark)


Renan Calheiros anula convocação de Del Nero e Teixeira à CPI do Futebol
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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) invalidou, nesta quinta-feira, 7, a votação que aprovou a convocação do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, do vice-presidente Gustavo Feijó, do presidente licenciado Marco Polo Del Nero e do filho.

A sessão que subscreveu a intimação deles para a CPI do Futebol no Senado foi realizada na quarta-feira, contou com a assinatura de seis senadores, mas apenas três estavam em plenário no momento da votação.

Assim, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), integrante da bancada da CBF e ausente na sessão de ontem, pediu a palavra no plenário do Senado na noite de quarta-feira para queixar-se da votação. Nesta tarde de quinta-feira, Renan invalidou a convocação dos cartolas. A bancada da CBF alega de falta de quórum após verificação de votos. Seriam necessários seis parlamentares em plenário para aprovar convocações.

Renan afirmou que o quórum foi verificado corretamente, mas determinou a repetição da votação para garantir o contraditório, uma vez que não houve pedido de verificação de votos. ''Mando que se reproduza a votação para garantir o direito daqueles que divergem de verificar a presença dos senadores, para que não haja “gol de mão”. Senão vamos banalizar a convocação de pessoas'', afirmou o presidente do Senado.

Não é a primeira vez que a CBF consegue evitar convocações para depoimento nesta CPI.

A convocação de Teixeira já havia sido barrada por Romero Jucá (PMDB-RR), relator da comissão, em meados de março, sob a alegação de “falta de embasamento”.

A intimação a Gustavo Feijó é um dos fatores mais preocupantes para a CBF.  Vice-presidente da CBF para a Região Nordeste e prefeito de Boca da Mata, Alagoas, Feijó seria inquirido sobre a eventual colaboração da CBF com recursos para sua campanha eleitoral para prefeito de Boca da Mata, em 2012.

O Blog do Juca no UOL Esporte noticiou que houve reunião no gabinete do senador Fernando Collor (PTC-AL) para derrubar a convocação de Feijó e o restante da pauta. O senador Romário (PSB-RJ) por meio de suas redes sociais denunciou “boicote” da CBF às investigações da CPI.

Renan Calheiros encaminhou o recurso para análise da CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania), que deve dar parecer em até dois dias úteis. Depois disso, a decisão definitiva sobre a questão será do Plenário. Até a deliberação definitiva, as convocações de Del Nero, Teixeira e outros dois investigados da CPI estão suspensas.


Bancada da CBF “some” e CPI aprova convocação de Teixeira e Del Nero
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Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero e o filho terão de prestar depoimento à CPI do Futebol no Senado. A sessão desta quarta-feira, 6, aprovou requerimentos para que os cartolas compareçam a Brasília para prestar esclarecimentos “na condição de testemunha” sobre movimentações financeiras suspeitas.

A Bancada da CBF na comissão não compareceu e, com isso, a confederação sofreu esta derrota no Senado nesta quarta-feira. Assinaram presença os senadores Humberto Costa (PT-PE), Paulo Bauer (PSDB-SC), Donizetti Nogueira (PT-TO), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Zezé Perella (PDT-MG). Randolfe, Zezé e Romário permaneceram em plenário durante a sessão.

Marco Polo, que já depôs como convidado em dezembro, irá ao Senado como testemunha para esclarecer possíveis irregularidades em contratos feitos para a realização de partidas da seleção brasileira e de campeonatos organizados pela CBF, assim como para a realização da Copa das Confederações-2013 e da Copa do Mundo Fifa-2014. Já Marco Polo Del Nero Filho terá de explicar sobre a abertura de contas no exterior, fato que havia sido negado pelo pai no depoimento de dezembro à CPI.

A convocação de Teixeira havia sido barrada por Romero Jucá (PMDB-RR), relator da comissão, em reunião da CPI em meados de março, sob  a alegação de “falta de embasamento”. A bancada da CBF apoiou o posicionamento de Jucá e derrubou a convocação de Teixeira na ocasião. Gladson Cameli (PP-AC), Hélio José (PMDB-DF), João Alberto (PMDB-MA), Ciro Nogueira (PP-PI), Davi Alcolumbre (DEM-AP) apoiaram a decisão de Romero Jucá em sessão realizada em março.

Porém, nenhum deles compareceu nesta quarta-feira, 6.

Nesta quarta-feira, contudo, o parlamentar de Roraima faltou à sessão e o requerimento para convocar o ex-presidente da CBF foi aprovado sem objeção. Teixeira também falará sobre os contratos feitos durante sua gestão na confederação (1989-2012) e a organização dos dois torneios da Fifa no Brasil, em 2013 e 2014.

Além dos três, o empresário Wagner Abrahão, que tem negócios com a CBF e com Marco Polo, e Gustavo Feijó, vice-presidente da CBF e prefeito de Boca da Mata, Alagoas, também foram convocados para a CPI. Feijó será inquirido sobre a eventual colaboração da CBF com recursos para sua campanha eleitoral quando candidato a prefeito do município de Boca da Mata, Alagoas, em 2012.


“O esporte está acima da crise”, afirma novo ministro
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Leyser premia jogadora do Praia Clube em seu primeiro evento público como ministro do Esporte (Ivo Lima/ME)

O paulistano Ricardo Leyser foi nomeado oficialmente como ministro do Esporte há uma semana, na terça-feira, 29, e no domingo, 3, fez seu primeiro compromisso público no cargo. Esteve na final da Superliga feminina de vôlei, no ginásio Nilson Nelson, em Bras ília, premiou as três melhores equipes da competição e conversou por cinco minutos com o blog.

A crise econômica e política que o Brasil atravessa parece, pelo discurso de Leyser, passar ao largo da organização dos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Ele vê a realização do mega evento esportivo em agosto como um mecanismo para não só aliviar como superar as vicissitudes.

O novo ministro, que tem um orçamento inicial de R$1,3 bilhão, aproveitou para apontar sua preocupação com a gestão dos recursos públicos aportados nas entidades esportivas do país – de acordo com o TCU, serão R$ 7 bilhões desde 2012.

Já é possível notar no tom de Leyser um prenúncio de que após os Jogos-2016 esse investimento deixe de existir, por isso tem como meta “aproximar a iniciativa privada ao financiamento de projetos esportivos”.
Confira abaixo trechos da conversa com Leyser após a final da Superliga feminina de vôlei, no domingo, 3, em Brasília.

BLOG DO BRITO: como você vê a realização dos Jogos Olímpicos em meio a esta crise política e econômica?
RICARDO LEYSER: Os Jogos vêm na hora certa. Porque nas horas de dificuldade que nós precisamos achar projetos que unam a nação. Acredito que todas as pessoas, apoiem o governo ou sejam contra, gostam do esporte, torcem pelo Brasil, querem melhor para o país. E os Jogos Olímpicos é um projeto em que não importa em quem você tenha votado, você é o Brasil. Além disso, você tem a oportunidade de conhecer atletas que nunca teria acesso normalmente. Acredito que a população vai gostar demais dos Jogos, vai ajudar a superar o momento de crise e intolerância e é a contribuição do esporte para geração de emprego, de renda.

Acredita que as manifestações populares também atinjam a organização dos Jogos-2016?
Tudo o que temos visto é apoio, todos felizes apoiando. As pessoas entendem que o esporte está acima de tudo isso e o país está acima de tudo isso.

Agora na condição de ministro, você tem algum projeto que pensa em se dedicar?
Estamos vindo de uma linha já de anos com vários ministros mantendo o trabalho dos antecessores. Isso explica um pouco do sucesso do Ministério do Esporte, por isso que o Ministério consegue entregar suas obras, como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. Mas temos algumas questões a olhar estrategicamente. Um deles é a gestão das entidades esportivas, como é que a gente consegue dar um salto nessa gestão. É claro que tem melhorado, já há bons indicadores, mas ainda precisamos melhorar muito. Temos que nos preparar para gerir o legado dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos e o da Copa do Mundo. Com uma infraestrutura sensacional, como receber outros eventos? Do ponto de vista nacional, você tem 12 cidades que receberam a Copa, fora outros estádios que foram construídos, como do Palmeiras e do Grêmio. E todo o legado olímpico, com pistas de atletismo e ginásios. É importante um trabalho para gerir isso. Outro trabalho que achamos importante, é aproximar mais a iniciativa privada do financiamento do esporte. O esporte ainda depende demais do governo federal. Esporte é prioridade no governo Dilma, mas nós gostaríamos que houvesse uma maior aproximação das empresas privadas, para que a gente possa ir realocando os recursos públicos mais na base e na inclusão, para identificar o segmento que está precisando mais e destinar o investimento público. Trazer a iniciativa privada é uma das nossas tarefas.

Qual é o acordo com o Palácio do Planalto? Você fica como interino até que seja nomeado novo ministro?
A presidente me convidou para tocar Jogos Olímpicos e estamos normalmente, um dia depois do outro nos dedicando ao trabalho.